segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
A quem interessar possa - Esse é meu
Não, não queira me calar
Psiu vá dar pra sua tia
Ou para seus seguidores
Esses da cara de lia
Pois comigo a merda talha
Ninguém vai botar cangalha
No lombo da poesia
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De quem faz que não enxerga
Quem o que é bom dispensa
De quem só tem ouvidos
Pra opinião torta, pensa
De quem só joga pro povo
Adorando baba ovo
Eu tô longe, dê licença
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Vou pro meio dos poetas
Onde vinga a coerência
Onde dá-se o verdadeiro
Grito da independência
Onde a vista não se turva
Que poeta não se curva
Para a falta de decência
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Eu vou encher os salões
Eu vou gritar pelas ruas
Eu vou tentar preencher
As mentes que vagam nuas
De ti não terei saudades
Porque as minhas verdades
São diferentes das tuas
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Fique lá com seu poder
Dê sopapo, dê porrada
Quem quiser que baixe as calça
Pra sofrer, levar lapada
Que tem gente que se rende
Que tem gente que se vende
Mas não me entrego por nada
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Se rodeie de quem quiser
Aceitar sua ditadura
É fácil achar quem aceite
Ser um filho da censura
Posso perder a disputa
Mas não me rendo na luta
Que eu sou filho é da cultura
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E isto não é orgulho
Nem tampouco vaidade
É apenas o registro
Da minha identidade
No aperto tem quem se cague
Mas não há nada que pague
Pela minha liberdade
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Fique lá, que eu fico cá
Pode negar-me os jornais
Negue os rádios e TVs
Revistas e tudo mais
Prossiga no seu fascínio
Mas não verás o domínio
Calando meus ideais
-
E por mais que te mantenhas
Só disposto a encher fossa
Trabalharei na cultura
Como um caboclo na roça
Só combatendo os perversos
E oferecendo estes versos
A quem interessar possa
sábado, 22 de maio de 2010
É poesia demais, poetas!
Manoel Xudu
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Voei célere aos campos da certeza
E com os fluidos da paz banhei a mente
Pra falar do Senhor Onipotente
Criador da Suprema Natureza
Fez do céu reino vasto, onde a beleza
Edifica seu magno pedestal
Infinita mansão celestial
Onde Deus empunhou saber profundo
Pra sabermos nas curvas deste mundo
Que ele impera no trono divinal.
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Diniz Vitorino
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Vemos a lua, princesa sideral
Nos deixar encantados e perplexos
Inundando os céus brancos de reflexos
Como um disco dourado de cristal
Face cálida, altiva, lirial
Inspirando canções tenras de amor
Jovem virgem de corpo sedutor
Bem vestida num “robe” embranquecido
De mãos postas num templo colorido
Escutando os sermões do Criador.
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Manoel Xudu
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Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.
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Diniz Vitorino
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Olho os mares, os vejo revoltados
Quando o vento fugaz transtorna as brumas
E as ondas raivosas lançam espumas
Construindo castelos encantados
As sereias se ausentam dos pecados
Que nodoam as almas dos humanos
E tiram notas das cordas dos pianos
Que o bom Deus ocultou nos verdes mares
E gorjeiam gravando seus cantares
Na paisagem abismal dos oceanos.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
FENAPOP 2010
Cantadores, violeiros, poetas, emboladores e repentistas de todo o Nordeste se encontram na Praça do Carmo, no Sítio Histórico de Olinda, para três dias da mais autêntica poesia popular. De 21 à 23 de maio, ícones do gênero são esperados para a terceira edição da Feira Nacional de Poesia Popular - Fenapop, que conta com o apoio da Prefeitura de Olinda.
Edmilson Ferreira & Antônio Lisboa, Quinteto Violado, Ivanildo Vila Nova, Maciel Melo, Chico Pedrosa e Fim de Feira, entre outros prodígios da rima e da métrica, do desafio e do improviso, estão na programação do evento, que oferece mais de dez horas de apresentações gratuitas. Shows vão encerrar as noites de poesia na Praça do Carmo. Vale lembrar que a entrada é franca.
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PROGRAMAÇÃO
PROGRAMAÇÃO
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21/05 - Sexta-feira - 18h
21/05 - Sexta-feira - 18h
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Felizardo Moura – PB – poeta e apresentador, Eduardo Lopes & Severino Tomás – SE – repentistas, Yponax Vila Nova – PB – declamador, Sinésio Pereira & Edvaldo Zuzu – PE – repentistas, Rouxinol & Patativa – CE – emboladores, Heleno Fragoso e Severino Soares – PE – repentistas, Chico Pedrosa – PB – declamador, Ivanildo Vilanova & Raimundo Caetano – PE – repentistas e Fim de Feira – PB – cantoria popular nordestina
Felizardo Moura – PB – poeta e apresentador, Eduardo Lopes & Severino Tomás – SE – repentistas, Yponax Vila Nova – PB – declamador, Sinésio Pereira & Edvaldo Zuzu – PE – repentistas, Rouxinol & Patativa – CE – emboladores, Heleno Fragoso e Severino Soares – PE – repentistas, Chico Pedrosa – PB – declamador, Ivanildo Vilanova & Raimundo Caetano – PE – repentistas e Fim de Feira – PB – cantoria popular nordestina
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22/05 - Sábado - 17h
22/05 - Sábado - 17h
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Felizardo Moura – PB – poeta e apresentador, Zé Laurentino – BA – declamador, Mestre Zé Duda – PE – samba de maracatu, Edvaldo Zuzu & Sinésio Pereira – PE – repentistas, Rouxinol & Patativa – PE – emboladores, José Ivo e Hino Aguiar – repentistas, Vassula – RN – declamadora, Edmilson Ferreira & Antônio Lisboa – PE – repentistas, Chico Pedrosa – PE – declamador, Ivanildo Vila Nova & Raimundo Caetano – PE – repentistas, Daniel Bueno – PE – declamador e Maciel Melo – PE – cantoria popular nordestina
Felizardo Moura – PB – poeta e apresentador, Zé Laurentino – BA – declamador, Mestre Zé Duda – PE – samba de maracatu, Edvaldo Zuzu & Sinésio Pereira – PE – repentistas, Rouxinol & Patativa – PE – emboladores, José Ivo e Hino Aguiar – repentistas, Vassula – RN – declamadora, Edmilson Ferreira & Antônio Lisboa – PE – repentistas, Chico Pedrosa – PE – declamador, Ivanildo Vila Nova & Raimundo Caetano – PE – repentistas, Daniel Bueno – PE – declamador e Maciel Melo – PE – cantoria popular nordestina
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23/05 - Domingo - 17h
23/05 - Domingo - 17h
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Felizardo Moura – PB – poeta apresentador, Daniel Olimpio & Severino Dionísio – PI – repentistas, Yponax Vila Nova – PB – declamador, Sinésio Pereira & Edvaldo Zuzu – PE – repentistas, Diomedes Mariano – PE – declamador, João Lourenço & Luciano Leonel – PE – repentistas, Zelito Nunes – PE – declamador, Rivani Cangaceira – PE – cordelista, João Paraibano & Zé Viola – PE/PI – repentistas, Vassula – RN – declamadora, Antonio Lisboa & Edmilson Ferreira PE – repentistas, Chico Pedrosa – PE – declamador, Ivanildo Vila Nova & Raimundo Caetano – PE – repentistas, Quinteto Violado – PE – cantoria popular nordestina
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INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES
(81) 3439.1988 (Secretaria de Cultura)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
João Paraibano em vida e verso
Me vi tomado pela idéia, disse a ele, ele aprovou e eu já comecei. Estou escrevendo um livro sobre o poeta (na mais sublime definição desta palavra) João Paraibano. O livro nasceu com o título aí de cima, porque o poeta além do cabedal poético tem uma história de vida que precisa ser contada. E logo, pra que ele próprio usufrua de suas glórias. Já ri e já chorei ouvindo os relatos do poeta e estou tentanto repassar tudo com muita fidelidade. Aceito ajuda. Vamos mostar pro mundo a genialidade de quem tão facilmente faz um verso tão especial quanto este:
Me lembro da minha mãe
Dentro do quarto inquieta
Passando o dedo com papa
Nessa boca analfabeta
Sem saber que um dedo rude
Tava criando um poeta
Eita, Furiba, véi...
Essa quem me contou foi Severino Pereira, hospedeiro de João Furiba, dia desses.
Depois de arrodear-se de umas jovens numa mesa de bar em Tabira e de vê-las distanciar-se após saciadas, restou a João só a conta por companhia. Vendo o velho cantador de cara feia, um colega perguntou se a brincadeira tinha sido boa. João, que nunca botou uma raiva pra fora, disse sorrindo:
- As bicha come mais do que pedra de amolar e bebe que só arco-íris... quase se acaba eu e o bar duma vez só.
E dali João entrou direto num carro de estudantes universitários que se dirigia a Patos. Uma moça sem conhecê-lo, teceu o comentário:
- Tanto jovem preguiçoso e um homem dessa idade estudando!
Aí perguntou:
- O senhor tá fazendo o quê?
E João em voz alta:
- Economia.
A moça:
- Termina quando?
E João:
- Quando chegar em Patos. Chegando lá eu tenho economizado a passagem.
Depois de arrodear-se de umas jovens numa mesa de bar em Tabira e de vê-las distanciar-se após saciadas, restou a João só a conta por companhia. Vendo o velho cantador de cara feia, um colega perguntou se a brincadeira tinha sido boa. João, que nunca botou uma raiva pra fora, disse sorrindo:
- As bicha come mais do que pedra de amolar e bebe que só arco-íris... quase se acaba eu e o bar duma vez só.
E dali João entrou direto num carro de estudantes universitários que se dirigia a Patos. Uma moça sem conhecê-lo, teceu o comentário:
- Tanto jovem preguiçoso e um homem dessa idade estudando!
Aí perguntou:
- O senhor tá fazendo o quê?
E João em voz alta:
- Economia.
A moça:
- Termina quando?
E João:
- Quando chegar em Patos. Chegando lá eu tenho economizado a passagem.



























