Aqui na Manhã Total
Motorista passa mal
De tanto lamento e pranto
Liga e vem de todo canto
Procurando solução
Que de tanto trupicão
Volante bate na venta
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão
Nill Júnior
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Não presta pra São José,
Afogados da Ingazeira,
Serra é uma buraqueira
Que até quem não vê da fé...
Depois de Albuquerquené
É que muda a posição.
Mas na nossa região
Ninguém sai da marcha lenta.
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão.
Dedé Monteiro
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Que nem capa de enxu,
Ou tábua de pirulito,
Tem buraco ao infinito,
Nas pistas do Pajeú.
Já se vê mais barro cru,
Do que asfalto no chão.
De pequeno a caminhão,
Foi num foi um se arrebenta.
Não tem quem puxe sessenta,
Nas estradas do sertão.
Alexandre Morais
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De Arcoverde a Petrolina
A pista é um só buraco
O asfalto parece fraco
Se fura até com neblina
No barro não se aglutina
E nem suporta pressão
Os carros na contramão
A todo instante atormenta
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão
Antônio Neto
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Eu moro na Capital
Mas não esqueço Tabira
O meu sertão, minha lira
A minha terra natal
Ao vê-la cresço em astral
Mas fico às vezes na mão
Que a buraqueira do cão
O meu carro não aguenta
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão
João Alderney
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Gasta pra mais de uma hora
De "Afogado" a Calumbi,
De Sertânia a Iguaraci
É que a coisa demora:
Se um pneu não vai embora,
Quem se vai é a suspensão...
De Juru a Solidão,
Pra correr só de jumenta...
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão.
Ademar Rafael
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Como tem buraco a bessa,
Não tem chofer que suporte,
Todo dia tem transporte,
Trocando pneu e peça,
Desde São José começa,
Esta peregrinação,
Quando chega no Leitão,
Aí o descaso aumenta,
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão.
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De Sertânia a Afogados,
Daqui pra Serra Talhada,
Na buraqueira danada,
Pneus já foram cortados,
Veículos foram quebrados,
Devido à situação,
Na mão ou na contra mão,
O perigo se apresenta,
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão.
Diomedes Mariano
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Não tem quem consiga mais
Nas estradas ficar calmo.
Por que têm de palmo em palmo
Buracos quase anormais.
Sem ter asfalto aliás,
Falta sinalização
E nessa “estrada de chão”
A poeira não assenta
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do Sertão
Dudu Morais
Prezados amigos, quero agradecer a todos pelos e-mails educacionais recebidos nos últimos dias. Graças a eles:
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|__|__| desbundada.
(::|::) bunda com celulite.
(__@__) bunda de quem fez sexo anal-virtual.
(__$__) bunda de prostituta de luxo.
(__*__) bunda de quem tá com frio.
(__.__) bunda de quem tá com muito medo.
(__?__) bunda de quem não sabe o que vem pela frente ou melhor, por trás.
(__o__) bunda pouco usada.
(__O__) bunda bastante usada.
(__+__) bunda de crente.
(___________0____________) bunda da Mulher Melancia.
(__8__) bunda de quem fez sexo anal com dupla penetração recentemente.
(__|.|__) bunda com nádegas afastadas para exame próstata.
(__|o|__) bunda com nádegas afastadas após exame próstata.
(__;__) bunda com limpeza falha após uso.
(__-__) bunda de japonesa.
(__V__) bunda comportada de biquíni.
(__Y__) bunda assanhada de fio dental.
(((__)(__))) bunda mole.
(__x__) bunda de esposa (para o marido): "De jeito nenhum!!!".
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Eu Quisera
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Eu quisera um país sem escopeta
Sem revólver, sem bala, sem canhão
Sem gatilho quebrando a espoleta
Sem acúmulo de gente na prisão
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Sem molambos rasgados na maleta
Dos famintos da triste emigração
Onde os pobres e pretos do planeta
Fossem vistos sem discriminação
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Ao invés do fuzil que mata e pesa
O rosário, o altar, o templo, a reza
Com um não para a guerra e um sim para a paz
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Com espaços para grandes e pequenos
Todo mundo feliz, sofrendo menos
E a palavra de Deus valendo mais.
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O Cara
Pra quem conhece de perto, o pedreiro dessa obra aí de cima é Dió. O cara se mistura com a poesia escrevendo, declamando, cantando, improvisando, conversando, contando lorota, falando dos outros e de outros sei lá quantos jeitos mais sem se cansar nem cansar ninguém. Sem contar que é gente tão boa quanto é poeta grande. E a memória, então? Zé de Cazuza tá vivo lá na Prata com o título de “Gravador Humano” e eu não discordo. Agora outra é verdade é que o que Zé tem mais do que Dió é tempo de gravação. Qualquer dia vou desafiar os dois a passarem uns 3 ou 15 dias recitando verso sem repetir o primeiro. Eu sei que eu perco, mas dessas apostas aí eu queria perder o resto da vida.
Manoel Xudu
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Voei célere aos campos da certeza
E com os fluidos da paz banhei a mente
Pra falar do Senhor Onipotente
Criador da Suprema Natureza
Fez do céu reino vasto, onde a beleza
Edifica seu magno pedestal
Infinita mansão celestial
Onde Deus empunhou saber profundo
Pra sabermos nas curvas deste mundo
Que ele impera no trono divinal.
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Diniz Vitorino
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Vemos a lua, princesa sideral
Nos deixar encantados e perplexos
Inundando os céus brancos de reflexos
Como um disco dourado de cristal
Face cálida, altiva, lirial
Inspirando canções tenras de amor
Jovem virgem de corpo sedutor
Bem vestida num “robe” embranquecido
De mãos postas num templo colorido
Escutando os sermões do Criador.
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Manoel Xudu
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Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.
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Diniz Vitorino
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Olho os mares, os vejo revoltados
Quando o vento fugaz transtorna as brumas
E as ondas raivosas lançam espumas
Construindo castelos encantados
As sereias se ausentam dos pecados
Que nodoam as almas dos humanos
E tiram notas das cordas dos pianos
Que o bom Deus ocultou nos verdes mares
E gorjeiam gravando seus cantares
Na paisagem abismal dos oceanos.