segunda-feira, 31 de maio de 2021

Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

maio 31, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 ALEXANDRE JOSÉ LIRA DE MORAIS


   Defendo com unhas e dentes que a cultura popular não aceita desaforo de tecnocratas e de falsos intelectuais. Quando este tipo de gente tenta manipular a cultura em favor dos seus interesses ou limitá-la ao que diz sua cartilha ideológica a rebeldia é automática. Com intensidade maior que a tentativa de domá-la a cultura assume as peraltices do “Saci Pererê”, quebra as argolas e ganha a rua. 

  O cineasta Rosemberg Cariry, no começo da década de 1980, publicou “Cultura insubmissa: Estudos e reportagens”. Neste livro um inconformado Rosemberg chama atenção para muitos elementos entrelaçados entre a cultura e a consciência popular e clama apoio para sua tese da “cultura de resistência”.

  Na junção do que escrevi inicialmente com as teses do livro acima citado encontro o incansável trabalho de Alexandre Morais. Desde cedo ele busca e encontra a essência da cultura popular nos diálogos com o mundo, a feira livre e a praça pública são seus laboratórios.

  Em virtude de longo tempo que fiquei distante do Pajeú não convivi com Alexandre como gostaria. Conheci seu trabalho inicialmente através do site www.culturaecoisaetal.com.br por indicação de colega do Banco do Brasil, poetisa Scheila Patriota. Em referido espaço comecei a ver o nível do trabalho em defesa da cultura. Estando em Afogados da Ingazeira, durante as festas natalinas de um determinado ano, vi um cartaz do evento “Pajeú em Poesia” no dia 25.12. Na hora eu pensei: “Esse ‘cabra’ é doido. Como fazer um evento cultural nesta data. Possivelmente irá ele e outras duas ou três pessoas.” Como foi bom ter me enganado. Cheguei ao local que estava cheio de apologistas, poetas, escritores, cantores, músicos, etc. Se pessoas fosse algo comparável com artigos a feira de Caruaru agora tinha um concorrente. Fiquei até o final e tenho gravado na memória muito do que vi naquele evento.

   É impossível controlar a criatividade, a inquietude e o senso de coletividade que brota da mente de Alexandre Morais. Comparo com a cena de um turbilhão escapando de uma cachoeira. Recentemente o seu Projeto “Palco Pajeú” teve um eco no meio cultural muito superior ao do grito de Tarzan nos matinês do meu tempo de jovem.

  Numa mesa de glosas, em um recital, numa banca vendendo cordéis, em um filme ou numa palestra a performance de Alexandre Morais é digna de altos elogios pela cultura que irradia. Seus projetos junto a poetas da região, seu apoio aos neófitos, sua preocupação com a inserção da poesias nas escolas nos obriga sonhar com Alexandre Morais nas feiras livres e nas praças multiplicando a cultura. Não pare meu irmão, precisamos muito do seu talento. Como referência que és, o Instituto Quincas Rafael terá um espaço reservado para você idealizar como será utilizado.

Publicado originalmente no Blog do Finfa

   Nota do agraciado:

 Entre todos os deuses e deusas que venero, tenho uma queda cachoeirante pela deusa Cultura. Cedo fui tocado por suas luzes e desde o mesmo cedo fui recebendo graças. Foi pela Cultura que enxerguei as luzes da paz, da solidariedade, da renúncia, da liberdade, da consciência e de outros tantos fachos que compõem o humano sentido do ser.
  É o que, com cultural parcialidade, Ademar diz. Me botou na cena como um exemplo do que representa a força dessa deusa sobre os que não perderam a crença, as forças e a esperança na humanidade. A Cultura nos engrandece ao ponto de entendermos a nossa pequenez. E daí a necessidade da igualdade. Grato, Ademar. TFA.

Alexandre Morais

Raimundo Borges e João Paraibano

maio 31, 2021 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

 Poesia e Ponteio

Alexsandro Acioly

(Pesquisador e Historiador - CPDOC/PAJEÚ)
 
 

    No início dos anos 1980 a “Gravadora Bandeirantes Discos” cria o selo Clack em Recife, representando todo o Nordeste na intenção de divulgar e comercializar a música regional que aquela altura ainda não era conhecida o quanto é nos dias atuais. Vários artistas de renome nacional, como Alceu Valença, Quinteto Violado e o Velho Faceta, fizeram gravações na capital pernambucana. Dentre tantos artistas gostaria de destacar os cantadores repentistas Raimundo Borges e o saudoso João Paraibano, este radicado em Afogados da Ingazeira.

    O LP intitulado “Poesia e Ponteio” foi produzido e dirigido pelo baixista, cantor, arranjador e um dos fundadores do “Quinteto Violado”, Toinho Alves (em memória), e traz ilustrações do chargista Lailson, que era funcionário do Diário de Pernambuco. O LP é composto por cantorias (martelo, mourão voltado...) entre os dois cantadores e declamações, estas feitas por Raimundo Borges.

Agora é só ouvir e apreciar essa relíquia da cantoria nordestina.


 



domingo, 30 de maio de 2021

maio 30, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

sábado, 29 de maio de 2021

O Teatro em Carpina

maio 29, 2021 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

 

    A pesquisa intitulada “A Linguagem do teatro na cidade de Carpina: um estudo sobre a Cia. Arte Sense” tem o intuito de realizar um estudo sobre a Cia. Arte Sense, grupo de teatro formado por artistas em sua maioria jovens, pretos, LGBTQIA+ e periféricos residentes no município de Carpina, que encontraram por meio da linguagem teatral a oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Com seis anos de atuação, o grupo é formado desde o ano de 2015, e durante esse tempo vem realizando apresentações artísticas na área do teatro em espaços alternativos da cidade. A presente pesquisa se justifica no atual cenário, considerando que a Cia. Arte Sense é o primeiro grupo formado na cidade de Carpina que estuda a linguagem teatral, tendo como resultado ações artísticas que fortalecem a interação entre o público e o teatro. No documentário será apresentado toda a história e as produções artísticas realizadas pela Cia. Arte Sense, promovendo assim uma reflexão de como as atividades artísticas do grupo interferiram na vida dos integrantes e principalmente na cena cultural do município de Carpina. Essa iniciativa foi aprovada no edital de Formação e Pesquisa - LAB PE em conformidade com a Lei nº 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc. _

______________________________________________________________ Ficha Técnica: Produção Executiva e Produtor Cultural: André Lourenço de Oliveira Assistente de produção: Mariane Carla Gomes de Oliveira Assistente de Produção: Nathália Amorim Silva Designer Gráfico: Pedro Henrique de Lima Andrade (Agência OK) Direção e Roteiro: André Lourenço de Oliveira Direção de Câmera e Fotografia: Marcos Deivson da Silva Montagem e Edição: Marcos Deivson da Silva Realização: Carpintaria Multicultural Parceiros: FOCCOCINE e Agência OK Elenco: Artistas Carpinenses Cleyton Melo Miranda Ermírio José da Silva Edson Mário da Silva Edneia Maria Valério Luís Carlos de Melo Elenco: Integrantes da Cia. Arte Sense André Lourenço de Oliveira Danielly Victória da Silva Melo Isley Martins da Silva João Victor Albuquerque de Melo Mariane Carla Gomes da Silva Rafael Liberal Lopes Marinho Wisleydson Santana Pereira d silva Contatos: Instagram: @arte_sense E-mail: artesenseteatro@outlook.com Youtube: Arte Sense _

______________________________________________________________ Instagram: @carpintariamulticultural E-mail: carpintariamulticultural@gmail.com Youtube: Carpintaria Multicultural “Um povo que não cultiva a sua cultura, não merece ter história.” Câmara Cascudo Música neste vídeo Saiba mais Ouça músicas sem anúncios com o YouTube Premium Música Forró de Dois Amigos Artista Edmilson do Pífano Álbum Forró no Sítio Licenciado para o YouTube por ONErpm (em nome de EDMILSON DO PÍFANO); LatinAutor - ACODEM, LatinAutorPerf, ONErpm (US) Music Publishing, ONErpm Publishing (Brazil) e 1 associações de direitos musicais

Fonte:  https://www.youtube.com/watch?v=dmcr-T4TRqY&t=6s

Maria Curupaiti: uma pajeuzeira na Guerra do Paraguai

maio 29, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

Maria Curupaiti. Arte de Saulo Pfeiffer


Alexsandro Acioly

(Pesquisador e Historiador - CPDOC/PAJEÚ)


Antes de falar na nossa heroína pajeuzeira vamos fazer uma breve recapitulação da Guerra do Paraguai.

Pois bem. A Guerra do Paraguai ocorreu entre os anos de 1864 e 1870 entre Argentina, Brasil e Uruguai, que formavam a “Trílplice Aliança”, por motivos políticos, econômicos e territoriais contra o Paraguai do ditador Francisco Solano López.

Brasil e Paraguai já vinham com alguns desentendimentos mesmo antes do início da guerra, pois já havia uma disputa entre os dois países em relação ao território onde hoje situa-se o estado do Mato Grosso do Sul. Além disso, existia também outro desgaste em relação à navegação da Bacia Platina, onde o Brasil era a favor da livre navegação e o Paraguai de López era contrário. Quem sabe se a ideia de Solano em não querer a navegação nesse trecho não fosse relacionado ao fato de o Paraguai ser o único País ao Sul da América do Sul que não tem acesso ao mar?

      E o que danado era essa Bacia Platina?

Peraí que nós vamos dizer. A Bacia Platina é a segunda maior bacia hidrográfica do Brasil, perdendo apenas para a Bacia Amazônica, e é formada pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. E o danado do Solano sem querer que ninguém navegasse nessas águas, já pensou?




Até aí tudo bem, mas onde danado entra o Pajeú e essa tal mulher?

Bora simbora.

 A Vila de Flores e a Guerra do Paraguai

Naquela época o país vivia uma gangorra entre liberais e conservadores e Flores convivia com esse sobe e desce do poder, principalmente por conta da sua extensão territorial no período. Mas o fato é que em Flores os acontecimentos do conflito na região platina passava despercebido, pois os acontecimentos na região eram outros totalmente diferentes do que se passava na região Sul do Brasil.

Coincidentemente, por causa de dois filhos do Capitão Antônio Lopes de Siqueira Braga, por nomes de Lúcio e Raimundo Lopes de Siqueira, que viviam afrontando e agredindo os cidadãos de bem daquela região e também da Ingazeira, Flores passa a ser bastante citada. A partir do ano de 1865, por conta desses e de outros acontecimentos, a Vila começa a ser indagada com insistência sobre a organização de um “Corpo de voluntários da Pátria” na zona do Pajeú para seguir para os campos de batalha do Paraguai.

Vale salientar que o trabalho de recrutamento foi muito polêmico, pois a família Campos, segundo é citado no livro Flores do Pajeú, de Belarmino de Souza Neto, tinha alguns adversários rancorosos que em contato com jornais da época faziam acusações de que alguns recrutados não eram voluntários. Estes eram chamados de “Voluntários da Corda”, por seguirem amarrados para os postos onde eram designados. Essa era a situação na região de Flores.

Maria Francisca da Conceição

Em 1866 Maria era uma criança com apenas 13 anos,. Mas em meio a tão tenra idade, ela se apaixona por um soldado de esquadra com o qual nesse mesmo ano se casa na pequena capelinha rústica do lugarejo (Revista Cruz Vermelha – Setembro de 1943).

Já casado, o então cabo e esposo da nossa Maria é convocado para o combate do Forte Curuzú e é a partir daí que a nossa heroína começa a sua trajetória notável.

O pelotão onde estavam Maria e o seu esposo era comandado pelo então Conde de Porto Alegre, Manoel Marques de Sousa. Esse proibiu que todas as mulheres seguissem os esposos para a batalha citada no parágrafo anterior. Maria infringe todas as regras e raspa a cabeça, consegue um uniforme e por ter uma estatura magra, baixa e aparentando pouco vigor físico, passa despercebida entre os comandantes e soldados (menos pelo seu grande amor) que nada pode fazer para que ela não seguisse junto com a tropa.

Batalha de Curuzú



Essa batalha foi travada entre os dias 1 e 3 de setembro de 1866, meses depois da vitória da esquadra na batalha de Tuiuti, vencida pelos aliados que faziam a Tríplice Aliança. O Forte de Curuzú ficava do lado esquerdo do Rio Paraguai, em território paraguaio. Batalha dolorosa para Maria, que perdeu o esposo e jurou vingança. Em meio a tantos mortos, ela se despede do amado e se embrenha na luta. A baioneta fez aflorar o sangue sertanejo que até então não havia sido colocado à prova. Isso a faz ganhar a admiração de todos, tamanha a sua bravura. Após a vitória, seguem rumo ao Forte de Curupaiti, lugar que dera nome a nossa Maria por lutar tão bravamente e onde será descoberta após ser ferida durante o combate. Tanto o Forte Curuzú quanto o Curupaiti serviam de defesa avançada da fortaleza de Humaitá.

 

   Batalha de Curupaiti

 
Posicionamento dos fortes e da fortaleza de Humaitá


A Batalha de Curupaiti, comandada pelo General Guilherme Xavier de Sousa, comandante do 2º Corpo do Exército Brasileiro, teve início em 22 de setembro de 1866 e lá estava a pajeuzeira em mais outra batalha sangrenta. A essa altura Maria não só devia estar com o desejo de vingança como, também, já havia de ter incorporado o patriotismo que muitos dos soldados carregavam consigo. Mas frente a sua coragem em tentativa de avanço perante as tropas inimigas Maria tomba ferida e é socorrida por soldados para que fosse feito os primeiros socorros. É nesse momento que a pernambucana do Pajeú das Flores é descoberta. A partir desse momento Maria Francisca da Conceição passa a chamar-se: Maria Curupaiti, em alusão a sua bravura nos campos de batalha de Curuzú, Tuiuti e Curupaiti.

Segundo alguns jornais a agora Maria Curupaiti, ainda combateu na Batalha de Tuiuti.

Muitos não sabem, mas Curupaiti tem tudo a ver com a nossa guerreira e com a nossa região. O significado de tal palavra vem do tupi-guarani e pode significar literalmente:

      -¨a água do angico¨ (curupaí+ti)

      -¨lugar abundante em angicos¨ (curupaí+ti(ba)¨.

O certo é que Maria Francisca da Conceição voltou ao Brasil, mas nunca ao sertão onde nascera, sendo encontrada na década de 1930 perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro, onde viria a falecer tempos depois. Em 26 de Junho de 1938 o Jornal O Dia, do Paraná, publica em uma de suas páginas uma homenagem feita a Maria Curupaiti pelo 15º Batalhão de Caçadores em Curitiba – PR. Curupaiti foi também homenageada por outros periódicos em meados do século XX, como também, uma homenagem foi feita pela cidade de São Paulo, com o nome de uma das suas ruas na Vila Ester, Zona Norte da capital.

Vila Ester - SP e a Rua Maria Curupaiti


O nosso angico da guerra do Paraguai é merecedora de todas as homenagens recebidas. Pena não terem sido feitas com ela ainda em vida.

Repetindo o grito de guerra dos soldados que a homenagearam no 15º Batalhão de Caçadores, em maio de 1930:

“Aqui está Maria Curupaiti – Avante!"

O GIGANTE DE CARDIFF

maio 29, 2021 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

 

Homem petrificado de quase 3 metros: a mentira do Gigante de Cardiff

Vista por muitos como uma prova bíblica, a descoberta chegou a enganar mais de 2 mil pessoas em uma só semana

Gigante de Cardiff / Crédito: Wikimedia Commons 

    No dia 16 de outubro de 1869, dois trabalhadores chamados Gideon Emmons e Henry Nichols descobriram um enorme pé de pedra, que fazia parte de um corpo com aproximadamente 3 metros de altura, enquanto escavavam uma terra na cidade de Cardiff, no interior de Nova York, que fazia parte da propriedade de William Newell

    O proprietário declarou o gigante como uma importante descoberta, e acabou montando um sistema de visita, em que todos poderiam ver o enorme homem de pedra por 25 centavos. Após dois dias, a procura começou a se tornar cada vez maior e o valor foi aumentado para 50 centavos.

    Inúmeras pessoas que moravam perto da região ficaram interessadas em vê-lo pessoalmente, abandonando seus trabalhos e juntando toda sua família apenas para conferir a nova maravilha. As manchetes dos jornais da cidade eram dominadas pelo apelidado Gigante de Cardiff, que, apenas na primeira semana, chegou a reunir cerca de 2.500 pessoas. 

    Muitos moradores passaram a acreditar que a descoberta se tratava de um enorme homem bíblico petrificado que havia sido preservado há milhares de anos, devido ao fato de que Cardiff era um local com um grande número de descoberta de fósseis. 

    Um pastor da cidade de Syracuse, teria afirmado na época que o Gigante de Cardiff era uma prova das passagens bíblicas, dizendo que “não é estranho que qualquer ser humano, depois de ver essa figura maravilhosamente preservada, possa negar a evidência de seus sentidos. E se recusa a acreditar no que é tão evidente que temos aqui um ser humano fossilizado, talvez um dos gigantes mencionados nas Escrituras?”.

    Em contrapartida, o responsável pela Universidade Cornell teria dito que todos aqueles no qual acreditavam na teoria de que o gigante seria alguém da Bíblia, estaria agindo ao contrário de todas as razões científicas. Já um professor de ciências, também de Syracuse, teria criado a teoria de que o homem seria uma estátua esculpida por jesuítas franceses há alguns séculos.

    A nova suposição acabou atraindo a atenção de James Hall,  geólogo do estado de Nova York, que o chamou de "o objeto mais notável já trazido à luz em nosso país". Consequentemente, acabou se descobrindo que tudo não passava de uma grande farsa. 

    George Hull, parente de William, o dono da terra onde o Gigante de Cardiff foi descoberto, teria criado a estátua na década de 1860, após discutir com um pastor que defendia fervorosamente a passagem da Bíblia onde dizia que gigantes realmente habitaram a Terra durante aquela época. Com o fim da discussão, Hull teria dito: "De repente, pensei em fazer um gigante de pedra e transmiti-lo como um homem petrificado".

A grande farsa

    Toda a mentira teria começado no estado de Iowa, quando George comprou um enorme bloco de gesso afirmando que ele se tornaria um futuro monumento em homenagem ao presidente americano Abraham Lincoln. Logo após, ele teria enviado o material para Chicago, onde um cortador de pedras alemão teria dado vida ao gigante. 

    Com a obra já pronta, ela foi enviada para Cardiff, onde Hull e Newell a enterraram no mês de novembro de 1868. Pouco menos de um ano depois, o dono da propriedade mandou que dois homens cavassem um poço no lugar onde o suposto homem petrificado estava enterrado, sem que eles soubessem de nada. 

   Após algumas semanas, ambos conseguiram lucrar o equivalente a uma pequena fortuna na época. Hull chegou a gastar cerca de 3 mil dólares para criar o Gigante de Cardiff, mas acabou recebendo 30 mil de empresários que se ofereceram para uma participação. 

   Com a fama da estátua, inúmeras cópias passaram a aparecer. O artista PT Barnum, após ter sua oferta de 50 mil dólares pelo gigante recusada, acabou contratando um escultor para a criação de sua própria réplica, que acabou sendo exposta em seu museu na cidade de Manhattan. Do lado de fora do estabelecimento, pessoas gritavam “O que é isso? É uma estátua? É uma petrificação? É uma fraude estupenda?”.

    Em pouco tempo, novos Gigantes de Cardiff passaram a surgir em todo o país. O Inquérito da Filadélfia resumiu a nova onda como "É bastante rico que sejamos vítimas de uma fraude contra uma fraude".

Apesar de toda a revelação, a procura pela estátua continuava grande. Em 1901 ela passou a ser exibida na Exposição Pan-Americana, mas acabou sendo vendida para uma editora em Iowa, e se encontra em exposição desde 1947 no Museu dos Fazendeiros de Cooperstown, onde ainda recebe visitações.

Fonte:  https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-gigante-de-cardiff-farsa-de-nova-york-do-seculo-19.phtml - Por: Daniela Bazi

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Auto da Compadecida e a Roliúde Nordestina

maio 28, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

   


  Neste mesmo local, em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Chicó e Rosinha se beijaram após ele vencer os valentões Cabo Setenta e Vicentão, todos mentindo coragem para agradar ela.

Claro que vocês já sabem que se trata de cena dO Auto da Compadecida, obra teatral de Ariano Suassuna e cinematográfica de Guel Arraes.

Na arte, era a cidade de Taperoá, berço que balançou Ariano. Na real, é a cidade de Cabaceiras, a Roliúde Nordestina. Duas paraibanas arretadas.

Ah, e na foto (real e artística), estrelando: Alexandre e Veratânia Morais. Dois do elenco Cultura e Coisa e Tal.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Xico Sá - Crônicas do Diário do Nordeste

maio 27, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Um papo com o papa sobre cachaça, oração e vacina

   Só o papa Francisco para aliviar nossa tensão pré-vacina (TPV) no perigo dessa hora: "Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração”.
  Como sou um cronista insuspeito, mais devoto da Kariri com K (aguardente de Barbalha) do que da missa; mais para um malbec da terra do sumo pontífice do que para a ladainha religiosa, vos pergunto: como aguentar sóbrio ao Brasil desta safra?
  Como manter a mínima sanidade, querido xará argentino? Só tomando uma Serra Limpa nas beiradas do açude de Campina Grande, terra do padre João Paulo Souto Victor, o mensageiro que espalhou o vídeo com o chiste de Vossa Santidade nas redes sociais.
  Brinco, Francisco, do meu lugar de privilegiado, mas para a massa não está sendo fácil. O churrasco agora só no aroma artificial do salgadinho das crianças, diz uma prima do Crato — só lembrança, como no brega de Bartô Galeno.
  A economia da escola bolsoguedista impõe no cardápio popular muita asa, pé de frango e ovo – o “bife do zoião” na língua viva (e se bulindo) chamada nordestinês.
  Cá entre nós, o povo reza e ora até demais, santo papa, e não deixa de pingar uns trocados na cestinha de ofertas da missa e um dízimo no culto dos evangélicos, isso é sagrado. Parece que o problema são os intermediários, com a devida vênia e perdão deste que vos fala. E viva os deuses que dançam, sei que compreendes.
  Obrigado pela gaitada, homem de Deus, nesta TPV (tensão pré-vacina) da moléstia, um medo miserável da nova bubônica, essa peste que encontrou no bolsonarismo o mito da cordialidade mais extremada. Brinco, Francisco, mas, em bom latim, que merda, sei que me compreendes.
 E pra terminar com uma dose de Chave de Ouro, vossa imunidade, orai pelos pobres que nem sabem fazer oração, imploro na súplica cearense possível, misere-rê nobis.
Publicado originalmente no Diário do Nordeste

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Dia do Sanfoneiro

maio 26, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


   Sabemos que o Mestre Sivuca, paraibano virtuoso, um gênio levou o Acordeon, a sanfona para tantos locais e que fez desse instrumento, inspiração pra milhares de pessoas. Também sabemos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga de sua imensurável importância pra o forró, pra nossa cultura popular NORDESTINA. E também sabemos de outro Mestre chamado Dominguinhos que fez da sua arte, a Arte pra muita gente Brilhar. 

   Nessa trinca de Ouro eu saúdo o Dia do Sanfoneiro. 

 Mas eu estou falando do Sanfoneiro de paixão, de amor, de choro e sorriso. 

 Do sanfoneiro do Pé de calçada, dos sítios, fazendas, esquinas, bares e ruas.

 São dessas pessoas iluminadas que do som do seu fole faz a vida ser mais vivida e mais bela pra quem escuta num Batente ou num tamborete de sucupira a música que embala os corações do Povo, da Gente.

  Viva e salve mesmo O Dia do Sanfoneiro. 

Alexandre Pé de Serra

Forrozeiro, poeta ,compositor e Enfermeiro Do Nordeste-Brasileiro.


Foto: Elias Carneiro 

terça-feira, 25 de maio de 2021

É cada nome de cidade!

maio 25, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
   Nós do Cultura e Coisa e Tal não somos tão mega curiosos quanto o site Mega Curioso. Mas gostamos de história e de curiosidades na medida grande. E dentre estas, sempre abrimos olhos e ouvidos para nomes e histórias das cidades.
   Eis que os curiosos de lá fizeram uma lista com o título de Os 20 nomes mais bizarros de cidades brasileiras.
   Ei-las:

1. Entrepelado - Rio Grande do Sul
2. Passa e Fica - Rio Grande do Norte
3. Rolândia - Paraná
Que abraço, heim!
4. Sombrio - Santa Catarina
5. Salto do Lontra - Paraná
6. Pintopólis - Minas Gerais
7. Combinado - Tocantins
Então fica combinado assim!

8. Anta Gorda - Rio Grande do Sul
9. Jijoca de Jericoacoara - Ceará
10. Dois Vizinhos - Paraná
11. Sério - Rio Grande do Sul
12. Carrasco Bonito - Tocantins
13. Paudalho - Pernambuco
14. Curralinhos - Pará
15. Ressaquinha - Minas Gerais
Imagina subir essa escadaria aí com uma ressaquinha que seja.

16. Não-me-toque - Rio Grande do Sul
17. Virginópolis - Minas Gerais
18. Nova Iorque - Maranhão
19. Barro Duro - Piauí
20. Ponta Grossa - Paraná
É verdade, é grossa.

  Não explicaram os critérios de escolha. Mas, sem competição nenhuma, tem nome mais estranho por aí.
     Vamos fazer nossa lista só com 10:

1. Chorrochó - Bahia 
2. Gurinhém - Paraíba

3. Pindamonhangaba - São Paulo
4. Seropédica - Rio de Janeiro
5. Montividiu - Goiás
6. Brejetuba - Espírito Santo

7. Nioaque - Mato Grosso do Sul
8. Zé Doca - Maranhão
9. Governador Dix-Sept Rosado - Rio Grande do Norte
10. Uruburetama - Ceará


 Agora nem perguntem porque é que não colocamos Afogados da Ingazeira - PE na lista.
   É que da nossa estranheza, que falem os outros.

Festival Canavial Artes Cênicas e Cultura Popular

maio 25, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


   O Festival Canavial Artes Cênicas e Cultura Popular - FCAC é a pedida para este final de semana, 28 a 30 de maio. Serão 14 espetáculos com teatro adulto, teatro infantil, teatro de bonecos, teatro de rua, contação de história, dança e mais um seminário. 

   Em tempos de pandemia, a edição, claro, é virtual. Acompanhe tudo acessando a página do Movimento Mata Goiana. É só clicar aqui


maio 25, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

Manoel Arão e o "inquerito litterario"

maio 25, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 Alexsandro Acioly

(Pesquisador e historiador - CPDOC/PAJEÚ)

  No oitavo ano do “Jornal Pequeno” de propriedade do Doutor (Advogado) e jornalista, Thomé Joaquim de Barros Gibson, o periódico recifense, que circulava no Estado e era também correspondente de alguns periódicos brasileiros, criou um tipo de questionário, onde eram feitas três perguntas às pessoas ligadas à arte, principalmente as ligadas à literatura. E eis que, no dia 19 de Junho de 1905, o sabatinado foi o afogadense Manoel Arão de Oliveira campos, ou “Manoel Arão”, como ficou conhecido.

  Arão era filho do Capitão José Matheus Coimbra Campos e da Senhora Francisca Joaquina de Oliveira Campos. Os mesmos foram sócios e fundadores do “Club Litterário” instalado na pequena Villa de Afogados, em Outubro de 1880. Com certeza, o meio em que viveu o pequeno Manoel Arão o fez alçar voo e se tornar o grande escritor e poeta reconhecido nacionalmente. Arão levou consigo o conhecimento e o intelecto adquirido durante a infância na nossa Afogados da Ingazeira.

   Eis a raríssima publicação, escavada e compartilhada pelo Cultura e Coisa e Tal:












segunda-feira, 24 de maio de 2021

A falta de tempo de Sabino

maio 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
    O sistema penitenciário brasileiro é extremamente ocioso, tu sabe, né?
   Sabe, não!
   Pois Sabino Mão de Cola sabe. Já foi preso cinco vezes.
   Aí tava ele lá, estirado num colchão fino que só uma fatia de mortadela, olhando pro tempo e pensando no que devia ter pensado antes de chegar naquela cela amarela encardida. Incentivado pelos colegas resolveu estudar. A professora ia todo dia na cadeia e, com mais paciência do que Jó, ensinava as primeiras letras aqueles alunos já crescidos. 
   Na sexta-feira deixou uma tarefa. Coisa simples, mas que já definiria o nível dos alunos aquela altura dos estudos.      
   Chega na segunda-feira, toda animada, e grita: 
     - Vamos lá! Cadê a tarefa? 
     Todos os outros estiraram os cadernos mostrando os seus feitos, menos Sabino. 
     - Eu num fiz não, professora. 
     - Por que, seu Sabino? 
     E ele, com a cara mais cínica: 
     - Tive tempo, não.

Por Alexandre Morais

maio 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

Ju Vieira - Grão

maio 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Conhece o COCAR - Coletivo Cultural de Arcoverde?

E a MAMA - Mostra Arcoverdense de Música Autoral?

E a canção Grão com sua autora, Ju Vieira, cantando?

Tás vendo como é bom vir aqui no CCT - Cultura e Coisa e Tal?

Assiste aí:



Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

maio 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

    Pelo Exemplo


 O consultor internacional sobre liderança, John Adair, no livro “Estratégias de liderança de Confúcio”, entre outras muitas sinalizações indica que a melhor maneira de liderar é pelo exemplo. Cita a convergência entre pensamento do sábio chinês, que atesta: “Governar é corrigir. Se o senhor der o exemplo ao ser correto, quem ousaria a ser incorreto” e a frase atribuída a Albert Schweitzer, teólogo, filósofo, médico e músico alemão, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1952, que faleceu em 1965, com noventa anos: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros, é a única”. Esta ponderação atesta que a lógica de liderar pelo exemplo atravessa séculos, sem perder sua essência.

  Esta linha de pensamento me incomodava na época que assumi os primeiros cargos de direção no Banco do Brasil. Com alto grau de miopia eu pensava: “Não tenho que me basear em nada ou ninguém para fazer o que é certo”. Não sabia eu, na minha lógica de principiante, que o exemplo seria a caminho para que não caísse em tentações. Ao me convencer da veracidade deste posicionamento tentei aplicar à exaustão. Permitam-me afirmar que os resultados foram os melhores possíveis. Quem testar, tenho absoluta certeza, chegará aos objetivos com menos esforço e descobrirá que os espanhóis têm razão ao afirmar: “Você se torna aquilo que faz.”

   Em sua obra, Adair sugere que para liderar pelo exemplo o líder precisa: "Ter entusiasmo – Ter integridade – Ser firme, exigente e justo – Ser caloroso e Ser humilde.” Por experiência própria e comprovação em várias oportunidades, atesto que tais qualidades são luzes que iluminam os caminhos dos que lideram pelo exemplo.

  Validando as ponderações acima atesto que nas vezes que pude liderar pelo exemplo, em diversos cargos que exerci no setor público e privado, fui seguido pela equipe sem muito esforço. Nos momentos que fracassei neste sentido as dúvidas surgiram e o desempenho foi inferior ao alcançado nas situações em que o exemplo foi percebido pelos liderados.

Publicado originalmente no Blog do Finfa

Praça do Meio do Mundo

maio 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

Veratânia e Alexandre Morais - Cultura e Coisa e Tal no Meio do Mundo

Desse ponto aí da foto cima se escuta (e se avista) os ecos da Borborema e do Cariri paraibanos.
Foi daí que Wagner Moura e Cláudia Abreu (fotos de baixo) partiram, de bicicleta, para o Rio de Janeiro.
No caso deles foi o filme O caminho das nuvens, história cinemada de Cícero, caririzeiro de Santa Rita, que fez o percurso real junto com a esposa e cinco filhos.
Já viu o filme? Já foi na Praça?

   Olha a Sinopse:

  O caminho das nuvens, 2003, 1h25
  Direção: Vicente Amorim

 Romão (Wagner Moura) é um caminhoneiro que está desempregado no momento. Sem conseguir emprego e tendo que sustentar sua mulher Rose (Cláudia Abreu) e seus cinco filhos, ele decide partir em busca de um local onde possa conseguir o sonhado emprego que lhe pagará o salário de R$ 1.000,00. Romão e sua família partem então numa jornada de 3.200 km, saindo de Santa Rita, na Paraíba, até o Rio de Janeiro de bicicleta.


sábado, 22 de maio de 2021

Vander Lee - Pra cantar junto

maio 22, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários



Onde Deus possa me ouvir

(Vander Lee) Sabe o que eu queria agora, meu bem? Sair, chegar lá fora e encontrar alguém Que não me dissesse nada Não me perguntasse nada também Que me oferecesse um colo ou um ombro Onde eu desaguasse todo desengano Mas a vida anda louca As pessoas andam tristes Meus amigos são amigos de ninguém Sabe o que eu mais quero agora, meu amor? Morar no interior do meu interior Pra entender porque se agridem Se empurram pro abismo Se debatem, se combatem sem saber Meu amor Deixa eu chorar até cansar Me leve pra qualquer lugar Aonde Deus possa me ouvir Minha dor Eu não consigo compreender Eu quero algo pra beber Me deixe aqui, pode sair Sabe o que eu mais quero agora, meu amor? Morar no interior do meu interior Pra entender porque se agridem Se empurram pro abismo Se debatem, se combatem sem saber Meu amor Deixa eu chorar até cansar Me leve pra qualquer lugar Aonde Deus possa me ouvir Minha dor Eu não consigo compreender Eu quero algo pra beber Me deixe aqui, pode sair Meu amor Deixa eu chorar até cansar Me leve pra qualquer lugar Aonde Deus possa me ouvir Minha dor Eu não consigo compreender Eu quero algo pra beber Me deixe aqui, pode sair Adeus