quinta-feira, 26 de julho de 2018

julho 26, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Cajuína

julho 25, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
Foto Divulgação: Torquato Neto e Caetano Veloso
     Em "Cajuína", o magistral Caetano Veloso (1942), expressa a sua dor e reflexão, diante da morte do amigo e idealizador da Tropicália, o poeta piauiense Torquato Neto. Torquato Neto, nacionalista, revolucionário, visionário que fez a cabeça dessa geração tropicalista, Chico, Caetano, Gil, e tantos outros. Depois, cai em solidão profunda. Aventura-se no cinema novo com Glauber Rocha e, após ver todos os seus amigos exilados, escreve um bilhete após ver a carnavalização em Hollywood com Carmem Miranda,portuguesa, se passando por brasileira(tropicalista) com a cabeça cheia de frutas tropicais. Escreve um bilhete, “morri porque caiu um abacaxi na cabeça do meu pau” e liga as torneiras de gás no Rio e comete suicídio.
  O intelectual e ativista cultural, Torquato Neto, há muito não falava com Caetano. Caetano então vai a Teresina por ocasião do enterro de Torquato e faz a música. Existirmos… uma reflexão ” viver pra quê? a que se destina?…”
   Segundo relato do próprio Caetano (ver vídeo relacionado) o pai do Torquato o recebeu em sua casa em Teresina e lhe ofereceu um copo de cajuína, bebida característica do local. Caetano chorava muito eo pai de Torquato o consolava. Em um determinado momento o pai se ausenta e retorna com um “rosa pequenina”. Caetano então refletindo sobre aquele momento ganha inspiração para compor.
     Agradece a Torquato por ter lhe dado a rosa pequenina, (cultura) ou conhecimento. O poeta magro, como todos os tropicalistas da época” apenas a matéria vida era tão fina”. Lembranças e reminiscências de um passado não muito distante que agora se avoluma com a morte do amigo. Caetano compara seu olhar cristalino e puro com a Cajuína, bebida original do Piauí que caracteriza-se por ser a “essência”, o”supra-sumo” da pureza do caju. Um elemento nordestino, puro, resistente, cristalino que não se turva.


CAJUÍNA
(Caetano Veloso)

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina.

Fonte: http://museudacancao.blogspot.com

Letras

julho 25, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários
Foto: Homero Sergio / Folhapress - Copiada de http://www.correiodopovo.com.br


Galos, noites e quintais

< Belchior >



Quando eu não tinha o olhar lacrimoso
Que hoje eu trago e tenho
Quando adoçava o meu pranto e o meu sono
No bagaço de cana de engenho

 

Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus
Fazendo eu mesmo o meu caminho
Por entre as fileiras do milho verde que ondeiam
Com saudades do verde marinho

 
Eu era alegre como um rio
Um bicho, um bando de pardais
Como um galo, quando havia
Quando havia galos, noites e quintais

 

Mas veio o tempo negro e a força fez
Comigo o mal que a força sempre faz
Não sou feliz, mas não sou mudo
Hoje eu canto muito mais




 

Apesar dos pesares - 4

julho 25, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários



Apesar dos pesares, minha terra
Tu resistes ao riso dos injustos
Que sorriem enquanto o povo em guerra
Vê a vida vendida a sujos custos
Quem se cansa à espera da justiça
No descanso padece de preguiça
Sem gritar, se contenta com migalhas
Brasil pobre, que prende a própria voz
Mais que vítima és também teu próprio algoz
Dando o pulso à navalha dos canalhas

                          < Alexandre Morais >

julho 25, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários

Novos Baianos viveram paz e amor no Cantinho do Vovô

julho 25, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários
   Lia-se “Cantinho do Vovô” ao invés de “ordem e progresso” na bandeira pintada no portão. Era o portal para a comunidade dos Novos Baianos entre 1971 e 1975, um sítio em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Em plena ditadura militar, os músicos de Acabou Chorare e Preta Pretinha viviam lá seu “neo-socialismo”.
  Na casa armavam-se cabanas, as moradias próprias de cada um. Já era assim no apartamento, em Copacabana, onde não tinham tanta liberdade e natureza, além de terem sido despejados por falta de pagamento. Viviam juntos os Novos Baianos Moraes Moreira, Luiz Galvão, Baby Consuelo hoje Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes, mais a banda A Cor do Som. Sem contar motorista, empresário, esposas, as crianças e agregados, como um argentino de dupla personalidade e um índio boliviano que conheceram na Bahia.
   A ideia, segundo Galvão, autor de Anos 70: Novos e Baianos (34, 1997), era “manter as pessoas juntas, sem que elas se sentissem agredidas por normas, proibições e ordens”. Havia os administradores dos assuntos gerais: cozinha e lavanderia. Uma dupla se responsabilizava pelos instrumentos, outros cuidavam dos gastos com futebol, e assim por diante. Na porta da cozinha ficava o “mocó”, um saco com o dinheiro que tinham, de uso comunitário. “Somos crianças brincando de casinha”, dizia Baby, que depois viraria do Brasil.
  Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé eram visitas constantes, além de curiosos em geral. Certa vez apareceu um ex-presidiário, que, saindo da prisão, não tinha para onde ir. Foi recebido. Excursões escolares chegaram a visitar o sítio para conhecer o sistema.
   Vira e mexe os moradores do sítio tinham problemas com a polícia. Ou por porte de drogas, das quais eram adeptos para “se livrar das ideias opressoras”, ou, simplesmente, por serem cabeludos.
   Todos picando quiabos, uma enorme panela na fogueira e crianças tomando banho no quintal eram cenas comuns no sítio. Os dias corriam com rodas de música, ensaios, composições e peladas (ou babas, na gíria baiana), muitas vezes levadas à sério em torneios. O principal adversário era o time de Ipanema, com Evandro Mesquita e Vinícius Cantuária no meio-de-campo. O pessoal do Cantinho do Vovô achava que o futebol não merecia ser coisa de “alienado”, como pensava a juventude de esquerda na época. Criaram o Novos Baianos Futebol Clube. O nome virou também título do terceiro álbum deles, de 1973.
   A alegria era uma arma contra os anos de chumbo. Galvão avalia que “o grupo enfrentou o tempo Médici como numa partida de futebol, dando sangue, suor, inteligência, calma, juventude, alma e todas as virtudes para vencer e, na pior das hipóteses, empatar”. Acabou Chorare, elepê de 1972 que condensa o espírito da turma, é constante nas listas dos melhores discos da música brasileira. 

Copiado de: www.almanaquebrasil.com.br

terça-feira, 24 de julho de 2018

Farinha Pouca, Meu Pirão Primeiro...

julho 24, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
Foto/Divulgação

     Às vezes, é preciso parar tudo e apertar as arruelas que vedam as brechas da engrenagem da vida. A vida é um moto-contínuo, somos máquinas humanas que precisam reutilizar a energia gerada pelo nosso próprio movimento. O sistema brasileiro está enferrujado e precisamos urgentemente lubrificá-lo. 
  A PETROBRAS é nossa, o PRÉ-SAL é nosso, a AMAZÔNIA é nossa, e se a gente não cuidar do que é nosso, vamos ter que importar, a muito custo, o combustível para o nosso movimento, o ar para nossa respiração (que, dependendo da cor e da classe econômica, pode vir com ou sem o cilindro). Não temos obrigação de tapar buraco de ninguém, muito menos de trabalhar até perto do fim da vida para somente depois de quase morto sermos recompensados. 
     Outro dia, li uma frase na lameira de um caminhão dizendo assim: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Aí fiquei pensando: esse é o lema da política brasileira, resguardadas as devidas exceções.    
     Hora de parar tudo e reaver a nossa Constituição, a nossa dignidade, elevar a nossa bandeira ao topo do mastro e varrer o lixo de dentro de casa.


Não me venham com migalhas de sorrisos
Não debochem nem zombem desses povo
Que só quer que amanheça um sol mais novo
E acordar com a luz de um novo dia. 
Quando a flâmula trêmula em rebeldia
Renegados semblantes causam estorvo
Tudo sem, tudo nada, tudo torvo
E a força do bem se principia. 
Estilhaços de vida rasgam o pano
Desse circo patético e desumano
De algozes gentis fenomenais. 
Não me venham com migalhas de sobejo
Não tirem do povo o seu desejo
Se não for pra ajudar nos deixem em paz.
(Maciel Melo)



sexta-feira, 20 de julho de 2018

julho 20, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários

quinta-feira, 19 de julho de 2018

19 de Julho Dia do Vaqueiro Nordestino

julho 19, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
Foto: Leca Acioly

Vaqueiro, meu irmão vaqueiro
Pareces feito de pedra, feito de couro
E no entanto tens voz e tens coração
Tua voz é um lamento triste,
Mas também sabes te alegrar
Teu coração não anda se derramando
Mas quando ama, ama!
Agradeço a Deus que te fez como te fez
Mudar, só para melhor.

(Dom Hélder Câmara)