segunda-feira, 21 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Forró com cantoria
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Um versinho pra Diniz...
Tava o sol meando sua missão
De provar os poderes divinais
Quando o facho dos versos colossais
Bruscamente sofreu um apagão
Dom Diniz, o poeta da razão
Que não deu um só passo em terra escura
Foi ao chão, ao caixão e à sepultura
Pra deixar toda arte enlutada
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura
...e outros versões pra Diniz também
Naturais, Eruditos ou Barrocos
Todo estilo acentava pra Diniz
Outros astros pra terem seus perfís
Se acaso existir, existem poucos
Como todos os gênios que são loucos
Ele tinha uns sintomas de loucura
Pra poder ter direito à sepultura
Pelas mãos de terceiros foi comprada
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura
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(Diomedes Mariano)
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* Sem sepultura em Caruaru, onde morreu, um pedaço de chão de cemitério foi doado de última hora pela Prefeitura para o sepultamento do poeta.
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De repente, uma nota triste diz
“O agreste ficou sem seu Diniz
Lourinaldo ficou sem seu irmão
O repente ficou na contramão
E o Nordeste ficou na amargura”
Dos seus versos repletos de doçura
Resta, agora, depois do tudo, o nada
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura
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(Dedé Monteiro)
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* Lourinaldo Vitorino, irmão de Diniz, também é poeta repentista.
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Que o Poeta Diniz foi genial
Não precisa que’u diga, nem que’u mande
Eu só sei que o seu verso era tão grande
Que cabia apertado no plural
Seu pensar lapidado e natural
Fez de cada poema uma moldura
Pra deixar a imagem da ternura
Como a sua viola pendurada
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura
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(Zé Adalberto)
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*"...verso tão grande que cabia apertado no plural." Que era assim, muitos sabem, mas pra dizer assim, só Zé mesmo.
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Quantos versos de amor deixou escritos
Quantas vezes a mãe já exaltou
Muitas vezes sofrendo por amor
Escreveu uns sonetos tão bonitos
Tantos versos pensados e não ditos
Representam, talvez, a alma pura
Do poeta tão cheio de ternura
Mas que hoje já não escreve nada
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura
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(Veronica Sobral)
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*Valeu, poetisa, sem dúvidas Diniz partiu sem ter tempo de dizer uns milhões de novos versos bonitos.
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Colaboração da página http://www.poetisaveronicasobral.blogspot.com/
domingo, 6 de junho de 2010
Diniz Vitorino saiu de nossas vistas
VOTE MAVI
TABIRA TERÁ ESCOLA DE POESIA ORGANIZADA PELA APPTA
Com o projeto " ESCOLA DE POESIA", a APPTA (Associação de Poetas e Prosadores de Tabira) foi contemplada e se tornou Ponto de Cultura. A Associação, que há anos, luta por um recurso para manter viva as raízes da poesia popular, está iniciando uma fase significativa, já que durante 3 anos, será financiado um Projeto de Oficinas de poesia na cidade, garantindo a continuidade do trabalho que poetas já faziam de forma voluntária.
O projeto Escola de Poesia, que promoverá o curso de formação poética, é um instrumento pedagógico educacional montado na intenção de promover e preservar a principal cultura popular do pajeú: a poesia. Também dando ênfase as suas vertentes.
Anualmente, a Escola de Poesia vai atender 120 alunos de todas as faixas etárias (sendo 4 turmas de trinta alunos).Serão 4 (quatro) oficinas com 24 (vinte e quatro) horas/aula de duração cada, com capacidade para 30 (trinta) alunos por oficina. Cada uma distribuída em 4 (quatro) semanas, sendo 2 (dois) dias de aula semanais de 3 (três) horas.
Assim, em três anos, haverá a formação de 360 pessoas (poetas e entusiastas da poesia popular) no município de Tabira, tendo em vista a produção de forma correta de todas as vertentes da poesia.
A primeira turma formada integrará a oficina 1 (um): Um passeio pela poesia pajeuzeira.
Na conclusão da oficina 1 (um) a turma passará à oficina 2 (dois): Declamação: a voz que dá vida à poesia. A oficina 3 (três): Contar histórias: o corpo e a voz se encontram com o texto.
A última oficina, conclui a formação da turma, é a de número 4 (quatro): Teatro em Verso & Prosa.
Os membros da APPTA, ao serem indagados, demonstram a satisfação pela aprovação e ressaltam o apoio decisivo do apologista, poeta e incentivador da cultura Vicente Neto na elaboração técnica do Projeto.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
ATRAÇÕES DO SÃO JOÃO DO GONZAGÃO DEFINIDAS
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Dia 23 : Nico Batista
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Dia 24 : Delmiro Barros, Nando e Os Manos
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Dia 25 : Maciel Melo, Nando e os Manos
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Dia 26 : Vozes do Campo
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Dia 27 : Nádia Maya e Lindomar Souza com Quarteto Forrozado
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Do Site e Nill Júnior
terça-feira, 1 de junho de 2010
Minha coluna do mês no jornal O Movimento
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Eu Quisera
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Eu quisera um país sem escopeta
Sem revólver, sem bala, sem canhão
Sem gatilho quebrando a espoleta
Sem acúmulo de gente na prisão
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Sem molambos rasgados na maleta
Dos famintos da triste emigração
Onde os pobres e pretos do planeta
Fossem vistos sem discriminação
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Ao invés do fuzil que mata e pesa
O rosário, o altar, o templo, a reza
Com um não para a guerra e um sim para a paz
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Com espaços para grandes e pequenos
Todo mundo feliz, sofrendo menos
E a palavra de Deus valendo mais.
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O Cara
Pra quem conhece de perto, o pedreiro dessa obra aí de cima é Dió. O cara se mistura com a poesia escrevendo, declamando, cantando, improvisando, conversando, contando lorota, falando dos outros e de outros sei lá quantos jeitos mais sem se cansar nem cansar ninguém. Sem contar que é gente tão boa quanto é poeta grande. E a memória, então? Zé de Cazuza tá vivo lá na Prata com o título de “Gravador Humano” e eu não discordo. Agora outra é verdade é que o que Zé tem mais do que Dió é tempo de gravação. Qualquer dia vou desafiar os dois a passarem uns 3 ou 15 dias recitando verso sem repetir o primeiro. Eu sei que eu perco, mas dessas apostas aí eu queria perder o resto da vida.
Pois é, e o soneto? Obra prima, né não!? Um grito de esperança e fé. Um ato contra as desigualdades, o racismo e os preconceitos; a favor da justiça, da comunhão e da fraternidade. É a voz de uma parte da humanidade bradando aos ouvidos da outra parte. “O cantador é a voz da multidão silenciosa, a história sonora dos que não tem história”, disse um dia Câmara Cascudo. Dió é isso aí.
Outra figura enorme é João Pereira da Luz, o João Paraibano, poeta na mais sublime essência da palavra. Como a alcunha diz, João é paraibano de Princesa Isabel. Adotou Afogados há 4 décadas e digo que é um dos maiores divulgadores desta terra por aí afora. Mas o que eu quero dizer mesmo é que estou escrevendo um livro sobre o poeta. Tá batizado de João Paraibano em vida e verso. O “vida” neste caso tem o sentido de abordar aspectos interessantíssimos da vida de João e de o fazer com o personagem ainda vivo. Tem muita homenagem pra quem já morreu. João precisa ser reverenciado ainda vivo. Eu tô fazendo a minha parte e aceitando ajuda. Pode mandar fotos, versos, causos, convite para cantoria, pitaco, gosto ruim, tira gosto e cachaça que é pra inspirar nós.
Já no forró a novidade é Lindomar que tá lançando um CD. Dizer que tá bom não vai ser surpresa pra quem conhece o rapaz. Repertório bem cuidado, alguns clássicos da boa música e trabalhos inéditos. Eu sempre gostei desse tipo de receita. Vale a pena conferir urgente. Procure por aí que você acha. E tem mais, num é pra ouvir só nesse tempo de São João, não viu!
Aí eu fiz uns versos outro dia meios desaforados. Guardei pra mim. Agora mês passado resolvi botar na minha página na Internet (tu já visitou, num já? www.culturaecoisaetal.blogspot.com) e teve gente que gostou. Uns vieram me perguntar a quem era que eu tava me dirigindo. Ôche, que povo desconfiado! Num tão vendo que é a quem interessar possa?
No tempo que morava no Recife, todo sábado de manhã eu tinha compromisso no Mercado da Boa Vista. Madrugava pra chegar cedo, mas num tinha jeito, Marcos Cocada sempre era quem abria o bar junto com o dono, o Mário, cabra que falava explicado e xiado. O nome do bar? O Escritório. Aloísio Arruda, Paulo Adriano, Júnior Finfa, Welson eram outros que não faziam falta por lá, só pra lembrar de alguns. Pois é, mas novesfora o saudosismo, quem tá dando as cartas por lá agora é Jorge Filó com sua Cachaçaria Matulão. É música, é poesia, prosa e, claro, cachaça. Não fui ainda, mas num passa desse mês eu chego lá. Se puder ir antes de mim, vá. Para conferir antes de ir acesse: http://www.nopedaparede.blogspot.com/.
Essa quem me contou foi Severino Pereira, hospedeiro de João Furiba, dia desses. Depois de arrodear-se de umas jovens numa mesa de bar em Tabira e de vê-las distanciar-se após saciadas, restou a João só a conta por companhia. Vendo o velho cantador de cara feia, um colega perguntou se a brincadeira tinha sido boa. João, que nunca botou uma raiva pra fora, disse sorrindo: - As bicha come mais do que pedra de amolar e bebe que só arco-íris... quase se acaba eu e o bar duma vez só.
E dali João entrou direto num carro de estudantes universitários que se dirigia a Patos. Uma moça sem conhecê-lo, teceu o comentário: - Tanto jovem preguiçoso e um homem dessa idade estudando! Aí perguntou: - O senhor tá fazendo o quê? E João em voz alta: - Economia. A moça: - Termina quando? E João: - Quando chegar em Patos. Chegando lá eu tenho economizado a passagem.
E por hoje eu vou ficando por aqui. É que passei umas três edições sem escrever aí me cansei. Até pensei que a turma do jornal não ia querer me ver mais por aqui. Quiserem. Aí eu digo feito os Demônios da Garoa: Deus é bonzinho pra nós, né! Fazer o quê?