quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Senado aprova profissão de Cantador de Viola
O projeto foi inicialmente apresentado pelo deputado Wilson Braga (PDT-PB) mas acabou sendo arquivado antes de ir para votação.
André de Paula o reapresentou e Inocêncio Oliveira (PR) fez gestões em favor de sua aprovação por ser um grande admirador dos violeiros nordestinos.
Só falta agora a sanção do presidente da República para virar lei. De acordo com o projeto, “considera-se repentista para os fins desta lei o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística, transmitindo a cultura e a tradição popular por intermédio do canto, da fala ou da escrita”.
De acordo com o pesquisador e folclorista Saulo Passos, Pernambuco é o Estado do Nordeste que tem o maior número de cantadores de viola mas na votação de hoje os três senadores de Pernambuco estavam ausentes.
Em nome da classe, os violeiros Geraldo Amâncio e Chico de Assis cantaram de improviso para os senadores.
Do site: inaldosampaio.com.br
terça-feira, 10 de novembro de 2009
O caçote lambe o chão...
Dia desses recebi de Verônica Sobral, de Tabira (PE), o mote “O caçote lambe o chão / Da cacimba que secou. O tema fora lançado numa comunidade do Orkut e pediam novos versos. Fiz um, mandei, depois outro, mandei... acabei fazendo seis. Deixo três aqui:
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Quando a seca se espalha
Na paisagem sertaneja
Um bode triste bodeja
Pois o berro é sua fala
Quem pudesse transformá-la
Nos dizia: - ele berrou
Dizendo a vida mostrou
Que quando as águas se vão
O caçote lambe o chão
Da cacimba que secou
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A campesina serena
Volta cedo do roçado
Expondo o corpo suado
Que o sol ressecou sem pena
Nasceu branca, tá morena
E com jeito que gostou
Diz o que alguém ensinou
- Aqui no nosso torrão
O caçote lambe o chão
Da cacimba que secou
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Uma abelha voa perdida
Em busca de água e flor
Toda folha perde a cor
Gafanhoto perde a vida
Uma vaca recém parida
Do vivente que gerou
Lambe o beiço, diz eu dou
Com saliva a salvação
E o caçote lambe o chão
Da cacimba que secou
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A grandeza dos nossos poetas
O filho de Itapetim
Também foi um dos gigantes
Deixou Ceará Selvagem
Mais bonito do que antes
A Tarde de Maio calma
E o sertão de Carne e Alma
Nos olhos dos Estudantes
Por tudo que o gênio fez
Deixou meu peito em dores
No poema de Eulália
Recordou os seus amores
A semente da Saudade
Criou mais fertilidade
No seu Pajeú de Flores
A grandeza do poeta: Ceará Selvagem, Tarde de Maio e Aos Estudantes, na primeira estrofe, assim como Eulália e Saudade, na segunda, são títulos de poemas de Rogaciano Leite. Carne e Alma, na primeira estrofe, é o título de um livro do poeta itapetinense, e Pajeú de Flores, que finaliza a segunda estrofe, é uma de suas citações mais célebres e mais repetidas neste pedaço de mundo poético no interior de Pernambuco. É o fecho da primeira estrofe do poema Aos críticos, composto por Rogaciano no Rio de Janeiro, em 1950.
domingo, 8 de novembro de 2009
Louro tem poesia
Porque são meus genitores
Mamãe na cova sem dores
Papai com dores sem cova
Mamãe morreu muito nova
Papai ficou sem aquela
Hoje a casa dele e dela
Não é dela e nem é dele
Mamãe na cova sem ele
Papai na casa sem ela
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