terça-feira, 29 de junho de 2021
Roda de Glosas nos 112 anos de Afogados da Ingazeira
"A glosa surgiu com a nossa poesia oral. O improviso cantado, geralmente acompanhado pela viola, ganhou maior espaço, mas desde o início existem os glosadores, que são poetas que improvisam versos sem cantar e sem instrumentos", explica o poeta Genildo Santana. "Por algum tempo só víamos glosas em encontros informais de poetas, numa feira ou num bar, por exemplo. Mas de uns 20 anos pra cá estes eventos tomaram forma, especialmente pela criação do modelo de mesas de glosas, em Tabira", complementa o poeta Zé Adalberto.
Esta Roda de Glosas ganhou o título de Abraços do Pajeú, numa referência à saudação da região à cidade aniversariante. Participarão os poetas Diomedes Mariano, residente em Afogados, mas nascido em Solidão, Genildo Santana, de Tabira, Zé Adalberto, de Itapetim, Francisca Araújo, de Iguaracy, e Gislândio Araújo, de Brejinho, todos municípios do Sertão do Pajeú pernambucano, vizinhos de Afogados da Ingazeira. Entre os improvisos, outros poetas e poetisas também darão seus recados em vídeo.
"Montamos uma programação diversificada, com várias expressões artísticas, e tínhamos que incluir esta referência poética que é a glosa. É um reconhecimento a uma tradição regional e ao mesmo tempo uma forma de apresentá-la para muita gente que ainda precisa descobrir este encanto", revela o prefeito de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira.
No mesmo dia haverá outras apresentações. A programação segue até o dia 03 de julho. Acompanhe:
Quadrilha Junina Sanfonar
Roda de Glosas
Leandro Cavalcante
Luciano Lima, Waguinho dos Teclados e Forró Porto Rico
As Severinas (foto abaixo)
Cacá Malaquias, Edinho Oliveira, Edierck José e Chagas
Gustavo Pinheiro
Maciel melo (foto abaixo)
Dia 02/07, 19h30
Companhia Artística Pajeú de Danças e Junina Sanfonar
Nova Engrenagem
Genival e Grupo Versátil
Irah Caldeira (foto abaixo)
Kleiton Mota
Pé de Banda (seresta)
Amigos do Samba
Os Megas
sábado, 26 de junho de 2021
Parabéns pra você ou Parabéns a você? E o que mais?
NÃO É "BIG BIG BIG" O CORRETO A SE CANTAR NO "PARABÉNS"
"É BIG, É BIG, É BIG - BIG - BIG!"
Assim é cantado em coro o bordão da música
"Parabéns pra você" em todo território brasileiro. Ocorre que esse é
apenas um dos erros que cometemos em relação a versão original da canção. Neste
artigo se apresenta um pouco da história dessa composição, que é a mais famosa
do mundo e como seria a forma original e mais adequada para cantá-la.
A música "Happy Birthday to you"
(parabéns a você) foi registrada pela primeira vez em 1924 nos Estados Unidos,
num livro de Robert Coleman denominado "Celebrations songs" (canções
de comemorações). Trata-se de uma adaptação de "Good morning to all"
(bom dia a todos) que era uma melodia utilizada na recepção de escolas que duas
professoras irmãs haviam patenteado em 1983.
Apesar da simplicidade da letra esta composição já
gerou muita disputa de poder e negociação de direitos autorais, movimentando
milhões de dólares e alguns processos. Na primeira forma em que foi escrita, em
inglês, e que muitos países conservam até hoje, "Parabéns a você" é
proferido duas vezes e na terceira acompanhado por "querido" (dear) e
o nome do aniversariante, repetindo-se por fim "Parabéns a você". No
Brasil o radialista e compositor Almirante, da rádio Tupi do Rio de Janeiro,
realizou um concurso para melhor adequação da música, vencendo Bertha Celeste
Homem de Mello, com a forma que se canta até hoje, em que há uma única
repetição de frases.
"Parabéns a você, nesta data querida, muita felicidade, muitos anos de vida"
"Parabéns a você, nesta data querida,
muita felicidade, muitos anos de vida"
É comum que se cante "parabéns pra você"
e esta frase se tornou a tradução em português do próprio título da música, e
portanto é culturalmente aceitável esta maneira de cantar e assim, não seria
necessário mudar e se readequar. Entretanto, certamente você já desejou
"muitas felicidades" a inúmeras pessoas, sem saber que na versão de
Bertha a felicidade é singular, portanto deveríamos mencionar "muita
felicidade", até porque o adverbio já é de intensidade e a sensação de
felicidade deve ser plena e não com a palavra no plural se referindo a
momentos.
Presume-se que as últimas frases, possivelmente
construídas por alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São
Paulo, na década de 30 sejam:
"É pique, é pique. É pique, é pique, é pique!
É hora, é hora. É hora, é hora, é hora!
Rá-tim-bum!"
Sobre estas últimas estrofes, não cometa mais a
gafe de cantar big-big-big. Big é uma palavra inglesa que significa
"grande" e que se fosse traduzida ficaria complicada para ser
repetida com rapidez. Ainda que não soubéssemos se o adjetivo se referia à
festa ou à pessoa, provavelmente gritávamos "É big!" Diz a lenda que
"pic-pic" era o apelido de um estudante daquela faculdade, que andava
com tesoura para aparar barba e bigode. A palavra "pique" realmente
deveria ser utilizada no nosso país, porque além de já estar em português, ela
se define por força e ânimo, que tem a ver com festa e alegria, mas também com
uma perspectiva ideal para nossa própria vida, em que deveríamos ter pique e
disposição para suportar as adversidades.
O trecho "é hora" se referia a uma frase
repetida nos bares próximos da faculdade a cada meia hora, que era o tempo da
cerveja gelar para ser novamente servida, mas também pode se referir ao tempo exato
em que se comemora algo e no caso de aniversário, que é a celebração de cada
ano de vida de uma pessoa, a hora do "Parabéns" é a hora H em que a
pessoa reserva para reunir seus amigos e familiares mais queridos.
Já o termo "ratimbum" teria sido adotado
por causa de um rajá indiano que teria visitado a faculdade denominado
"Timbum". Alguns textos populares repercutiram que a frase seria
amaldiçoada sem contudo apresentar nenhuma fundamentação ou fonte de pesquisa.
Outra explicação ainda é que seria uma onomatopeia para abreviar o famoso som
de bandinhas de percussão (especialmente de fanfarra e circo) definindo-se pela
caixa (Rá), pelos pratos (Tim) e pelo bombo (Bum). Por fim Rá-Tim-Bum também
foi um programa infantil de grande sucesso produzido pela TV Cultura na década
de 90. Assim, recomendo seu uso.
É contumaz evocar o nome do aniversariante três
vezes no final do Parabéns. Essa parte enfatiza a pessoa que está sendo
contemplada e por isso muitas pessoas consideram um tipo de idolatria, assim
como os próprios aniversários. Outros consideram incentivo ao egoísmo,
individualismo e narcisismo ao invés de uma expressão de amor (próprio no caso
do aniversariante e de todos para com ele). Ainda há o ponto de vista de que o
próprio aniversário como um todo não serve só ao homenageado, como também é um
privilégio de todos os participantes já que supostamente só se convida pessoas
especiais.
VIVA GILBERTO GIL!
Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador aos 26 de Junho de 1942, mas passou a infância na pequena cidade de Ituaçú, no interior baiano. Filho do médico, José Gil Moreira (1913-1991) e da professora primária, Claudina Passos Gil Moreira (1914-2013), o menino Gil desde a infância em itauçú acompanhava as cantorias de viola, os forrós e principalmente as bandas filarmônicas existentes nas pequenas cidades do interior nordestino.
Gil é uma das referências musicais de muitos brasileiros e o Blog Cultura e Coisa e Tal o parabeniza nessa data natalícia.
Viva a música, viva o nordeste e viva Gil. Aquele abraço, mestre.
"Aquele Abraço" do Cultura e Coisa e Tal ao mestre Gil!
A ARTE DE PIETER BRUEGEL
'A Luta entre Carnaval e Quaresma': Farra e fé presentes na mesma obra
Crida por Pieter Bruegel em 1559, a obra traz elementos de ambas as datas para criticar os conflitos da Reforma Protestante
Por: Letícia Yazbek
A curiosa pintura de Pieter Bruegel, o Velho - Pieter Bruegel, o Velho/ Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Pieter Bruegel foi um dos mais importantes pintores flamengos do século 16. Nascido em 1525 na cidade de Breda, na Holanda, Bruegel estudou pintura com Pieter Coecke van Aelst e, em 1551, tornou-se mestre da Guilda dos Pintores de Antuérpia. É chamado de Pieter Bruegel, o Velho, para distingui-lo de seu filho mais velho, de mesmo nome.
Apesar de ter viajado pela Itália e aprendido a técnica dos artistas renascentistas, Bruegel é conhecido por ter trilhado um caminho próprio e apostado em sua originalidade. Mestre na pintura de paisagens, também retratou de forma detalhada a vida e os costumes dos camponeses.
Influenciado por Hieronymus Bosch, pintor holandês dos séculos 15 e 16, Bruegel se dedicou a temas religiosos e moralistas. A intenção era expor o absurdo existente na
vulgaridade, além das fraquezas, loucuras, e contradições dos costumes da época.
Utilizando os recursos da sátira, o pintor criou algumas das primeiras obras de protesto social na história da arte. Uma delas é 'A Luta entre Carnaval e Quaresma', em que critica de forma satírica os conflitos da Reforma Protestante.
A emblemática pintura retrata um festival popular no sul da Holanda no período, que acontecia entre os últimos dias de Carnaval e o início da Quaresma. Em meio a diversas cenas, é possível encontrar as contradições da natureza humana, aqui representadas pelo prazer e a castidade religiosa.
Detalhe da obra representando a Quaresma / Crédito: Pieter Bruegel, o Velho/ Domínio Público/ Creative Commons |
A pousada, à esquerda, representa o prazer e a diversão do Carnaval. Ela está rodeada por pessoas que estão bebendo e comendo enquanto assistem a uma encenação popular. O homem que lidera a festa popular também representa o Carnaval.
O curioso personagem está montado em um barril de cerveja, usa uma torta como chapéu e empunha um espeto de carne de porco. O casal de costas para o observador é guiado por um bobo da corte que leva uma tocha acesa. Essas figuras são vistas como uma alegoria da falta de razão do povo.
Sentada em uma pequena carroça puxada por um monge e uma freira, a senhora magra e debilitada é a personificação da Quaresma. Na abstinência de carne vermelha, ela traz consigo dois peixes. À direita, a igreja representa a Quaresma, o tempo de privações. Ao redor dela, há religiosos e crianças bem comportadas.
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/luta-entre-carnaval-e-quaresma-farra-e-fe-presentes-na-mesma-obra.phtml
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Mariana Aydar e Chico César - O futuro já sabia
A composição é de Barro e Ed Staudinger e a sanfona é de Mestrinho. Vai, escuta aí.
quinta-feira, 24 de junho de 2021
As Severinas - 10 anos
As Severinas
Formada por três mulheres pajeuzeiras, As Severinas completam 10 anos de Banda e contam um pouco da história do grupo e da íntima relação com a música e a poesia.
Roteiro e Produção: Isabelly Moreira
Direção e Fotografia: Eduardo Crispim
Som direto e Elétrica: David Oliveira
Tratamento de Roteiro: Maria Rufino
Execução: Madre Filmes
Apoio: Fundação Cultural Cabras de Lampião
Cego Aderaldo, São João e São Pedro
Hoje, 24 de junho, é dia de render memória a Aderaldo Ferreira de Araújo, esse aí da foto de cima, parecendo um oficial militar. Quem é do ramo - e mais ainda quem olhou pra foto de baixo - sabe que a patente dele foi poética. E que o nome de combate foi Cego Aderaldo.
Pois bem, ele nasceu numa data como a de hoje no ano de 1878, no Crato - CE. Faleceu, em Fortaleza - CE, numa data como a de 29 de junho no ano de 1967. Fazendo as contas dá 143 anos de nascimento no São João e 54 de morte no São Pedro de 2021. Em outra conta, viveu 89 anos.
Como produtor de arte que foi, é eterno. Será lembrado por todo o sempre.
Perdeu a visão ainda jovem, morando na também cearense Quixadá, enquanto trabalhava na construção de uma estrada de ferro. Logo depois perdeu a mãe. E logo depois teve um sonho com ela em versos. Daí decidiu ser cantador.
De um encontro com o poeta Zé Pretinho, do Piauí, provavelmente em 1916, surgiu uma das mais famosas - se não a mais famosa - peleja de cantadores publicadas em cordel. O cordel é de Firmino Teixeira do Amaral e um pequeno trecho é este aqui:
Cego Aderaldo - Monumento em Quixadá/CE |
quarta-feira, 23 de junho de 2021
terça-feira, 22 de junho de 2021
Rogério Cardoso, o genial Rolando Lero. Ou vice-versa
Nascido em Mococa - SP, em 1936, o ator Rogério Cardoso viveu até 2003, falecendo no Rio de Janeiro.
Em vida, viveu e alegrou muitas vidas com personagens como Salgadinho, na novela Explode Coração, Pinheiro, em A Comédia da Vida Privada, Floriano, em A Grande Família, Padre João, em O Auto da Compadecida, e o fantástico Rolando Lero, na Escolinha do Professor Raimundo.
Abaixo, uma das mais hilárias e bem vividas cenas deste último personagem.
O São João de Caruaru e a Rua São Roque
Um dos mais famosos do Brasil, São João de Caruaru começou entre moradores
A festa realizada no município de Caruaru, em Pernambuco, hoje é nacionalmente reconhecida, contudo, nem sempre foi assim
Por Penélope Coelho
Decoração de Caruaru - Wikimedia Commons/Ibrunovieira |
A festa junina é um dos eventos mais populares e tradicionais do país. Inicialmente a comemoração estava ligada estritamente à religião, em homenagem a santos como São João e Santo Antônio. Hoje em dia, apesar de também ainda ser comemorada assim, a festividade já ganhou aspectos multiculturais ao redor do Brasil.
Uma das mais famosas das festas de São João do país costuma acontecer anualmente em Caruaru, Pernambuco. A festividade é marcada pelos grandes shows, decoração colorida, danças, quadrilhas e as típicas comidas gigantes. E foi justamente por isso que se iniciou uma rivalidade entre os moradores locais com os de Campina Grande, na Paraíba, na disputa pelo título de 'maior São João do Mundo'.
Um dos argumentos usados por caruaruenses é de que o
Guinness Book teria dado o título a cidade amada, contudo, a informação
não é verdadeira.
Conforme checou o portal de notícias G1, o Livro dos Recordes negou que a categoria exista. Ao portal, foi informado que "o título de recorde [de Maior e Melhor São João do Mundo] sugerido não é um título de recorde oficial monitorado pelo Guinness no momento". Assim, nenhuma das duas detém o título oficialmente. Entretanto, fato é que o período que vivemos atualmente impediu as comemorações recentemente.
Esse ano, assim como no ano passado, com a pandemia do novo coronavírus e o aumento de internação e mortes no país, o evento foi cancelado, como divulgou portal G1. Sendo assim, nos resta recordar como essa festa, que começou pequena, ganhou tamanha dimensão.
O início
Fotografia da Rua São Roque, onde tudo começou / Crédito: Marinete Lira/Arquivo Pessoal |
No ano de 2016, o portal de notícias G1 publicou uma reportagem relembrando as origens da festa. Na ocasião, o historiador Walmiré Dimeron, destacou a cronologia dos acontecimentos.
Tudo começou no início da década de 1970, quando famílias da região se juntaram para organizar o evento ainda de pequeno porte. De acordo com a publicação, o falecido odontologista morador da Rua São Roque, Agripino Pereira, foi um dos principais idealizadores da festa.
Na época, ele e sua família decidiram decorar a rua em que moravam, e na ocasião, a festa foi bem recebida pelos outros moradores. Por isso, no ano seguinte, em 1973, Agripino decidiu buscar patrocínio para o evento.
O homem foi até o município de Vitória de Santo Antão a fim de conseguir que uma empresa concedesse bebidas para a festa. Ele acabou conseguindo um carro de som, que animou as típicas quadrilhas e cirandas.
Em entrevista ao G1 na época, a esposa do odontologista, Teresa Pereira, relembrou os anos iniciais do São João de Caruaru.
"Para a decoração da rua, todos os vizinhos participavam, eram cerca de 33 famílias. Meus filhos tinham três, sete, dez, 11 e 12 anos na época e os maiores já ajudavam também. Eu ficava fazendo pamonha, canjica e as outras comidas típicas porque naquele tempo não tinha ninguém que vendesse, como tem hoje. Eu ainda ajudava a organizar as apresentações culturais, como ciranda, quadrilha e dança de fita".
Com o reconhecimento da festa, foi necessário montar uma comissão para organizar o evento, como relatou Teresa. De acordo com ela, seu marido foi o primeiro presidente do grupo.
Uma nova fase
Em 1977, Agripino se mudou para outro bairro, com isso, as chamadas irmãs Lira
— que já eram conhecidas por ajudarem na programação — passaram a
organizar a festividade, que já contava com shows de grandes nomes como Jackson do Pandeiro.
Na década de 1990, o São João de Caruaru já havia tomado grandes proporções e além de ser conhecido em Pernambuco, ganhou reconhecimento em todo o país.
Por isso, em 1993, a prefeitura da cidade decidiu que era a hora de comandar a organização da festa para além da monetização também conceder segurança aos participantes.
Na época, as ruas já não eram mais suficientes para alocar todos os foliões. Sendo assim, o São João foi transferido para uma avenida e logo após passou a acontecer oficialmente no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga.
Atualmente, a festa que começou pequena somente com o auxílio de famílias locais, se tornou um dos mais famosos do Brasil.
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/um-dos-mais-famosos-do-brasil-sao-joao-de-caruaru-comecou-entre-moradores.phtml
O copo americano é paulista
Copo americano é ou não é brasileiro? Entenda
Símbolo do design nacional, o produto foi criado em São Paulo na década de 1940
Clássico de botecos, restaurantes e padarias para beber café ou cerveja, o copo americano é um velho conhecido, mas engana-se quem pensa que ele foi inventado nos Estados Unidos. Apesar do nome, o objeto é brasileiro e foi criado na cidade de São Paulo, em 1947, assim como mostra o Minha Receita, no episódio especial sobre culinária norte-americana.
E
para quem duvida da popularidade, os números não deixam mentir. Desde
que foi inventado, há mais de 70 anos, já foram vendidos mais de 6
milhões de unidades.
A criação é de Nadir Figueiredo, que queria um produto difícil de ser quebrado, fácil de segurar e barato. Missão dada, missão cumprida! O nome “americano” para o copo brasileiro se deu porque o maquinário usado para produzir as primeiras unidades vinha dos Estados Unidos. Hoje, porém, as máquinas são nacionais.
O sucesso é tanto que o copo americano foi exposto no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, em 2009, como um dos produtos que representam o estilo de vida dos brasileiros.Por: https://receitas.band.uol.com.br/minha-receita/noticias/copo-americano-e-ou-nao-e-brasileiro-entenda-16354172
segunda-feira, 21 de junho de 2021
2º Feirão de Mamulengo tem programação on-line e venda de bonecos
Foto: Renata Pires - Secult/PE |
Para o 2º Feirão de Mamulengo os artesãos e artesãs do Museu do Mamulengo produziram peças únicas e uma grande diversidade de bonecos. O link do catálogo está na bio do Instagram do Museu do Mamulengo (@museudomamulengo).
Dentre as atividades da programação, na próxima quarta-feira (23) haverá uma live com artesãos e artesãs do Museu do Mamulengo de Glória do Goitá, às 19h, pelo Instagram. No domingo (27), também às 19h, será a vez do museólogo Gilvanildo Ferreira e convidados falarem sobre a brincadeira do mamulengo, com transmissão via Facebook (/MuseuDosMamulengos)
No dia 30 de junho haverá um sorteio de uma mala com cinco bonecos, e as regras para participação também estão disponíveis no @museudomamulengo. Para entrar em contato com a equipe do Feirão o telefone é (81) 9 9993-0139 (Whatsapp).
Programação do 2ª Feirão de Mamulengo
Morre o Poeta Edezel Pereira
José Pereira da Luz, o Poeta Edezel Pereira Princesa Isabel - PB 20/02/1965 Afogados da Ingazeira - PE 21/06/2021 |
Artistas pernambucanos lançam versão digital de romance sobre general Abreu e Lima
Lançado em 2012, com apoio do Funcultural, o romance histórico O general das massas ganha uma nova versão online disponível para o público a partir desta terça-feira (22). Desta vez o texto do jornalista e escritor recifense Paulo Santos de Oliveira ganha o auxílio das ilustrações do pintor ipojucano José Cláudio da Silva. A obra, premiada como melhor do ano pela Academia Pernambucana de Letras em 2012, narra as epopeias políticas, militares e amorosas de José de Inácio Abreu e Lima, que deu nome ao município pernambucano e participou das guerras de independência da américa espanhola ao lado de Simón Bolívar.
sábado, 19 de junho de 2021
Xico Sá - Crônicas do Diário do Nordeste
João Grilo e Chicó no Brasil das mentiras oficiais
Ariano Suassuna
completou 94 anos nesta semana (quarta-feira, dia 16) e essa data não pode
passar batida. Seu pensamento segue vivo e prefiro ignorar a morte física que
se deu 2014 e tratar o aniversário como missa de corpo presente. O escritor
paraibano talvez seja a figura mais associada à ideia de ser nordestino ou
nordestina no Brasil de 2021. Isso não é nada pouco, acompanhe a toada.
O certo é que
diante de qualquer ideia de nordestinidade, alguém salta de imediato com uma
frase do dramaturgo: “Eu não troco meu oxente pelo ok de ninguém.” Seja o papo
sobre um Nordeste real ou inventado, é ao embornal do autor de “A pedra do
reino” que muita gente procura em busca de mantimentos.
Quando o romancista
não resolve, seus personagens dão um jeito. É só recorrer a João Grilo e Chicó,
criaturas tiradas dos folhetos de cordel que renderam a Suassuna sua obra mais
popular, “O Auto da Compadecida” (1955). A mesma peça, em versão do diretor
Guel Arraes (1998), deu no filme estrelado por Matheus e Selton Melo.
Nas sessões da CPI da Pandemia, por exemplo, os
depoentes negacionistas parecem repetir a todo momento o Chicó: “Não sei, só
sei que foi assim”.
Não repetem, porém,
com a mesma graça e ingenuidade da ficção. Em vez do nosso riso, morte e
prejuízo.
Benditas mentiras e
proezas de João Grilo. Revelam um humor sertanejo de resistência às
contrariedades da rotina e às bagaceiras do país. Bem diferente das lorotas
milicianas do “Brasil Oficial”. Nem se compara. Desculpa aí, respeitável
criatura grilesca.
Parabéns pelos 94,
Suassuna, e desculpa pelo aluno relapso que fui durante as aulas no Centro de
Artes e Comunicação (Cac) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em
1982. Valeu cada minuto dos bons encontros. A minha turma, óbvio, implicava com
algumas convicções estéticas do mestre, que havia protestado contra o uso das
guitarras elétricas no Tropicalismo.
A polêmica musical
retornaria nos anos 1990, com o surgimento do Mangue Beat, representado pelas
bandas Mundo Livre S/A e Chico Science & Nação Zumbi. Tudo não passava de
um belo e saudável debate de ideias.
Eu não troco meu oxente, pelo “tá ok” do cercadinho dos horrores presidenciais. Desculpa aí, caríssimo Suassuna, pela leve adaptação do tema.