terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Carta a Papai Noé

dezembro 25, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários
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Luiz Campos - Poeta Potiguar

Seu moço, eu fui um garoto
Infeliz na minha infança
Qui eu sube qui fui criança
Mas pela boca dos ôto.
Só brinquei cum gafanhoto
Qui achava nos tabulero,
Debaixo dos juazêro
Com minhas vaca de osso
Essas catrevage, sêo moço
Qui se arranja sem dinhêro.

Quando eu via um gurizin
Brincando de velocipe
De caminhão e de jipe,
Bola, revólve e carrin
Sentia dentro de mim
Desgosto que dava medo
Ficava chupando o dedo
Chorando o resto do dia
Só pruque eu não pudia
Pegar naqueles brinquedo.

Mas preguntei uma vez
A uns fio dum dotô:
Quem dá isso pra vocês?
Mim respondeu logo uns três:
-Isso aqui é os presente
Qui a gente é inocente
Vai drumi às vez nem nota
Aí Papai Noé bota
Perto do berço da gente.

Fiquei naquilo pensando
Inté o Natá chegá
E na noite de Natá
Eu fui dromi m’a lembrando
Acordei, fiquei caçando.
Por onde eu tava deitado
Seu moço eu fui enganado
Qui de presente o qui tinha
Era de mijo uma pocinha
Qui eu mesmo tinha mijado

Sai c’a bixiga preta
Caçando os amigo meu
Quando eles mostraro a eu
Caminhão, carro e carreta,
Bola, revólve , corneta,
E trem elétrico até,
Boneca máquina de pé,
Mas num brinquei só fui vê
E rusuvi escrevê
Uma carta a Papai Noé.

“Papai noé é pecado
Os outro se maltratá
Mas eu vou li reclamá
Um troço qui tá errado
Qui aos fio dos deputado
Você dá tanto carrin,
Mas você é muito rim
Qui lá em casa num vai
Por certo num é meu pai
Qui não se lembra de mim.

Já tô certo qui você
Só balança o povo seu
E um pobre qui nem eu
Você vê, faz qui não vê.
E se você vê, porque
Na minha casa num vem?
O rancho qui a gente tem
É pequeno, mas li cabe
Será qui você num sabe
Qui pobre é gente também?

Você de roupa incarnada
Colorida, bonitinha
Nunca reparou qui a minha
Já tá toda remendada
Seja mais meu camarada
Pr’eu num chamá-lo de rim
Para o ano faça assim:
Dê meno aos fio dos rico
De cada um tire um tico
Traga um presente pra mim.
 
Meu endereço eu vou dá,
Da casa qui eu moro nela.
Moro naquela favela
Que você nunca foi lá.
Mas quando você chegá
Qui avistá uma paioça
Cuberta cum lona grossa
Cum dois buracão bem grande
Uma porta vêia de frande
Pode batê, qui é a nossa.”



sábado, 22 de dezembro de 2018

Sou o tal homem cordial que o Sérgio Buarque de Holanda falou…

dezembro 22, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários


Zeca Baleiro
Entrevista copiada de www.almanaquebrasil.com.br (2013)
Foto copiada de www.curtamais.com.br
Você se considera um otimista em relação ao futuro do País?
O que mais me indigna é uma certa torcida contra o Brasil, especialmente da classe média, média alta pra cima. Gente que queria ter nascido nova-iorquino e não nasceu. Você tem que amar o seu destino, como alguém disse. O Brasil começa a fazer isso. É uma reviravolta histórica. É evidente que a torcida contra vai continuar. Ela existe e é bom mesmo que exista, senão vira um jogo de um time só.

O que considera que o Brasil tem de melhor a oferecer para o mundo?
A cordialidade, conceituada pelo Sérgio Buarque de Holanda, e o jeitinho brasileiro. Os dois são sempre vistos e postos como coisas ruins. Mas eu acho que temos também que celebrá-los. É legal ser cordial. Os gringos que vêm pra cá ficam encantados com isso. Entram num boteco carioca e em dois minutos já criaram cumplicidade com alguém. Vão no mercado de Porto Alegre e logo estão dividindo um chimarrão ou uma cachaça. Isso não existe em lugar nenhum. No Maranhão é assim. O sujeito acabou de chegar e já arranjou amigos de infância. Sei que essa afetividade, essa cordialidade também têm um lado ruim, que é a imobilidade, a falta de debate. Mas o lado positivo deve ser valorizado.
E o jeitinho brasileiro, o que trouxe de bom?
Só se usa o termo para falar de corrupção, de suborno, de passar por cima das leis e das regras. Mas o jeitinho também gerou coisas maravilhosas. O samba só existe porque existe o jeitinho. O choro só existe porque existe o jeitinho. A favela é um milagre do jeitinho. A capacidade de improvisar é um grande patrimônio brasileiro, talvez o maior. Temos que usar essas coisas a nosso favor, como fizemos magistralmente no futebol. Por isso somos os únicos pentacampeões do mundo. A cordialidade, o jeitinho e a capacidade de improvisação, como diria Noel Rosa, são coisas nossas. É isso que nos faz tão especiais aos olhos do mundo.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

dezembro 20, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
Imagem: Divulgação

dezembro 20, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
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dezembro 20, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
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dezembro 20, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

dezembro 14, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários
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