quinta-feira, 31 de maio de 2018
quarta-feira, 30 de maio de 2018
O caminho sem volta da escravidão
Na
casa em que Yaá foi criada, cada um era encarregado de uma tarefa
doméstica. A criança negra africana gostava de cuidar dos ovos e
das galinhas. Muito melhor do que capturar animais na selva para
comer. Yaá tinha pena dos bichos. Nunca imaginava a pobre criança
que seria tratada como um animal ao ser capturada para se tornar
escrava. Ela é a narradora em primeira pessoa do romance Penélope
Africana,
assinado pelo escritor pernambucano André Resende e editado pela
Cepe
em
parceria com a Cubzac. O lançamento da obra ocorre dia 6 de junho,
às 19h, na Livraria Jaqueira.
André
romanceou e deu continuação ficcional à história real de Cândida
Maria da Conceição, cuja solicitação para ser liberta está
arquivada no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de
Pernambuco, com o título Apelação Crime do Juízo de Direito do
Crime de 1ª. Vara do Recife, 1843–1844. Naquele tempo, para sair
da condição de ‘arrendada’, ou seja, escrava, Cândida
precisava provar que podia se sustentar - como ‘vendeira’ - sem a
ajuda da família que a arrendou.
Em
196 páginas, Yaá (André) relata o triste percurso - que foi também
o de muitos negros africanos - em navios negreiros para viverem como
escravos, numa rotina de medo, angústia e morte. Na travessia até a
terra que a protagonista chama de ‘fim de mundo’ - que fica
no Recife- , os dias tristes e injustos estavam apenas começando.
Além da liberdade, lhe roubaram também o idioma e o nome: foi
Cândida, foi Penélope, foi principalmente injustiçada. “Tento
recriar a vida de Cândida nesse cenário do século 19”, explica o
escritor, autor de 11 livros, sendo quatro romances.
“De
pessoa cândida eu não tinha mais nada naqueles dias em que a
justiça estava cega a meus pedidos (...) Uma vez na terra, escravo.
Uma vez escravo, miséria (...) Na terra eu não colocaria uma
árvore, um filho, um sentimento de carinho”.
Cento
e trinta anos depois da abolição da escravidão, os grilhões ainda
prendem de maneira política, social e cultural a população negra.
O escritor é idealizador do Instituto Casa de Yaá, que visa
solicitar ao Superior Tribunal de Justiça a emancipação tardia de
Cândida e promover ações de apoio a mulheres negras pobres que
sustentam famílias e precisam trabalhar cerca de 14 horas por dia.
“As mulheres estão livres, mas não emancipadas”, atesta André
Assessoria de Imprensa/CEPE
terça-feira, 29 de maio de 2018
Emídio de Miranda
Imagem/Divulgação |
Valdemar Emídio de Miranda, nasceu em Recife, em 05 de agosto de 1897, filho de Auxêncio da Silva Viana e Maria dos Passos de Miranda Andrade. O seu Pai foi professor em Serra Talhada do início do século até meados dos anos 1919 ou 1920. Emídio faleceu em Arcoverde, então "Rio Branco", em 29 de Agosto de 1933 aos 36 anos de idade deixando alguns versos belíssimos e dentre eles, Ode ao Pajeú, uma homenagem ao nosso rio. Também são deles os sonetos "Saudando Triunfo", "Essa que Passa", "Cruzes da Estrada", dentre outros.
ODE AO PAJEÚ
Amplo, enorme, a rolar em giros caprichosos
Desce o rio, invadindo as roças e as pastagens;
E avoluma-se e cresce em convulsões selvagens
Sultão, domina a várzea e os montes pedregosos...
Escavando os grotões, mergulhando as ramagens,
Passa ufano, a cantar os seus feitos gloriosos;
Geme o vale humilhado aos ímpetos raivosos,
Desse rio hibernal de eternas vassalagens...
Herói, de inverno a inverno, audaz assoberbado,
Não respeita a miséria e a dor do desgraçado,
Que o trabalho perdeu...a roça...o próprio pão...
E sereno, sem dó da dor que rude espalha,
Vai cantando, a rolar...e entre moitas farfalha
E não chora, porque nasceu sem coração.
Fonte: Flores do Pajeú - Histórias e Tradições
(Belarmino de Souza Neto)
Cinema para crianças
O fim do recreio e Disque quilombola foram os filmes selecionados para a sessão de junho do Cineclubinho Pajeú, no próximo domingo, dia 03. Além dos filmes tem bate-papo e contação de histórias, tudo acompanhado por intérpretes de Libras.
A sessão começa às 17 horas, no Cine São José, em Afogados da Ingazeira - PE. O Cineclubinho conta com o incentivo do Funcultura e, por isso, a entrada é gratuita.
O Fim do recreio - No Congresso Nacional, um projeto de lei pretende acabar com o recreio
escolar. Ao mesmo tempo, em uma escola municipal de Curitiba, um grupo
de crianças pode mudar toda essa história. Recheado de vibrantes
brincadeiras infantis, o filme é dirigido a todos os públicos, bota a boca no trombone e avisa: cobra parada não come sapo!
Disque quilombola - A brincadeira, genuína forma de expressão das crianças, foi a principal
linguagem usada neste filme. A história é contada durante conversas entre crianças de duas comunidades
distantes no telefone de lata. O brinquedo proporcionou que as crianças falassem
sobre onde vivem, quais são suas raízes, quais músicas ouvem e de que brincam,
entre outros assuntos.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
FESTIVAL ZETO - Udistoque Pajeuzeira
Será uma grande
junção de arte e amizade para celebrar a criação, exaltar a irreverência
e cultuar a memória do POETA mais liberto que Pajeú conheceu! ZETO!
Local: Rancho Santa Helena, São José do Egito- PE
Data: 13 a 15 de julho de 2018
MAIS INFORMAÇÕES EM BREVE!
A Porca e o Parafuso
Foto: Divulgação |
O desespero de um parafuso
querendo se soltar de uma porca azucrinava o silêncio da boleia, impedindo-o de
ouvir uma de suas canções prediletas: “Eu conheço cada palmo desse chão, é só
me mostrar qual é a direção. Nunca misturei mulher com parafuso...” Pois bem,
andou quilômetros e quilômetros, mas o chão esburacado afrouxava não só os
parafusos, mas o juízo também. Sem acostamento, sem sinalização, sem seta, ia
aumentando o seu repertório de palavrões a cada
“catabiu”. Mais adiante, uma placa aviza: Cuidado! Buracos na
pista.
O sol escaldante chega tremer no mormaço que refuga no refluxo da terra quente. (Êpa! Já estou mudando de assunto). Era necessário um espaço onde pudesse estacionar para ver em qual lugar da carroceria aquele parafuso estava sendo torturado. A arruela, que nada tinha a ver com a ferrugem que carcomia a rosca e remoía o polígono que deslizava na chave sem conseguir girar a cabeça, levava a culpa pela zoada que não lhe pertencia.
O parafuso não tinha mais fenda, o alicate de pressão escapulia dos ângulos, machucando o vértice que tentava unir dois lados incongruentes, atraídos apenas pelo efeito do aço, onde se formavam imãs com magnetismos opostos. A corrosão eliminou as cavidades que se entrelaçavam, vedando os espaços entre a rosca do parafuso e a porca.
Um pouco de compreensão para com seu velho amigo de estrada se fazia necessária, afinal. Quantas idas e vindas, quantos caminhos tortos, quantos por de sol, quantos sóis-nascentes viram juntos por entre os montes, acendendo os anseios e avermelhando a certeza de continuar caminhando atrás de um sonho só: cantar, cantar, cantar e levar a música dos ventos estrada afora. Relatando isso, percebo que, às vezes, me consumo, assumo, viro sumo, e sumo na poeira das estradas.
Pronto, alforriou o parafuso, segue sua viagem, ouvindo a sinfonia que emana das vegetações, e sai assobiando as canções zumbi-gregorianas dos matos, acelerando os tambores hermético-vasconcelianos que retumbam nos cânions de sua imaginação.
A estrada é um longa-metragem de um filme que só acaba quando o protagonista resolve quebrar a barra da direção, se jogando ou esbarrando em alguma fatalidade.
“Armaria, armaria, armaria; três vezes”.
Que essa viagem não se acabe nunca.
O sol escaldante chega tremer no mormaço que refuga no refluxo da terra quente. (Êpa! Já estou mudando de assunto). Era necessário um espaço onde pudesse estacionar para ver em qual lugar da carroceria aquele parafuso estava sendo torturado. A arruela, que nada tinha a ver com a ferrugem que carcomia a rosca e remoía o polígono que deslizava na chave sem conseguir girar a cabeça, levava a culpa pela zoada que não lhe pertencia.
O parafuso não tinha mais fenda, o alicate de pressão escapulia dos ângulos, machucando o vértice que tentava unir dois lados incongruentes, atraídos apenas pelo efeito do aço, onde se formavam imãs com magnetismos opostos. A corrosão eliminou as cavidades que se entrelaçavam, vedando os espaços entre a rosca do parafuso e a porca.
Um pouco de compreensão para com seu velho amigo de estrada se fazia necessária, afinal. Quantas idas e vindas, quantos caminhos tortos, quantos por de sol, quantos sóis-nascentes viram juntos por entre os montes, acendendo os anseios e avermelhando a certeza de continuar caminhando atrás de um sonho só: cantar, cantar, cantar e levar a música dos ventos estrada afora. Relatando isso, percebo que, às vezes, me consumo, assumo, viro sumo, e sumo na poeira das estradas.
Pronto, alforriou o parafuso, segue sua viagem, ouvindo a sinfonia que emana das vegetações, e sai assobiando as canções zumbi-gregorianas dos matos, acelerando os tambores hermético-vasconcelianos que retumbam nos cânions de sua imaginação.
A estrada é um longa-metragem de um filme que só acaba quando o protagonista resolve quebrar a barra da direção, se jogando ou esbarrando em alguma fatalidade.
“Armaria, armaria, armaria; três vezes”.
Que essa viagem não se acabe nunca.
(Maciel Melo)
Crônicas
Charge copiada de www.medium.com |
Elisa
Elisa nunca levou a sério
nada que é sério. Nasceu e cresceu pra flutuar na superfluidade do nada. Do que
não cansa, do que não exige, do que não faz pensar.
Se viveu eu não sei, mas
que cresceu, cresceu. Tá bem crescidinha. Cresceu em corpo e idade. Não
proporcionalmente, porque fisicamente ela cresceu melhor. Deve ter sido essa
tal lei da compensação.
Não sei porque as vezes se
compensa o nada. Mas com Elisa foi assim. Cresceu entendendo muito de nada e de
nádegas. E se o nada não a levou a nada, as nádegas a levaram a tudo.
Logo Elisa que na escola
só desfilava. Desfilava vaidades e mancadas. Foi ela que disse a professora de
Geografia que não falaria sobre a Chechênia porque a aula não era de corpo
humano. Também se negou a fazer uma prova oral porque só sabia o assunto de
escrever e não de dizer. Contam que foi ela que disse que Drummond inventou o
avião. Essa seria até aceitável pela semelhança fonética se Elisa não já
contasse idade de vestibular naquela época.
Não podia ser diferente. O
jornal chegava pesado de notícias e Elisa espalhava todas as páginas em busca
do horóscopo. Com anos neste ofício e ainda procurava o horóscopo no caderno de
economia. Na edição do domingo ia além. Lia também o resumo das novelas. E tome
festa e tome shopping; e roupas e saltos, e sol e salão.
Não demorou e Elisa virou
madame. Casou com um rapaz que de tão ocupado com os negócios não teve tempo de
ver o nada de Elisa. Viu as nádegas. Paga por elas até hoje. E tome shopping e
roupas e saltos e jóias e carros e viagens e tudo de novo o ano todo.
E lá está Elisa sem
assunto nas rodas sociais. Tem colega madame que não trabalha, mas tem
profissão. É advogada, é publicitária, é arquiteta. Tem administradora que uma
vez por semana dá expediente na empresa do marido e se diz a peça mais
importante daquele negócio. Outra esbanja conhecimentos em artes plásticas e
música clássica. Fala em Picasso e Elisa solta um riso de vergonha. Fala em
Chopin e Elisa fica pensando o que é que isso tem a ver com cerveja. E ainda
aparece uma falando em inglês, francês e espanhol.
Mas Elisa é Elisa. Não
deixa por menos. Faz que entende, inventa, se passa por igual. Sempre dá um
jeitinho de parecer ser.
Que cara lisa a de Elisa.
< Alexandre Morais >
O Divino e o Humano
O Poeta Dedé Monteiro, aí acima retratado por Jan Ribeiro (Secult PE) na solenidade na qual recebeu o reconhecimento oficial como Patrimônio Vivo de Pernambuco (2016), é uma das revelações divinas na terra. Em carne, espírito e poesia é Divino. Isto, claro, para os que assim dirigem a uma força maior a explicação para as coisas não explicáveis humanamente.
Mas também é humano. Genialmente humano. Uma destas revelações é este extraordinário trabalho:
Quando foi construída há muito mais
De cem anos a casa da fazenda
Seu batente foi feito de encomenda
Por alguém que morreu oitenta atrás
Sob o peso cruel dos dois portais
Humilhado de bruços sob o chão
Ele lembra quem sabe um seu irmão
Que no mato ficou sem ser cortado
Lamentando o destino desgraçado
Do batente de pau do casarão
Era rija, quinada e resistente
Essa peça de pau que existe ainda
Mas o tempo, dragão que tudo finda
Foi aos poucos deixando diferente
Hoje, um velho pisando esse batente
Sentirá a maior recordação
Pois em tempos que longes já se vão
Ele forte pisara essa madeira
E hoje fraco se pisa é na caveira
Do batente de pau do casarão
Nessa casa, durante o casamento
Do primeiro casal que morou nela
O batente levou mais pisadela
Do que Cristo durante o seu tormento
Até tarde durou seu sofrimento
Recebendo e soltando a multidão
Que entrava e saía no salão
Trinta vezes, quarenta por minuto
Sem querer maltratando o corpo bruto
Do batente de pau do casarão
Nessa noite, depois que todo mundo
Foi embora deixando os dois a sós
Eles dois do amor ouvindo a voz
Se beijaram de um modo tão profundo
Que a esposa depois respirou fundo
E lhe disse "querido, agora não
Eu depois lhe darei meu coração
Mas queria aguardar esse depois
Vendo a lua sorrindo pra nós dois
Do batente de pau do casarão"
Quantas vezes ouviu em sua vida
As batidas da porta que sustenta
Ora calma, mas ora violenta
Dependendo da força da batida
Mais de sua metade foi comida
Pelos pés da passada geração
Nunca mais a alma humana pôs a mão
Onde os pés provocaram tantos danos
Danos esses que falam sobre os anos
Do batente de pau do casarão
Sobre a sua carcaça a gente lê
Sua vida, seus feitos, sua história
Desde o tempo feliz de sua glória
Aos destroços que agora a gente vê
Onde estão os seus donos e por que
O deixaram nas mãos da solidão
Os seus restos mortais já não nos dão
A firmeza do tempo em que era vivo
Resta agora somente o negativo
Do batente de pau do casarão
Quantas vezes seu dono não botou
Entre as oito da noite, nove ou dez
Uma cuia com água entre seus pés
E sentado em seu dorso se banhou
Quantas vez alguém não o pisou
E gritou "ô, de casa, meu patrão"
E no mesmo momento um cidadão
Respondendo "ô, de fora", a porta abria
Só então a visita se descia
Do batente de pau do casarão
Sua face rugosa, rota e fraca
Guarda ainda mil marcas do passado
Provocadas por gumes de machado
Roçadeira, serrote, foice e faca
Mesmo assim, sua vida tão opaca
Vale muito para mim, sou seu irmão
Sendo escravo da mesma escravidão
Sou batente também de carne e osso
Pois carrego mais peso no pescoço
Que um batente de pau de um casarão
Trem para Branquinha
Em
O
Trem para Branquinha, dos engenhos às usinas de açúcar no Nordeste
Oriental: histórias familiares (1796-1966),
livro do professor, economista e escritor Gustavo Maia Gomes,
narrativas biográficas se entrelaçam a fatos históricos tecendo um
registro social, econômico e político da região, sobretudo,
dos séculos XIX e XX. A obra, que sai com o selo da Companhia
Editora de Pernambuco (Cepe), marca a estreia do autor como
historiador e tem lançamento marcado para o dia 05 de junho, na
Livraria Jaqueira, a partir das 18h.
O
livro tem prefácio da presidente da Fundação Gilberto Freyre,
Sônia Freyre Pimentel, que o considera uma importante fonte para o
estudo açucareiro. “A fartura de citações toponímicas,
fotografias, endereços comerciais, árvore genealógica familiar e
outras mais, servirão hoje e muito mais no futuro ao estudo da
sociedade do Brasil”, destaca. Aborda, em suas 564 páginas, as
transformações do Nordeste canavieiro, dos engenhos às grandes
unidades agroindustriais de açúcar, a decadência econômica rural
e a evolução urbana, resgatando e contextualizando a saga de sua
família, majoritariamente de proprietários engenhos de açúcar,
fazendas de cana e usinas.
O
Trem para Branquinha (nome
da cidadezinha alagoana onde estão fincadas as raízes dos Maia
Gomes) inicia a viagem histórica em 1796, mas dá destaque ao
período compreendido entre 1811 (nascimento de Maria Madalena da
Silva, sua trisavó materna) a 1966 (morte de Nominando Maia Gomes,
avô paterno). “Tive como ponto de partida e fio condutor o
reconhecimento de que as vidas dos meus parentes não transcorreram
em um vácuo, nem se perderam na absoluta inexpressividade. Elas
foram não apenas influenciadas
pelos
já referidos acontecimentos e circunstâncias políticos, econômicos
e culturais; mas também ajudaram a produzir
esses
mesmos acontecimentos e a manter ou modificar as respectivas
circunstâncias”,assegura o autor.
Ex-diretor
do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), ex-secretário de
Planejamento, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco
(1991), Gustavo Maia Gomes é um estudioso das questões regionais
nordestinas e é autor de livros nesta temática, como Política
Agrícola no Nordeste (1970),
Conflito
e Conciliação, Economia de Pernambuco (org./2006)
e Política
Regional no Mundo Contemporâneo (2011).
Da Assessoria de Imprensa da CEPE
sexta-feira, 25 de maio de 2018
Foto: Claudio Gomes |
Estrada
Breve estrada
que leva não sei onde,
Mas que leva
somente para adiante...
Me responde,
passagem, me responde:
Onde vou? O
que resta doravante?
Muitos passos
já dei, interrogante,
Mas não sei,
nada sei, por mais que sonde,
Onde vou, o
que resta... paro ante
Os segredos
que cada curva esconde
O que querem
dizer teus solavancos?
Quantos medos
terei dos teus barrancos?
Onde estão,
como são e quantos mais?
Dê-me sustos,
passagem, dê-me sustos
Tô disposto a
pagar todos os custos
Mas que eu tenha
por fim e em fim, a paz.
< Alexandre Morais >