domingo, 10 de julho de 2022

julho 10, 2022 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

Imagem/Divulgação

 

A "Pedra do Tendó" e sua origem

julho 10, 2022 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

O Cangaceiro Tendó

Por Alexsandro Acioly

Quem parte de Afogados da Ingazeira, sentido a cidade de Patos no sertão paraibano, encontra um dos pontos mais bonitos da viagem: a pedra do tendó,. A mesma fica localizada na serra do Teixeira, onde se tem uma visão espetacular que se estende até a divisa entre os estados da Paraíba e do Rio Grande Norte.

Imagem aérea da Pedra do Tendó (imagem/internet)

Visão da Pedra: a baixo a cidade de São José do Bonfim (imagem/internet)
    Reza a lenda que o nome da pedra se deve ao fato de que uma vítima, após uma briga com um inimigo, despencou da pedra e ao cair do penhasco gritou “tem dó”. O tal grito ecoou até os moradores da localidade como pedido de socorro, assim nomeando a pedra.

Em conversa com o amigo, e confrade, Lindoaldo (mestre em História dos Sertões) o mesmo enviou um material importante para a denominação do local. Trata-se de um texto do escritor Pedro Baptista, presente em um livro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

Segundo o escritor, entre os séculos XVIII e XIX, alguns cangaceiros já povoavam a região do Teixeira, que fica localizada na divisa entre os estados de Pernambuco e da Paraíba. Dentre eles, podemos citar Cazuza Barreto, Antônio Tomaz de Carvalho, Liberato, João do Bonfim e Adolfo Roza Meia-Noite.

Um dos primeiros a habitar a região de Teixeira foi o “Tendó”. Vindo da região de Goiana, em Pernambuco. Após cometer um crime ele se esconde na região e procura o donatário João Leitão que, junto a Lopes Romeu, foi um dos primeiros moradores daquelas terras. Se fala muito da bravura do Tendó; talvez pela localização estratégica, e pelo fato do crime em Pernambuco, tenha-se a ilusão de sua valentia.

Não se tem certeza sobre qual seria a verdadeira história sobre a Pedra do Tendó. Na dúvida, ficamos com as duas: a do grito e a do cangaceiro.

 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Ouro Velho terá primeira mostra de cinema

julho 08, 2022 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

  O Festcimm – Festival de Cinema no Meio do Mundo-, realizará a primeira Mostra de Cinema de Ouro Velho.

   Esta implantação de mais uma janela audiovisual no estado, desta vez no cariri paraibano faz parte do projeto de socialização de saberes e técnicas do Festicimm, que este ano já realizou edições em todas as regiões da Paraíba.

  A Mostra de Cinema de Ouro Velho é uma realização do Festival, com apoio da Prefeitura Municipal de Ouro Velho, e produção do Coletivo Gambiarra e do produtor Flávio Freitas.

  A mostra homenageará a atriz paraibana Mayara Neiva que, saída das passarelas e palcos no início da década de 2000 tem cada vez mais se destacado no cinema e na TV.

  A Mostra de Cinema de Ouro Velho tem início nesta sexta (08) e vai até o domingo(10) com mostras de curtas e de animação, além da mostra Foco com filmes paraibanos e duas oficinas audiovisuais: Do jogo à cena (Cely Farias-PB) e Edição de vídeos – Da Vinci Resolve (Lucas Marinho-PE). Confira a programação completa em clicando aqui. As informações são do Cariri em Ação.

domingo, 3 de julho de 2022

Poema em linha reta - Fernando Pessoa

julho 03, 2022 Por Alexandre Morais Sem comentários

Fernando Pessoa - Biografia, Obras e Heterônimos - Cola da Web

   O belo Poema em linha reta foi escrito por Fernando Pessoa (foto) e assinado como Álvaro de Campos. Segundo a Mestra Carolina Marcello entre 1914 e 1935, sem que haja precisão da data.

   Diz ela, o poema é uma crítica às relações sociais que Campos parece observar, de fora, e a sua incapacidade de se operar pelas regras de etiqueta e conduta vigentes. O sujeito lírico aponta a falsidade e hipocrisia dessas relações.

   Vale a pena ler e assistir uma interpretação arretada do ator Osmar Prado, em cena da novela O Clone, de 2002.


Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.