segunda-feira, 26 de junho de 2023

Alexandre Morais e Henrique Brandão no Rádio Boteco

junho 26, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

   A edição nº 63 do podcast tem as participações de Alexandre Morais e Henrique Brandão. Clica aqui, escuta e espalha:

     Aproveita e conhece o projeto, que é bacana de muito.

Rádio Boteco: o seu podcast

Música, poesia, bate-papos… e a alegria e inspiração contagiante de um bom boteco agora virou podcast!
RÁDIO BOTECO: Pega uma cerveja gelada e toma como tira-gosto este Caldo Cultural!

Uma produção de Cajá Freire, Fabiana Coelho e Firmo Neto. A música da vinheta é do cantor e compositor Brazinha Blues

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Um brinde à arte! Um brinde à vida!

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Johnanthan Malaquias lança Sertão Traduzido

junho 14, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

    Envolvido em vários projetos, entre eles o de mais uma vez acompanhar Geraldo Azevedo em sua turnê de São João, o músico Johnanthan Malaquias (foto) conseguiu reservar espaço para um novo trabalho próprio. É o álbum Sertão Traduzido, que ganha o mundo nesta sexta-feira, dia 16.

Em sendo o instrumento a sanfona, claro que esse sertão é traduzido em ritmo de forró. “É um trabalho que me traz de volta ao sertão, à minha origem. Traz toda a minha essência de sertanejo sanfoneiro, a nossa cultura, nossos costumes, a natureza e a vida simples do interior”, explica Johnanthan, que é radicado em Recife e natural de Carnaíba, no Sertão do Pajeú pernambucano.

Outra novidade é que agora o sanfoneiro também canta, o que não fez no primeiro disco, gravado em 2017, o Suíte Influências. “É um elemento novo na minha carreira e um grande desafio que proporciono à minha vida artística. É também uma resposta ao incentivo de muita gente para que eu também cantasse”.

Em Sertão Traduzido Johnanthan apresenta músicas autorais e ganha parcerias de outros sertanejos como Maciel Melo, Henrique Brandão, Tiago Souza e Juninho Forró Mió. Time e receita certas para este mês de junho.

Então é só acessar plataformas como Spotify, Deezer, YouTube e Amazon nesta sexta, ouvir, dançar e compartilhar.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Cultura e ancestralidade

junho 05, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

Na Escola Municipal Levino Cândido, em Afogados da Ingazeira (PE), os estudantes participam do resgate e valorização da cultura e aprendem a dançar o coco de roda e a tocar pífano. “O desafio é fazer com que os alunos entendam a importância de sua cultura”, diz o professor Cacá Malaquias. Foto: Arquivo pessoal

Do Itaú Social

Por Anderson Santana, Rede Galápagos, Recife (PE)

   Em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, a 370 quilômetros da capital pernambucana, Recife, a Escola Municipal Levino Cândido acolhe o projeto de resgate e valorização das tradições culturais da vizinha comunidade quilombola do Leitão da Carapuça. A instituição de ensino, que fica distante 18 quilômetros da área urbana, atende principalmente filhos e filhas de agricultores e quilombolas, totalizando 154 estudantes, da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental. Por meio da realização de aulas de música e coco de roda, busca contribuir para a transmissão de saberes populares regionais e a formação das novas gerações para atuarem nas manifestações culturais, especialmente a Banda de Pífanos e o Grupo de Coco de Roda Negros e Negras do Leitão.

   A coordenadora Joana D’Arc de Oliveira, responsável pelo projeto, explica que a ideia surgiu a partir de um estudo na localidade, junto com os alunos e alunas. “A pesquisa evidenciou um cenário de resistência das novas gerações em relação à cultura quilombola. Identificamos não só a dificuldade de passar para as novas gerações, como também que havia a falta de interesse dos jovens em manter viva a cultura”, destaca. 

   Segundo Silvana Beserra, gestora da escola Levino Cândido, a cultura do pife estava se perdendo, pois nenhum dos alunos da instituição sabia tocar. A prática de tocar o pife (também conhecido como pífano), um instrumento musical de sopro que parece uma pequena flauta, junto com outros instrumentos, a exemplo da zabumba, fazia parte da cultura tradicional dos povos remanescentes de quilombos no Leitão da Carapuça; havia uma banda formada por moradores dessa região, que produziam os pífanos e faziam apresentações na comunidade ou em eventos próximos. Em conversa com moradores da comunidade quilombola do Leitão, soube que os componentes mais antigos da Banda de Pífanos faleceram e não haviam ensinado às novas gerações. Diante da situação, prontamente a comunidade escolar se mobilizou para mudar essa realidade. “Daí vimos a necessidade de implantar na escola oficinas que pudessem valorizar essa cultura, tão forte em outros tempos”, lembra Joana. 

   Após a fase inicial de pesquisa, foram realizadas visitas à comunidade quilombola do Leitão no primeiro semestre de 2022, como forma de incentivar professores e estudantes a conhecer a história da comunidade por meio de relatos dos povos remanescentes de quilombos. Em seguida, vieram o planejamento e uma seleção a partir do interesse dos estudantes; concluída essa etapa, a unidade de ensino buscou apoio da Secretaria de Educação de Afogados da Ingazeira. “Tivemos uma conversa com a secretária de Educação para que nos apoiasse e não demorou para que tivéssemos resposta. A escola de música do município nos fez uma visita e abraçou a causa”, detalha Joana. 

   As aulas práticas começaram em maio do ano passado e, através de parceria com a escola municipal de música, a realidade está mudando. “A chegada desse projeto a nossa escola, através da Escola de Música Bernardo Delvanir Ferreira, nos deixou muito contentes, uma vez que oportuniza o resgate dessa cultura e consequentemente a valorização da identidade de uma comunidade, de um povo”, pontua Silvana.

   O projeto de música atende dezenas de alunos e alunas do 3° ao 5° ano (turno da manhã) e do 6° ao 9° ano (turno da tarde), com aulas quinzenais ministradas pelos professores Edinho (manhã) e Cacá Malaquias (tarde). Para o professor Cacá, a contribuição do projeto é de alta relevância porque a região tem muitos descendentes de quilombolas.

   

A Escola Municipal Levino Cândido, em Afogados da Ingazeira (PE): valorização das tradições culturais da vizinha comunidade quilombola do Leitão da Carapuça, com estudantes da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental. Foto: EM Levino Cândido

   “Por isso estamos incluindo elementos importantes como o pife, a dança e vários instrumentos de percussão como zabumba, ganzá, pandeiro, tarol e triângulo, instrumentos usados tanto na banda de pife como no coco de roda. Vamos agregar também a música vocal, muito presente na dança do coco”, relata. “O desafio é fazer com que os alunos entendam a importância de sua cultura e a influência de outros estilos a que eles têm acesso através do celular, das redes sociais e aplicativos.”

   Estudantes e o Grupo de Coco do Leitão também já se apresentam em eventos locais. “Sempre que há eventos aqui ou de que a escola participa convidamos o grupo; no último ano eles estiveram presentes em nosso arraial, na culminância do nosso projeto de leitura e no desfile cívico do Sete de Setembro. Contamos com a participação de muitos membros nesses eventos, como forma de valorização do grupo”, detalha a gestora Silvana.

   A iniciativa da Escola Municipal Levino Cândido mostra a importância do engajamento coletivo para valorizar e preservar as tradições culturais. Ao incentivar o aprendizado da música e da dança do Leitão da Carapuça, contribui para a formação de cidadãos e cidadãs conscientes de sua identidade cultural, capazes de valorizar, respeitar e propagar a diversidade cultural brasileira. 

Copiado de: https://www.itausocial.org.br/noticias/cultura-e-ancestralidade/