domingo, 31 de outubro de 2021

O epitáfio de Quintino Cunha

outubro 31, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

   A palavra epitáfio vem do grego epitáfios. É o título de uma música dos Titãs - aquela que diz "o acaso vai me proteger / se acaso eu andar distraído". Não conheço nenhum, mas é possível que seja também o nome de alguém por aí.

   De origem, no entanto, quer dizer "sobre a tumba".

  Resta claro que são frases, pensamentos ou versos postos sobre túmulos em referência a quem os ocupa.


   Por outra, Quintino Cunha é o da foto. O túmulo do mesmo é em Fortaleza - CE, onde foi sepultado. A morte foi no dia 01 de junho de 1943. O nascimento foi no dia 24 de julho de 1875, em Itapajé, no mesmo Estado.

  Quintino foi advogado, poeta, escritor, compositor, político e pessoa admirada pelo humor e pelas respostas rápidas.

  O que uma coisa tem a ver com a outra é que, apesar das conquistas, ele chegou à velhice empobrecido. Valeu-se do verso - vejo que do humor também - e escreveu o próprio epitáfio:


O Pai Eterno, segundo
Refere a Bíblia sagrada,
Tirou o mundo do nada
E eu nada tirei do mundo.


outubro 31, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 Em que consiste o humor na charge? - Brainly.com.br

sábado, 30 de outubro de 2021

outubro 30, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Pode ser uma imagem de violão e texto

Luiz Gonzaga revivido pelos sergipanos Nino Karvan (voz) e Alberto Silveira (violão)

outubro 30, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

Por Tárik de Souza / IMMuB

    Luiz Gonzaga (1912-1989) colocou o nordeste no mapa da MPB. Ele foi o arauto da enorme leva de conterrâneos retirantes – como ele próprio, pernambucano de Exu - que desceu para trabalhar na urbanização do sudeste, em meados do século passado, e trouxe postais sonoros do agreste, no matulão de memórias. Mas não apenas nostalgia. Uma cultura sólida e múltipla de baiões, xaxados, xotes, cocos, aboios, toadas, polcas, rancheiras e maracatus, entretecida com o talento de mestre da sanfona, instrumento que lançaria moda e insuflaria seguidores. E enredos épicos, letrados por parceiros como o advogado cearense Humberto Teixeira (1915-1979) e o médico pernambucano Zé Dantas (1921-1962), ambos também músicos de estirpe. “Como os grandes compositores russos, Gonzaga mergulhou fundo na alma de seu povo e se tornou sua mais profícua tradução em música”, definiu o compositor paraibano Chico Cesar. Quase 80 anos depois, essa saga memorável ainda ecoa em plena era da ditadura brega-pop que também assola o sertão. O disco “De Lua – canções de Luiz Gonzaga” (Kuarup) reúne dois sergipanos: o cantor e compositor (também luthier e musicoterapeuta) Nino Karvan e o violonista, arranjador (e também compositor) Alberto Silveira. À base intimista de voz e violão, eles revisitam dez clássicos vocalizados por Gonzaga em épocas variadas, oito deles de sua autoria com parceiros.

   Abre o cortejo a estradeira valsa toada “Légua tirana” (“varei mais de vinte serras/ de alpercata e pé no chão/ mesmo assim como ainda ‘farta’/ pra chegar no meu rincão”), parceria com Humberto Teixeira. Também da dupla central do baião é uma provocante revisita à pungente “Juazeiro” (ambas de 1949), com direito a percussão sacudida no bojo da viola, como a dos cantadores primitivos. Ainda da mesma dupla, sempre no jargão matuto, é a toada cortante “Assum preto” (“’tarvez’ por ‘ignorança’/ ou ‘mardade’ das ‘pió’/ ‘furaro’ os ‘óio’ do assum preto/ pra ele assim, ai, canta ‘mió’”), de 1950, que ressoa na voz chorada de Karvan, pavimentada pelas cordas de Silveira.

   O ciclo passarinheiro do repertório ainda abarca duas parcerias de Gonzaga e Zé Dantas. Do baião saltitante “Sabiá” (“a todo mundo eu dou psiu/ perguntando por meu bem”), de 1951, encordoado na ponta dos dedos, à toada redentora “A volta da asa branca” (1950), seqüência do clássico original (“a asa branca/ ouvindo o ronco do trovão já bateu asas/ e voltou pro meu sertão”). E mais uma só de Dantas, a recorrente “Acauã” (1952), que imita o canto do pássaro título, e ainda cita o soturno bacurau, ave que serviu de mote ao explosivo filme dos cineastas pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, de 2019. Ainda da dupla Gonzaga/Dantas é o xote geográfico “Riacho do navio” (“corre pro Pajeú/ o rio Pajeú vai despejar/ no São Francisco/ o rio São Francisco/ vai bater no ‘mei’ do mar”), de 1955.

  Com quatro discos solo (“Mangaba madura”, 2001, “Aquarela pra pandeiro”, 2006, “José”, 2014 e “No romper da madrugada”, 2016), Karvan participou de mais de quinze coletâneas de festivais, dos quais, em oito saiu vitorioso. Como luthier, viajou para a China, onde se apresentou em 2006, e aqui, já dividiu o palco com Belchior, Beth Carvalho, Moraes Moreira e Chico Cesar, entre outros. No grupo Avantou, formado por músicos brasileiros e belgas, desde 2013, une forró, música tradicionais européia, jazz rock e reggae. Autor de trilhas dos curta metragens “Do outro lado do rio” e “A parede” Silveira, por sua vez, ganhou o prêmio Aperipê de “melhor instrumentista” e “melhor música instrumental” (“Fim de noite”), de 2011. Participou dos festivais Mangaba Instrumental (2011,2012) e do circuito Sesc Instrumental (2013). Estreou no disco “Baleadeira”, em 2015. Em 2017, passou a integrar a Cotto Orchestra, fazendo shows no Brasil e no México. Especialista em educação musical, desenvolveu técnicas como “tapping’, “two hands” e violão percussivo, que utiliza em “De Lua – Canções de Luiz Gonzaga”.

  No repertório, ainda há parcerias raras de Gonzaga com Nelson Barbalho, a fúnebre toada/aboio “A morte do vaqueiro”, de 1963, (“bom vaqueiro nordestino/ morre sem deixar tostão/ o seu nome é esquecido/ nas quebradas do sertão”) e com o maestro Guio de Moraes, a epopéia retirante “Pau de arara” (1952). Esta, no lamento vocal de Karan, adensa as tintas biográficas do co-autor: “Quando eu vim do sertão, seu moço/ do meu bodocó/ meu malote era um saco/ e o cadeado era um nó/ só trazia a coragem e a cara/ viajando num pau de arara/ eu penei/ mas aqui cheguei”. Fecha o roteiro, a devastadora “Hora do adeus” (1967) com que os conterrâneos pernambucanos Onildo de Almeida e Luiz Queiroga homenagearam o soberano nordestino: “Eu agradeço ao povo brasileiro/ norte, centro, sul inteiro, onde reinou o baião/ se eu mereci minha coroa de rei/essa sempre eu honrei/ foi a minha obrigação”.

Copiado de: https://immub.org/noticias/luiz-gonzaga-revivido-pelos-sergipanos-nino-karvan-voz-e-alberto-silveira-violao

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Alexandre Morais - 100 linhas de Sertão

outubro 29, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


Versos de Alexandre Morais e artes de Edgley Brito

Cancão acuando cobra
E a bicha engolindo um sapo
E o bicho inflamando o papo
Pra ver se o tamanho dobra
Urubu comendo a sobra
De um cassaco esgoelado
Que o guará deixou de lado
Quando se viu satisfeito
Eis o retrato perfeito
Do sertão que eu fui criado
 
Um boi ruminando deita
Por cima do pasto frio
Chega a baba faz pavio
Quando o bicho se deleita
Um anu no lombo aceita
Nem liga pro beliscão
Que longe da precisão
Quem bem passa, mal não trata
Quando o verde veste a mata
Meu sertão é mais sertão


É difícil quem retrate
Uma noite assim tranquila
Um grilo longe sibila
E um cachorro longe late
Isso é ouro em quilate
Que Deus nos deu de presente
Fez o ouro reluzente
E o sertão que não reluz
Mas é o que mais seduz
E o que mais enrica a gente
 
Aprendi c’um certo João
Paraibano e poeta
Que o relampo é o profeta
Que anuncia o trovão
Que a semente racha o chão
Para a planta germinar
E sabiá ao cantar
Avisa que o ano presta
O trovão prepara a festa
Pra Asa Branca voltar


Quando chega a invernada
O nevoeiro aparece
E o relampo risca um “S”
Na tela da madrugada
Mas nessa seca danada
O “S” é o do sofrimento
Com mais o “T” do tormento
Judiando os animais
Se a seca demorar mais
Eu vendo até meu jumento
 
Um boi que saiu da canga
Inda com marca no lombo
Entre tropicão e tombo
Busca refúgio na manga
Com a mutuca se zanga
Lembra a vara que o furou
Depois lambe onde ficou
A ferida do ferrão
E o caçote lambe o chão
Da cacimba que secou


Nessa paisagem da gente
O suor é companheiro
Do trabalhador roceiro
Quando o sol grita: presente
Mas o sertanejo é crente
Ora para Deus agir
Só basta a reza subir
Pra água se derramar
Só Deus faz o céu chorar
Pro sertanejo sorrir
 
O ano tem dozes meses
Uns de chuva, outros de estio
Quando chove canta o rio
Mas isto são poucas vezes
Sofrem os homens, as reses
Mas chuva que molha o chão
Espanta logo o carão
E acorda os sabiás
O sertão só dorme em paz
Quando ouve a voz do trovão


Minha casa é bem modesta
Mas cabe minha família
Faço da mata a mobília
E de jardim a floresta
Terreiro é salão de festa
A cancela é o portão
E existir uma mansão
Melhor que esta eu duvido
Além do lar que eu resido
Minha casa é o sertão
 
Quem pensa que é só tristeza
Falta de chuva e quentura
Nunca provou da fartura
Que é feita a nossa mesa
Pela própria natureza
Quem é daqui sabe dar
Um jeito de transformar
A boa vontade em pão
Quem fala mal do sertão
Não conhece o meu lugar

Pra escutar e cantar

outubro 29, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


A FLOR QUE A GENTE ASSOPRA

Renato Teixeira Não sei tirar você do meu pensamento Em qualquer lugar, a qualquer momento, Você chegando vem (2x) Vem como um passarinho que fez o ninho em meu peito, E agora não tem mais jeito, É ele que acende o meu coração. Vem como aquela flor que a gente assopra, E flutua mui delicadamente, E deixa contente o meu coração Não sei tirar você do meu pensamento Em qualquer lugar, a qualquer momento, Você chegando vem (2x) Vem como um passarinho que fez o ninho em meu peito, E agora não tem mais jeito, É ele que acende o meu coração Vem como aquela flor que a gente assopra, E flutua mui delicadamente, E deixa contente o meu coração (2x) Vem como um passarinho que fez o ninho em meu peito, E agora não tem mais jeito, É ele que acende o meu coração Não sei tirar você do meu pensamento Em qualquer lugar, a qualquer momento, Você chegando vem..."

Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

outubro 29, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

NEGOCIAR SEMPRE

Ademar Rafael

   No mundo em que as relações de convivência e dos negócios estão sendo direcionada para um perigoso individualismo, onde cada um estica a corda com a única intenção de ficar com a maior parte quando houver a ruptura, a arte de negociar precisa ser exercida ao extremo.

  Recentemente a editora Globo lançou o livro “Negociando o inegociável”, do professor Daniel Shapiro, uma das maiores autoridades mundiais de na área de mediação de divergências. Esta obra traz luzes capazes de neutralizar escuridão que impera nos relacionamento privados e nas relações negociais entre empresas x empresas e países x países.

 Ao prefaciar o livro o empresário Jorge Paulo Lemann menciona as habilidades que ele e seus sócios precisaram utilizar quando estavam negociando a união da brasileira Ambev com a Interbrew belga. Ele e seus sócios com experiência de quinze anos no mercado de bebidas enquanto os belgas atuavam no ramo de cervejas há mais de seiscentos anos. Cita que os fundamentos apresentados pelo professor Shapiro, na obra prefaciada, teriam contribuído muito nas negociações.

  Esta observação de Lemann nos assegura a certeza de que para negociarmos precisamos sair do mundo do “eu” e ingressar no universo do “nós”. Neste quesito o livro nos abastece com muitos conceitos aplicáveis nas negociação onde a busca pela solução passa utilização dos pontos convergentes e ajustes nas divergências, jamais o contrário.
Todos sabemos disto, a pergunta que não cala é: “O que nos motiva a deixar de lado nossa capacidade de diálogo e partimos para uma disputa onde cada negociador pretende tirar o máximo do outro, sem pensar numa solução onde todos ganham?”

 Precisamos domar os “lobos” que carregamos e alimentarmos o bom senso e a habilidades que nos levam a um ambiente onde a cooperação possa substituir a competição. Quem topa iniciar esta salutar prática?

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Lenilson Nunes na Budega com prosa

outubro 27, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 Na segunda-feira, dia 01 de novembro, como diz o ditado, todo caminho vai dar na budega. Na Budega com Prosa, em Afogados da Ingazeira - PE, que recebe o músico e cantor Lenilson Nunes, pajeuzeiro de Brejinho - PE. E claro que vai ter Prosa e Poesia. Cuida!

outubro 27, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Mesa de Glosas no Prosa de Mestre

outubro 27, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


   O poeta Edmilson Ferreira, Mestre de fato e de direito, tem um canal fantástico no YouTube chamado Mestre do Repente. Todas as segundas-feiras, às 20h, ele faz um quadro chamado Prosa de Mestre, quando recebe convidados para um bate papo cheio de arte.
  Neste dia 25/10/21 teve mais de um convidado. Teve Gislândio Araújo, Alexandre Morais, Francisca Araújo e Robson Renato. Daí, Edmilson coordenou uma mesa de glosas.
    Olha, foi muito boa! Pra assistir é só clicar no vídeo aí acima.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Rolando Boldrin, 85 Anos Pelas Raízes Caipiras

outubro 26, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


Do IMMuB
Instituto Memória Musical Brasileira

   Em cada casa, um causo, e em outubro celebramos os 85 anos de vida do ator, cantor e compositor Rolando Boldrin (foto), figura conhecida por encontrar na vivência sua capacidade de comunicar a cultura popular, sendo um dos maiores divulgadores da música caipira e sertaneja no país!

  Nascido em 1936 e natural de São Joaquim da Barra, cidade do interior paulista, o interesse pela música surgiu logo quando criança, que a partir do incentivo do pai, teve uma dupla sertaneja com seu irmão, chamada de ‘Boy (Rolando Boldrin) e Formiga’, se tornando um nome conhecido na rádio local, e que já demonstrava seu interesse pelos causos.

  Além do estímulo pela música através das diversas duplas que passavam pela sua cidade, Boldrin também se viu chamado pela arte em razão dos circos-teatro, que foi o motor que despertou o interesse do artista pelos palcos, o que viria a se concretizar nos anos seguintes.

  Assim, ao se aventurar aos 16 anos em sua ida para a cidade de São Paulo com o sonho de ser artista, oportunidade esta que chegou a partir de uma tentativa de integrar a Rede Tupi, tendo sido reprovado para o teste de cantor, mas que ainda rendeu-lhe um papel como figurante na emissora, iniciando assim sua contribuição como ator.

  Após esse pontapé inicial onde atuou, declamou, compôs e escreveu, Boldrin se torna pessoa presente nas telenovelas e teatros, e, ao observar a brecha por estar em meio ao círculo artístico, volta a se movimentar no campo da música, sua paixão!

  Foi assim que, ao longo dos anos na Rede Tupi que o nome de Rolando Boldrin cada vez mais foi se atrelando ao campo musical, o que se mostrou concretizado com o lançamento de seu primeiro disco, chamado ‘O Cantadô’, onde o músico de forma definitiva conta seus caminhos por meio da música caipira, unindo seus famosos causos junto da viola.

 Com sua multiplicidade artística então que, a partir de 1981, Rolando Boldrin assume o papel de apresentador do ‘Som Brasil’, por ele idealizado e transmitido pela TV Globo, em um programa que surge como alternativa à música estrangeira ao nos remeter à simplicidade do interior junto de seus causos, e aqui o artista permaneceu à frente até os anos de 1984.

  Os causos, marca de Rolando Boldrin, são uma marca na comunicação entre os povos, e que tradicionalmente são utilizados pelos caipiras e sertanejos que, contando uma história, acabam por transmitir o conhecimento que detinham.

  Após perceber a riqueza de um programa voltado para suas raízes que Boldrin passa por diversos formatos e emissoras até iniciar em 2005, pela TV Cultura, o programa ‘Sr. Brasil’,  espaço onde encontrou em si o importante papel na preservação e propagação da cultura interiorana caipira e sertaneja, além de eternizar o nome de Rolando como o “maior contador de causos da televisão brasileira”!

  Apesar da marca caipira, hoje o programa ‘Sr. Brasil’ segue primando pelo caráter regional de seus convidados, sendo um acervo vivo de toda a expressão presente no interior de nossas regiões.

  De forma paralela à sua atuação como apresentador, Boldrin não deixou de seguir a carreira de ator, sendo este o real ofício como por ele é mencionado: “sou fundamentalmente um ator, esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias.”.

  Rolando Boldrin assim, se mostra como um verdadeiro porta voz da cultura caipira, sendo este caminho a síntese de sua carreira, que não se afastou de suas raízes e conseguiu levar a calmaria do interior a todo o Brasil, em um legado que permite degustar as diferentes estética da voz popular!

“É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos
É que a viola fala alto no meu peito, humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê”

Copiado integralmente de: https://immub.org/noticias/rolando-boldrin-85-anos-pelas-raizes-caipiras

outubro 26, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

Alexandre Morais - A saudade passou jogando flores

outubro 26, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Versos de Alexandre Morais em mote de Maciel Correia.

Artes de Marcos Pê.

O jardim lá de casa eu só comparo
Com o triste cenário de um velório.
Nele está um perfeito repertório
Do que foi nosso amor...  amor tão raro!
Já foi belo, hoje vive em desamparo,
Pois os vimos morrer, mas não cuidamos.
Só agora é que quando conversamos,
Um ao outro dizemos com rancores:
A saudade passou jogando flores
No velório do amor que assassinamos.

Não aceito mais lágrimas caindo
Nem dos teus, nem dos meus olhos tristonhos.
Se nós mesmos matamos nossos sonhos,
O fizemos, cientes e sorrindo .
Se o passado foi simples e foi lindo,
Foi um tempo que não valorizamos.
E se ali só espinhos nós plantamos
É normal que dos talos brotem dores.
A saudade passou jogando flores
No velório do amor que assassinamos.

Minha vida em duas se divide
Uma antes de ti, outra depois
Se foi bom por um tempo sermos dois
Relembrar esse tempo nos agride
O futuro talvez que nos convide
A pensar no que antes não pensamos
Mas não quero lembrar que nos amamos
Para não espantar novos amores
A saudade passou jogando flores
No velório do amor que assassinamos.

Se é mito, se é lenda ou se é verdade
Que o amor deixa as vidas coloridas
Colorimos demais as nossas vidas
Com as tintas da sã felicidade
Com pincéis da fiel cumplicidade
Mais que mil aquarelas desenhamos
Mas dos restos dos quadros que pintamos
A cor preta encobriu as outras cores
E a saudade passou jogando flores
No velório do amor que assassinamos

outubro 26, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

outubro 22, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

A saudade supervaloriza o passado

outubro 22, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


Por Mila Costa / Diário do Nordeste 

Eu me considero bastante nostálgica. Mas esse texto não é sobre mim. É sobre essa saudade (?) que temos de algum tempo bom do passado. Geralmente, uma saudade de um tempo que hoje parece ser melhor do que realmente foi.

Eu, cansada, cuidando integralmente de um bebê de 3 meses, apesar de feliz (depois conversaremos sobre a diferença entre cansaço e tristeza), de vez em quando me pego com saudade de quando acordava num sábado pra ir andar na praia ou beber uma caipirinha sem compromisso e sem hora pra voltar.

Mas, oras, por que não sentiria saudade? Tempo bom. E era realmente bom. Eu fazia muito isso aos 20 e poucos anos. Era bom demais.

Tão bom que parece que hoje é melhor do que realmente era na época.

Essa coisa da gente superestimar um passado porque nosso presente está cansativo ou desgastante. Eu lembro que na época da caipirinha eu era feliz mas também lembro que eu me sentia muito só muitas vezes.

Juventude cheia de questionamento (tão longe da cabeça que eu tenho hoje), uma ressaca moral de tantas coisas que aconteciam naquela juventude intensa que foi boa mas deixou marcas também. Nem tudo era 100% bom assim como hoje. Sentimento de realização passava longe. Mas parece ser perfeito nas lembranças de uma adulta cansada.

A gente é assim mesmo. Até a grama da nossa casa do passado parece ser melhor que a grama da casa que nos mudamos. Mesmo que nossa casa hoje seja maior, mais ampla, melhor. Naquela época a grama não parecia tão linda, mas hoje, quando lembramos, nos apegamos como se ela fosse mais verde do que era na realidade. É... o ser humano é meio assim, né? Por mais que se ame tem um quê de dor, um quê de saudosismo.

Deixo explicado aqui que, claro, há épocas boas que deixam saudades e às vezes melhores do que a que vivemos hoje. Mas é bom a gente lembrar que também havia saudade naquela época - Deus sabe de que - e a vontade de viver uma vida ainda não almejada.

Hoje eu continuo nostálgica. Me rendo a uma CD da Britney Spears como nenhum outro. Mas consigo pegar o caminho de volta quando me vejo desfrutando mais o passado do que esse presente aqui que muitas vezes é duro, mas extraordinário.

Texto copiado integralmente de: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/mila-costa/a-saudade-supervaloriza-o-passado-1.3149675 

Imagem copiada de: https://jornaltribuna.com.br/2021/10/o-passado-machuca/

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

outubro 21, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 


50 anos do Quinteto Violado

outubro 21, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 VIVA OS VIOLADOS

Por Alexsandro Acioly

Em 1971 o Brasil vivia um momento de luta pela liberdade de expressão. Eram os anos de chumbo, que se estenderiam até o início de 1974, e a censura tanto na área musical quanto na cultural em geral não deixava passar nada que fosse de encontro aos seus pensamentos e interesses.

É em meio a esses acontecimentos que nasce em 1971 uma das maiores expressões musicais do Nordeste do Brasil, o Quinteto Violado.

Na verdade a banda já existia desde o ano de 1970, mas ainda não tinha sido batizada como “Quinteto Violado”. E eis que vem o convite que mudaria a história do grupo e da música pernambucana. Após se apresentarem nos estúdios da TV Universitária o grupo é convidado para se apresentar no festival de verão que iria acontecer no Teatro de Nova Jerusalém, onde fariam a abertura do espetáculo Calígula, de Albert Camus.

Depois de uma bela apresentação nas pedras do grande teatro ao ar livre, o grupo vai descendo com os instrumentos e eis que um dos garotos que estavam na plateia grita: “LÁ VEM OS VIOLADOS”. A partir desse momento estava batizado um dos maiores grupos musicais do País.

E é nesse dia 21 de outubro de 2021 que o Quinteto Violado está completando 50 anos de atividade ininterrupta. Claro que a formação já não é mais a mesma. Dos músicos remanescentes só Marcelo Melo que continua no grupo. Com o falecimento de um dos fundadores, o baixista Toinho Alves, o grupo sente a pancada, mas não deixa a peteca cair e segue em frente com os projetos e shows.

O Quinteto imortalizou músicas como “Asa Branca”, "Samarica Parteira” e tantas outras do Rei do Baião. O grupo também tem LP’s e CD’s antológicos como é o casso do Primeiro LP denominado de Quinteto Violado, de 1972, gravado pelo selo Phillips (imagem abaixo).


   De 1974 a 1983 o Quinteto Violado percorre todo o Brasil com o espetáculo “A Feira”, nome também de um dos discos do grupo gravado em 1974.

   Durante esse passeio musical de nove anos o grupo corta o País de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Várias foram as cidades do interior do Brasil que receberam o espetáculo e dentre elas Afogados da Ingazeira, que foi citada na contracapa do CD “Notícias do Brasil”, de 1982. O Quinteto tem uma ligação com Afogados, onde já se apresentou por duas vezes em praça pública, sendo uma dessas durante a turnê e por duas vezes no Cine são José.

Contracapa do CD Notícias do Brasil onde Afogados da Ingazeira é citada

Por fim, um grupo desse quilate precisa ter o reconhecimento e admiração do povo sertanejo, do Brasil e do mundo. Parabéns a todos que fazem o Quinteto Violado e que venham mais 50 anos de música pela frente.

Na foto abaixo, a atual formação do grupo: Sando (Baixo), Dudu Alves (Teclado), Marcelo Melo (Violão), Ciano Alves (Flauta) e Roberto Medeiros (Bateria).



   Viva os Violados!!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

outubro 18, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

  Experiências trocadas

 Ademar Rafael

   É do conhecimento de todos que o mundo das organizações empresariais herdam muitos conceitos, exemplos e práticas de universos em que a administração não está inserida, para auxiliar na solução de problemas de gestão. Tem origem nesta lógica a grande pergunta: “Administração é ciência ou arte?”

  Na condição de administrador tenho a convicção que também podemos trazer princípios desenhados para administração para que nossas vidas ganhem facilitadores, nela como na gestão os obstáculos são muitos. Como ferramentas adequadas podemos reduzir os seus impactos e tronar a vida muito melhor do que ela se apresenta.

  Nos primeiros anos desde século os professores Julian Birkinshaw e Cristina Gibson, por meio de estudo publicado na Instituto de Tecnologia de Massachusetts–MIT, colocaram o termo “ambidestria”, nas organizações e convocando os gestores para fazer escolhas que os levariam a “cuidar do negócio e da estrutura atuais e, ao mesmo tempo, olhar para negócios emergentes e estruturas futuras.” Isto é, teriam que segurar dois pratinhos rodando, estilo dos malabaristas circenses, ao mesmo tempo.

  Seguindo a lógica proposta ser “ambidestro” e muito mais que atuar simultaneamente com as duas mãos é, acima de tudo, dosar suas ações para que a sustentação do negócio atual e seu encontro com o futuro ocorram de forma automática, com perenidade e sem sobressaltos.

  Sendo assim cara leitora e caro leitor, façam uma reflexão sobre raciocínio deste cronista, em relação ao assunto. Entendo que se deixarmos de lado o imediatismo, a superficialidade que impera em nossos dias e colocarmos nossas energias para fazermos bem o que estamos fazendo e nos preparamos para o futuro teremos resistência para trilhar nossa caminhada com certeza de êxito e com menores esforços.

  Quem encara?

outubro 18, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

Ronaldo Correia de Brito - A louca do jardim

outubro 18, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Ronaldo Correia de Brito

   Entre os muitos personagens reais que me inspiraram, atiçando minha imaginação, há uma mulher que me aparece com sua história de sofrimento e mistério. Perdi a conta das vezes que escrevi sobre Júlia em contos, romances e crônicas. Abandonada pelo marido, que levou as duas filhas do casamento, durante toda sua vida ela sonhou reaver essa perda. Júlia sabia ler com fluência mas, estranhamente, não escrevia uma letra do alfabeto. Durante anos, mamãe foi escriba de suas cartas lacrimosas para as filhas ausentes. Algumas vezes assumi este lugar e creio que isso foi importante para o aprendizado de escrever ficção.

  Ao nome de batismo acrescentaram um substantivo da profissão: Júlia dos Ovos. Era assim que a conheciam, quando ainda tinha forças e coragem para percorrer a pé e descalça os sítios em torno do Crato, comprando ovos e carregando-os num balaio, aprumado na cabeça. Destinavam-se às freguesas, entre as quais se incluía minha mãe.


  Em nossa casa, Júlia se alimentava, pedia para escrevermos suas cartas, que lêssemos os cordéis comprados nas feiras e alguns livros de sua preferência. Os mais clássicos eram A casta Suzana, do profeta Daniel, e A louca do jardim, ambos com enredos sobre acusações falsas e testemunhos falsos de adultério feminino.  Histórias com final feliz, onde a vítima era inocentada depois de passar por muitas provas e sofrimentos. Havia mais um livro da preferência de Júlia, que nunca li para ela: O judeu errante.  Mas, perdi a conta de cordéis lidos em voz alta, para a ouvinte atenta e sempre com os olhos embaciados de lágrimas.

  Percebi estar diante de uma colecionadora de folhetos, de uma leitora que não sabia escrever, preferindo que os outros fizessem isso para ela. Qual o motivo dessa escolha me perguntava intrigado?

  Porém este não era o maior segredo da mulher estranha. As pessoas tinham curiosidade em saber no que Júlia empregava o dinheiro ganho no comércio com os ovos, pois ela se vestia de roupas velhas, herdadas das freguesas, e comia nas casas onde fazia as entregas. Sovina, jamais se viu a cor do seu dinheiro.

  Somente depois que morreu. Acharam uma caixa repleta de cédulas, escondidas para as filhas, quando um dia – que nunca chegou – as encontrasse. Corroídas pela inflação, cobertas de mofo, as notas nada valiam. Foram enterradas com a mulher e seu sonho.


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quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Live-show nesta quinta vai homenagear profissionais da educação em Afogados

outubro 13, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários


   A Prefeitura de Afogados da Ingazeira promove, nesta quinta (14), uma live-show em homenagem a todos os profissionais de educação do município.

  A parte musical ficará sob a responsabilidade da talentosa dupla de músicos Júnior & Emanoel (clipe abaixo). A transmissão será através do canal oficial da Prefeitura de Afogados no YouTube, a partir das 19h.

 “Será uma noite de muitas homenagens aos nossos profissionais que tanto tem se dedicado, sobretudo nesses tempos de pandemia, a garantir uma educação de qualidade para a nossa população. Convidamos todos a assistir e participar desse momento conosco”, disse a Secretária de Educação, Wivianne Fonseca.



6º VerOuvindo anuncia filmes selecionados para sua programação

outubro 13, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Foto: Manuela Salazar/Divulgação


   6º VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife, que conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, divulgou nesta semana os filmes selecionados para a Mostra Competitiva de Curtas com Audiodescrição e para a Mostra Competitiva de Curtas com Tradução Audiovisual para Língua de Sinais. Um total de 22 filmes com acessibilidade concorrerão nas categorias de Animação, Documentário e Ficção a prêmios que somam um total de R$ 6 mil. Os títulos podem ser conferidos no site: www.verouvindo.com.

   Essa edição trará pela primeira vez em um festival brasileiro de cinema premiação voltada para profissionais da tradução para Língua Brasileira de Sinais. Os valores serão voltados para profissionais como intérpretes e consultores, vários deles surdos e surdas que ocupam o mercado de trabalho da acessibilidade. Essa é a segunda vez que o VerOuvindo é pioneiro. Em 2015, o festival foi o primeiro do Brasil a ter mostra específica com premiação voltada para profissionais da audiodescrição, como consultores, roteiristas e locutores.

  “Essa premiação inédita é uma forma de fortalecer e dar visibilidade a profissionais que ganharam importante destaque nas produções audiovisuais durante a pandemia, participando de lives, transmissões ao vivo e apresentações musicais. Além disso, traremos a sempre esperada premiação para profissionais da audiodescrição. O júri, de ambas as mostras competitivas, é formado por um time de especialistas, com e sem deficiência,  de vários estados brasileiros, que ajuda a criar critérios para se pensar esses recursos de acessibilidade também como parte criativa da cadeia de produção do audiovisual”, afirma Liliana Tavares, idealizadora e coordenadora do festival.

Trabalhos selecionados para Jornada VerOuvindo
  A organização do evento também anunciou a lista dos trabalhos selecionados para o Painel de Acessibilidade Comunicacional da II Jornada VerOuvindo, programação formativa paralela às exibições. Serão apresentadas 19 comunicações orais sobre a produção e técnica e estética da acessibilidade comunicacional. Serão debatidos temas como a produção de podcasts acessíveis, audiodescrição poética, legendas para surdos e ensurdecidos e acessibilidade de filmes pornográficos.

  Os trabalhos serão apresentados de 12 a 15 de novembro, em formato híbrido. Além das apresentações no Painel de Acessibilidade Comunicacional, a Jornada VerOuvindo contará também Oficina de Libras (com inscrições a serem abertas em breve), masterclasses sobre acessibilidade comunicacional e o novo projeto intitulado “Por Trás das Câmeras”, que terá presença de cineastas contando sobre experiências com acessibilidade na produção cinematográfica. Neste ano, o espaço contará com a presença de Kleber Mendonça Filho e Rodrigo Carreiro. Confira aqui os filmes selecionados.

Sobre o 6º VerOuvindo
  O 6º VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife ocorrerá este ano de 10 a 15 de novembro em formato híbrido (presencial e Na Rede). A programação presencial acontecerá nas cidades de Recife (Cinemas da Fundação Joaquim Nabuco e Teatro do Parque), Nazaré da Mata e Vitória de Santo Antão, enquanto a programação na rede poderá ser conferida no canal de Youtube do festival. Todas as sessões serão gratuitas e abertas para pessoas com e sem deficiência.

  Além das exibições acessíveis, o VerOuvindo também realiza dentro de sua programação a II Jornada VerOuvindo, espaço que fomenta a formação, discussão e reflexão sobre o fazer da acessibilidade comunicacional nos mais diversos campos, voltado para estudantes, professores e pesquisadores da área e interessados em geral.

Serviço
6º VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife
10 a 15 de novembro
Programação presencial em Recife, Nazaré da Mata e Vitória de Santo Antão
Programação remota no canal de Youtube do festiva

Conteúdo copiado de: http://www.cultura.pe.gov.br/canal/funcultura/6o-verouvindo-anuncia-filmes-selecionados-para-sua-programacao/