Outro dia Annamélia, a musa da Prata, pediu pra eu fazer uns versos em cima deste conhecido mote do Mestre das Artes, Zé de Cazuza: Todo dia muda a cor / Do quadro da minha vida. Me arrisquei, traçando três estágios de uma vida completa:
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O jovem
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Até os dez eu queria
Logo quinze completar
Nos vinte fiz despertar
O senso da honraria
Hoje vejo cada dia
Como graça recebida
Valorizo cada ida
Pois a volta é um supor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida
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O maduro
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Um novo quadro se pinta
Dizendo ao bom ouvinte
Quarenta não são dois vinte
Sessenta não são dois trinta
Não sei quem compôs a tinta
Da obra da despedida
Mas sinto os pincéis da lida
Negrejando sem clamor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida
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O velho
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As orelhas tão crescendo
A vista ficando curta
O juízo de quem surta
E o sexo é só querendo
Aí pego percebendo
Tô na reta da descida
Que é mais curta que a subida
E a carga é só de dor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida
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Bunito, poeta!
ResponderExcluirUma ideia nova em um mote antigo... Isso é o que faz a diferença!
Abraços e parabéns