domingo, 23 de maio de 2010

A quem interessar possa - Esse é meu

maio 23, 2010 Por Alexandre Morais 1 comentário
Não, não queira me calar

Psiu vá dar pra sua tia

Ou para seus seguidores
Esses da cara de lia

Pois comigo a merda talha

Ninguém vai botar cangalha
No lombo da poesia
-

De quem faz que não enxerga

Quem o que é bom dispensa

De quem só tem ouvidos

Pra opinião torta, pensa

De quem só joga pro povo

Adorando baba ovo

Eu tô longe, dê licença
-
Vou pro meio dos poetas
Onde vinga a coerência

Onde dá-se o verdadeiro

Grito da independência

Onde a vista não se turva

Que poeta não se curva

Para a falta de decência
-

Eu vou encher os salões

Eu vou gritar pelas ruas

Eu vou tentar preencher

As mentes que vagam nuas

De ti não terei saudades

Porque as minhas verdades

São diferentes das tuas
-

Fique lá com seu poder

Dê sopapo, dê porrada

Quem quiser que baixe as calça

Pra sofrer, levar lapada

Que tem gente que se rende

Que tem gente que se vende

Mas não me entrego por nada
-
Se rodeie de quem quiser

Aceitar sua ditadura

É fácil achar quem aceite

Ser um filho da censura

Posso perder a disputa

Mas não me rendo na luta

Que eu sou filho é da cultura

-
E isto não é orgulho

Nem tampouco vaidade

É apenas o registro

Da minha identidade

No aperto tem quem se cague

Mas não há nada que pague

Pela minha liberdade

-
Fique lá, que eu fico cá

Pode negar-me os jornais

Negue os rádios e TVs

Revistas e tudo mais

Prossiga no seu fascínio

Mas não verás o domínio

Calando meus ideais
-

E por mais que te mantenhas

Só disposto a encher fossa

Trabalharei na cultura

Como um caboclo na roça

Só combatendo os perversos

E oferecendo estes versos

A quem interessar possa

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