terça-feira, 27 de julho de 2010

Nosso protesto poético irreverente

julho 27, 2010 Por Alexandre Morais Sem comentários

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Não presta pra São José,

Afogados da Ingazeira,

Serra é uma buraqueira

Que até quem não vê da fé...

Depois de Albuquerquené

É que muda a posição.

Mas na nossa região

Ninguém sai da marcha lenta.

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas do sertão.



Dedé Monteiro

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Que nem capa de enxu,

Ou tábua de pirulito,

Tem buraco ao infinito,

Nas pistas do Pajeú.

Já se vê mais barro cru,

Do que asfalto no chão.

De pequeno a caminhão,

Foi num foi um se arrebenta.

Não tem quem puxe sessenta,

Nas estradas do sertão.

Alexandre Morais

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De Arcoverde a Petrolina

A pista é um só buraco

O asfalto parece fraco

Se fura até com neblina

No barro não se aglutina

E nem suporta pressão

Os carros na contramão

A todo instante atormenta

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas do sertão



Antônio Neto

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Eu moro na Capital

Mas não esqueço Tabira

O meu sertão, minha lira

A minha terra natal

Ao vê-la cresço em astral

Mas fico às vezes na mão

Que a buraqueira do cão

O meu carro não aguenta

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas do sertão



João Alderney

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Gasta pra mais de uma hora

De "Afogado" a Calumbi,

De Sertânia a Iguaraci

É que a coisa demora:

Se um pneu não vai embora,

Quem se vai é a suspensão...

De Juru a Solidão,

Pra correr só de jumenta...

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas de sertão.



Ademar Rafael

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Como tem buraco a bessa,

Não tem chofer que suporte,

Todo dia tem transporte,

Trocando pneu e peça,

Desde São José começa,

Esta peregrinação,

Quando chega no Leitão,

Aí o descaso aumenta,

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas de sertão.

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De Sertânia a Afogados,

Daqui pra Serra Talhada,

Na buraqueira danada,

Pneus já foram cortados,

Veículos foram quebrados,

Devido à situação,

Na mão ou na contra mão,

O perigo se apresenta,

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas de sertão.


Diomedes Mariano

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Não tem quem consiga mais

Nas estradas ficar calmo.

Por que têm de palmo em palmo

Buracos quase anormais.

Sem ter asfalto aliás,

Falta sinalização

E nessa “estrada de chão”

A poeira não assenta

Não tem quem puxe sessenta

Nas estradas do Sertão


Dudu Morais

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