domingo, 22 de maio de 2011

Olha a bagagem e a criatividade poética de nossa gente

maio 22, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Autor: Edmilton Torres

Quando D. Pedro I
Fugiu de Jerusalém
Fez a viagem de trem
Pois tinha pouco dinheiro
Já no Rio de Janeiro
Foi sambista da Mangueira
Sou poeta de Pesqueira
Pequeno nesse universo
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Cabral fez dupla caipira
Com Pero Vaz de Caminha
Comeram o bispo Sardinha
Na moita de macambira
Eu não sei se é mentira
Que Dilma vai virar freira
Pra discutir essa asneira
Eu juro que desconverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

No dia em que Zé da Luz
Inventou a internet
Tava fazendo omelete
Para comer com cuscuz
Pilatos roubou a cruz
Para vender a madeira
Eu falo muita besteira
Porém nunca me disperso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

O ex-presidente Lula
Quando jogou no Flamengo
Levou um murro no quengo
Porque foi fazer firula
Chá de mastruz não tem bula
Pois é receita caseira
Só não serve pra coceira
Pois dá efeito reverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Quando um tal de Maradona
Governou a Argentina
Liberou a cocaína
E deixou a maior zona
Só pomada Beladona
Para a cura de bicheira
Se o cabra tem gagueira
Com ele eu não converso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Lampião era valente
Mas tinha medo do pai
No dia que a Bolsa cai
Não existe inteligente
Maria quebrou um dente
Devorando macaxeira
Quem só briga com peixeira
Tem um instinto perverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Galinha quando põe ovo
Perde no mínimo uma prega
O político não sossega
Enquanto não lasca o povo
Sempre tem um truque novo
Para a sua roubalheira
A política brasileira
É assunto controverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Quando a Princesa Isabel
Instalou a ditadura
Não tinha fruta madura
Nem abelha dava mel
Quem comeu sarapatel
E ficou com caganeira
Lave a bunda na torneira
Ou já cague submerso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

A Rainha Elizabete
Avó de Matusalém
Não esconde de ninguém
Que foi monge no Tibete
Eva cobriu o breguete
Com uma folha de parreira
Adão ficou de bobeira
Em fantasias imerso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Em terra que peru voa
O urubu não sai do chão
Já disse o Rei Salomão
Quem é do mar não enjoa
Quando a abelha ferroa
O cabra sente tonteira
Quando eu planto bananeira
Vejo o mundo todo inverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Napoleão Bonaparte
Foi promovido a sargento
Depois que o seu jumento
Quase morreu de enfarte
Era assim a nobre arte
Do poeta de Teixeira
Sua obra pioneira
Leio atrás e no anverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira

Ele foi apelidado
“Poeta do absurdo”
Só não ouve quem é surdo
Só não lê o iletrado
Deixou um grande legado
Pra poesia brasileira
Foi poeta de primeira
Num ambiente adverso
Hoje fiz de cada verso
Homenagem a Zé Limeira


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