sábado, 27 de outubro de 2012

Coisa boa é assim

outubro 27, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários
 
As ações que fiz, deixo de exemplo;
Pois segui cada som da consciência.
Do sertão eu herdei a resistência
Da enxada fiz oficio e o meu templo.
Com a vista cansada eu contemplo

As bênçãos que Deus a mim doou,
Não reclamo; muito grato a ele sou,
Pois me deu mais um dia a ser contado
Envergado de velho meu cajado
É que apruma o que a vida desviou.

Contemplei cada noite enluarada

Clareando cada noite de romance.
Tive sonhos, alguns fora de alcance;
Mas achei o meu bem, a minha amada.
Quando a lua no céu está parada,
Lembro os olhos da bela que me amou
E orvalho que o rosto meu molhou
Pareceu que da lua foi pingado
Envergado de velho meu cajado
É que apruma o que a vida desviou.

Carrego todo peso de meus anos

No meu rosto, cada ruga é uma história.
Hoje fraco, guardo traços de memória,
Com momentos reias outros insanos.
Não é fácil, para nós velhos decanos,
Relembrar cada dia que passou,
E do pouco daquilo que sobrou
Vejo às vezes no vento ser levado
Envergado de velho meu cajado
É que apruma o que a vida desviou.

< Wellington Rocha >

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