sábado, 1 de fevereiro de 2014

Desmantelo de verso é assim

fevereiro 01, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
Alguns versos num mote que só Deus sabe de quem é, assim como só Deus sabe onde Brás Ivan vai buscar tanto juízo.
 
Cante as noites que passei
Em claro pensando nela.
Descreva a boquinha dela,
Que por ventura beijei.
Cante as frases que deixei
Infindas ao gaguejar...
Só você sabe rimar
meu pecado e meu instinto.
Poeta, cante o que sinto,
Que sinto eu não sei cantar.

Cante as dores que padeço
Sem dividir com ninguém;
Cante a dor de querer bem
A quem não me tem apreço;
Cante pra ver se'u esqueço,
De quem só vivo a lembrar;
Cante qu'eu só sei chorar
E quando choro não minto.
Poeta cante o que eu sinto,
Que sinto e não sei cantar.

Descreva meu coração
Nas muitas dores que sofre
Sendo atualmente um cofre
De armazenar solidão...
Cante sua frustração
E seu eterno penar:
Com muito amor para dar,
Porém de amor faminto.
Poeta, cante o que sinto,
Que sinto e não sei cantar.

Poeta, estou me sentindo
Como um peixe fora d'água,
Cheio de angústia e mágoa
Com essa dor me oprimindo...
Vejo a vida se exaurindo
E s'isso continuar,
Posso me considerar
Um animal quase extinto.
Poeta, cante o que sinto,
Que sinto e não sei cantar.

Cante de modo ordenado
Minhas muitas desventuras.
As eternas amarguras
Pelas quais tenho passado...
De modo simplificado,
Cante, em verso, o meu penar.
Cante num tom singular,
Sutil, pacato e distinto...
Poeta, cante o que sinto,
Que sinto e não sei cantar.

0 comentários:

Postar um comentário