Trono
sem rei
João da Luz fez do pinho uma caneta
Que não teve no tempo de escola.
Escreveu o que quis com a viola,
Reluzente e ligeiro qual cometa.
Precisando, a usou como escopeta,
Atacando a miséria que assola,
Defendendo a poesia que consola,
Decantando o palácio e a sarjeta.
Com o pinho, fez cedo o seu enlace,
E com ele no peito e sob a face,
Implorou por Jesus e pela lei.
Mas agora, sem João, na orfandade,
Dorme o pinho no trono da saudade
E o sertão chora a falta do seu rei.
< Alexandre Morais, 09/09/14 >
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