terça-feira, 29 de maio de 2018

Emídio de Miranda

maio 29, 2018 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

Imagem/Divulgação


     Valdemar Emídio de Miranda, nasceu em Recife, em 05 de agosto de 1897, filho de Auxêncio da Silva Viana e Maria dos Passos de Miranda Andrade. O seu Pai foi professor em Serra Talhada do início do século até meados dos anos 1919 ou 1920. Emídio faleceu em Arcoverde, então "Rio Branco", em 29 de Agosto de 1933 aos 36 anos de idade deixando alguns versos belíssimos e dentre eles, Ode ao Pajeú, uma homenagem ao nosso rio. Também são deles os sonetos "Saudando Triunfo", "Essa que Passa", "Cruzes da Estrada", dentre outros.



                    ODE AO PAJEÚ

Amplo, enorme, a rolar em giros caprichosos
Desce o rio, invadindo as roças e as pastagens;
E avoluma-se e cresce em convulsões selvagens
Sultão, domina a várzea e os montes pedregosos...

Escavando os grotões, mergulhando as ramagens,
Passa ufano, a cantar os seus feitos gloriosos;
Geme o vale humilhado aos ímpetos raivosos,
Desse rio hibernal de eternas vassalagens...

Herói, de inverno a inverno, audaz assoberbado,
Não respeita a miséria e a dor do desgraçado,
Que o trabalho perdeu...a roça...o próprio pão...

E sereno, sem dó da dor que rude espalha,
Vai cantando, a rolar...e entre moitas farfalha
E não chora, porque nasceu sem coração.


Fonte: Flores do Pajeú - Histórias e Tradições
            (Belarmino de Souza Neto)

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