segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Helena Meirelles foi pintar o Sarambé nos Estates

outubro 08, 2018 Por Alexandre Morais Sem comentários
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    Mato Grosso do Sul, divisa com o Paraguai. Ainda criança, Helena Meirelles ouvia com atenção a viola tocada pelos convidados nas reuniões musicais promovidas pelo avô. Família de músicos. Sanfona, gaita de boca, viola, violão. Tudo o que podia fazer era escutar. Os pais diziam que música não era coisa de mulher. Quando demonstrava interesse, ameaçavam cortar seus dedos e lavar seu lombo com salmoura, conta. Mas, escondida, dava vazão ao desejo. Roubava o carretel de linha da mãe e fazia as cordas da viola com a qual reproduzia os sons guardados na cabeça.
    Aos 17 anos, casou-se. O hábito de tocar nos prostíbulos sertanejos incomodava o marido. Aos 21, trocou-o por um violinista paraguaio. Caiu no mundo. “Nunca ganhei um tostão para tocar. Mas não faltava hotel, comida e cachaça depois que eu resolvi, sozinha, bagunçar o coreto, mascar fumo e pintar o sarambé.”
   Durante 32 anos foi dada como desaparecida. A família acreditava que tinha sido morta por um boiadeiro numa festa. Sua irmã encontrou-a por acaso, doente, em uma praça de Piquerubie, no Mato Grosso. Em 1993, um sobrinho enviou uma fita cassete com seus rasteados para a revista norte-americana Guitar Player. Foi eleita guitarrista do mês. Causou furor nos Estados Unidos. Aos 70 lançava seu primeiro disco pela Arhoolie Records. Só então caiu nas graças dos críticos brasileiros.

Texto copiado de: www.almanaquebrasil.com.br
Foto cpiada de: http://elizabethdiariodamusica.blogspot.com

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