Eu devia ter lido mais,
estudado mais, escutado mais, me apaixonado mais pelas coisas banais, ou
talvez amado mais, sem dar ouvidos à razão. Não sei se devia ter sido
mais “malovido”, mas o instante exige que assim eu seja, para não ouvir
mais absurdos.
Quando eu era menino, ouvia o som do surdo da Portela, abria a janela, e via aquele azul, que não era do céu, que não era do mar; era um rio que passava na imaginação de um samba de Paulinho da Viola, e mergulhava de cabeça nas águas de março, e saía lá no mês de junho; embocava no Riacho do Navio, me despejava no Rio Pajeú e nadava até o meio do mar.
Mas o mar não é mais aquele, a maré tá brava e os tubarões vieram para a praia, talvez para impedir que façam mais edifícios de vinte e cinco andares sobre os ninhos das tartarugas.
Eu devia ter ousado mais, arriscado mais, voado mais, além de minhas asas. O céu é o limite quando se sonha sendo passarinho, o oceano é o infinito para quem tem alma de peixe, e as sinfonias são solfejos que trovejam sobre o céu de um cantador.
Quando eu era menino, ouvia o som do surdo da Portela, abria a janela, e via aquele azul, que não era do céu, que não era do mar; era um rio que passava na imaginação de um samba de Paulinho da Viola, e mergulhava de cabeça nas águas de março, e saía lá no mês de junho; embocava no Riacho do Navio, me despejava no Rio Pajeú e nadava até o meio do mar.
Mas o mar não é mais aquele, a maré tá brava e os tubarões vieram para a praia, talvez para impedir que façam mais edifícios de vinte e cinco andares sobre os ninhos das tartarugas.
Eu devia ter ousado mais, arriscado mais, voado mais, além de minhas asas. O céu é o limite quando se sonha sendo passarinho, o oceano é o infinito para quem tem alma de peixe, e as sinfonias são solfejos que trovejam sobre o céu de um cantador.
< Maciel Melo >
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