segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O buraco da saída

fevereiro 11, 2019 Por Alexandre Morais Sem comentários

    Não me lembro de ter flertado, alguma vez, com o avesso da sorte. Sempre fui acariciado pelas emoções, mesmo quando estou distante delas.
   Às vezes, entro em off, para sair ileso de algum momento.  Às vezes, me posto à mesa, apenas para pedir a Deus que me dê saúde pra correr atrás do pão de cada dia. Às vezes, esqueço que nada é para sempre, me jogo nos labirintos das emoções, e depois dá um trabalho da moléstia pra achar o buraco da saída.
   Não me lembro de ter sido invisível em momento algum; sempre fui o reflexo de algum espelho.
   Nesse exato momento, é o espelho do céu que reflete na rede de minha varanda. Estou esparramado, servindo de isca para o anzol da solidão, que eu mesmo amarrei na linha. Destravei a carretilha do molinete e aqui estou, só esperando a hora de fisgar um pouco de alegria.
   O tempo está nublado, melancólico e frio. Tá bom pra tomar umas e jogar conversa fora.
    Quer saber de uma coisa? É isso que vou fazer.
    Bora?


                                                      < Maciel Melo >

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