quarta-feira, 24 de março de 2021

“Eu Mulher”

março 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 

 

   Histórias de superação em relacionamentos abusivos 

  Em comemoração aos seus 30 anos, a Cia Vias da Dança realiza de forma virtual a obra contemporânea “Eu Mulher”. A narrativa traz histórias de superação de abuso e reincidência de violência contra mulher, num processo de construção colaborativa, desenvolvido sob o olhar do diretor Eric Valença.

  A montagem  promove um encontro virtuoso entre a dramaturgia do corpo da bailarina e intérprete Heloísa Duque e o som do instrumentista Pedro Huff com seu violoncelo. A exibição ocorre no dia 25 de março às 20h pelo YouTube. Esse encontro tornou-se possível graças à aprovação do projeto em edital da Lei Aldir Blanc, através da Secretaria de Cultura de Pernambuco.

   “Eu Mulher” é o sexto monólogo que o ator e dramaturgo Eric Valença dirige, sendo o primeiro adaptado para um formato online, após ter realizado obras que estiveram em cartaz em diversos palcos no Recife. “Este é um tópico que já venho pesquisando e desenvolvendo desde o espetáculo ‘Trilogia do Feminicídio’. É uma pesquisa voltada às mulheres advindas da violência, da resiliência, transformação e das provocações que isso causa em seu corpo”, explica Eric.

   Heloísa Duque, que há 30 anos criou a Cia Vias da Dança, se inspirou na sua própria história para criar o espetáculo “Eu Mulher” convidando Eric Valença para trabalhar juntos criando um laboratório sobre o que era ser uma mulher que sozinha segurou uma companhia de dança tão renomada na cidade. “Inicialmente seríamos três bailarinos, mas por causa da pandemia, o espetáculo acabou virando um trabalho solo”, revela Heloísa, que desde 1998 não subia no palco. “No espetáculo temos essa mulher na família, na sociedade, nas relações interpessoais, na maternidade e no amor. A minha própria história representa a história de tantas outras mulheres. Foi assim que surgiu ‘Eu Mulher’”, conta.

   A participação do violoncelista Pedro Huff na trilha do espetáculo aconteceu de uma forma meio improvisada. “Fui convidado para fazer a trilha sonora já no primeiro ensaio. Foi ótimo porque o diretor chegava na minha orelha e dizia o que estava acontecendo para uma cena de sexo ou em uma cena de ninar um bebê. Fizemos diversos ensaios e logo formamos um duo de jazz com Helô em improvisos estruturados”, lembra Huff. O músico acrescenta que chegaram a um nível de sincronia maravilhoso. “O som do violoncelo é quase uma fala dela e a expressão da dança sai de dentro do som. É uma simbiose muito louca e acaba que nenhuma performance é igual a outra”, reforça.

Serviço
“Eu Mulher”, com Heloísa Duque e Pedro Huff
Quando: 25 de março de 2021 (quinta-feira), às 20h

Texto e foto: www.cultura.pe.gov.br

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