"Penetra surdamente no reino das palavras (...) Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra,
e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?" *Carlos Drummond de Andrade*
Como nos alertava Drummond, as palavras têm mil faces secretas, elas exalam perfumes exóticos que nos inebriam e nos seduzem com seus encantos místicos.
Através da magia das palavras, ler é transpor os limites da realidade imediata e entregar-se a todas as realidades possíveis que o intelecto humano concebe.
A nova normalidade pandêmica nos isola, a leitura nos liberta de nós.
A escrita humana nos transporta para além de nós, nos irmana para além das distâncias geográficas e do tempo.
Ler é apagar o tempo, ressignificando as vivências e aprendizagens legadas por nossa ancestralidade e intuindo o futuro que queremos a partir do nosso imaginário cultural.
Com um livro podemos viver o passado recontado por inúmeros olhares e também sonhar as maravilhas e desafios do futuro.
A leitura pode nos levar a conhecer mundos mais justos e também, como se Narciso fôssemos, ser espelho que desvela e reflete as injustiças do nosso mundo.
Sejam livros técnicos, didáticos ou literários, abrir um livro é ato de impacto social e comunitário, para além do desejo individual.
Livros podem transformar vidas e pessoas, mostrar possibilidades diante do impossível do cotidiano; e levar beleza diante do horror da dor.
Nesse 23 de abril, data que marca o falecimento de William Shakespeare, aquele que inventou o humano tal qual conhecemos hoje, comemoramos o Dia Mundial do Livro. Um dia para incentivar a leitura e refletir sobre a importância do ato de ler.
Livros são passagens para uma viagem onde poderemos nos compreender e nos reconhecer em desejos, sentimentos e ideias através da escrita de inúmeros autores, e, mais importante, uma viagem de compreensão da própria trajetória humana.
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