sexta-feira, 14 de maio de 2021

Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

maio 14, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

   Os tropeiros

 Os consumidores que hoje fazem compras pelo comércio eletrônico e recebem os produtos em casa jamais podem esquecer quem fazia este serviço em condições adversas: Os tropeiros. O livro “Tropeiros – Viajantes e aventureiros”, de Cândida Vilares e Vera Vilhena, assim os define: “…a lendária figura do tropeiro, que unificou o Brasil com suas tropas de mulas levando, pelos caminhos da época, mercadorias, novidades e costumes…”. Este foi o formato utilizado pelos tropeiros nos sertões do Brasil.

   No sul eram eles que conduziam as boiadas. Esta pratica foi estendida para Minas Gerais, Goiás e região do Pantanal, onde recebem o nome de comitivas. Para o estilo gaúcho, transcrevo uma das estrofes de “Tropeiro Velho” da autoria de Teixeirinha:


   “Sentado à beira do fogo

   Sentindo o peso da idade

   Tão triste o velho tropeiro

   Quase morto de saudade

   Oitenta anos nas costas

   Sempre lidou com boiadas

   Mas nunca em suas andanças

   Deixou um boi na estrada…”.


   As músicas “Menino da Porteira”, de Luiz Raymundo e Teddy Vieira de Azevedo, “Chico Mineiro”, de Francisco Ribeiro Barbosa e João Salvador Perez e “Comitiva Esperança”, de  Almir Sater, detalham a atividade no sudeste e centro oeste.

   Em nosso nordeste não encontro melhor texto para definir os tropeiros do que esta estrofe da música “Tropeiros da Borborema”, autoria de Raimundo Asfora e Rosil Cavalcante, gravada por diversos intérpretes e eternizada por Luiz Gonzaga:


“Estala relho marvado recordar hoje é meu tema

Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema

São tropas de burros que vêm do sertão

Trazendo seus fardos de pele e algodão

O passo moroso só a fome galopa

Pois tudo atropela os passos da tropa

O duro chicote cortando seus lombos

Os cascos feridos nas pedras aos tombos

A sede e a poeira o sol que desaba

Ó longo caminho que nunca se acaba!…”


  A “Amazon” e o “Magalu” nos levas aos produtos, os tropeiros nos leva à história, vamos viver na comodidade e preservar o “TROPEIRISMO”.

Publicada originalmente no Blog do Finfa

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