Os tropeiros
Os
consumidores que hoje fazem compras pelo comércio eletrônico e recebem os
produtos em casa jamais podem esquecer quem fazia este serviço em condições
adversas: Os tropeiros. O livro “Tropeiros – Viajantes e aventureiros”, de
Cândida Vilares e Vera Vilhena, assim os define: “…a lendária figura do
tropeiro, que unificou o Brasil com suas tropas de mulas levando, pelos
caminhos da época, mercadorias, novidades e costumes…”. Este foi o formato
utilizado pelos tropeiros nos sertões do Brasil.
No sul eram eles que conduziam as boiadas. Esta pratica foi estendida para Minas Gerais, Goiás e região do Pantanal, onde recebem o nome de comitivas. Para o estilo gaúcho, transcrevo uma das estrofes de “Tropeiro Velho” da autoria de Teixeirinha:
“Sentado à beira do fogo
Sentindo o peso da idade
Tão triste o velho tropeiro
Quase morto de saudade
Oitenta anos nas costas
Sempre lidou com boiadas
Mas nunca em suas andanças
Deixou um boi na estrada…”.
As músicas
“Menino da Porteira”, de Luiz Raymundo e Teddy Vieira de Azevedo, “Chico
Mineiro”, de Francisco Ribeiro Barbosa e João Salvador Perez e “Comitiva
Esperança”, de Almir Sater, detalham a atividade no sudeste e centro
oeste.
Em nosso nordeste não encontro melhor texto para definir os tropeiros do que esta estrofe da música “Tropeiros da Borborema”, autoria de Raimundo Asfora e Rosil Cavalcante, gravada por diversos intérpretes e eternizada por Luiz Gonzaga:
“Estala relho marvado recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema
São tropas de burros que vêm do sertão
Trazendo seus fardos de pele e algodão
O passo moroso só a fome galopa
Pois tudo atropela os passos da tropa
O duro chicote cortando seus lombos
Os cascos feridos nas pedras aos tombos
A sede e a poeira o sol que desaba
Ó longo caminho que nunca se acaba!…”
A
“Amazon” e o “Magalu” nos levas aos produtos, os tropeiros nos leva à história,
vamos viver na comodidade e preservar o “TROPEIRISMO”.
Publicada originalmente no Blog do Finfa
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