quarta-feira, 2 de junho de 2021

Livro reúne contos fantásticos ambientados no Sertão de Pernambuco

junho 02, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Do Diário de Pernambuco

   Ocupando o imaginário cultural do país desde o começo do século passado, o Sertão é uma fonte inesgotável de histórias, narrações orais e mistérios inexplicáveis. Foi esse fascínio região que inspirou o jornalista e escritor recifense Filipe Falcão no livro de contos fantásticos A estrada amarela (Editora Estronho). A obra será lançada nesta quinta-feira (2), em cópias físicas e digitais, com live no @bocadoinfernobr (Instagram), às 20h.
Filipe Falcão - Foto: Gustavo Bettini

  O livro reúne 11 contos fantásticos e de mistérios, todos ambientados em cidades pequenas do Sertão de Pernambuco. Cada conto traz um personagem que, entre rotas por estradas solitárias, acaba se deparando com situações que fogem à normalidade e à compreensão.
  "É uma narrativa que se aproxima do cinema, com certa inspiração em antologias da década de 1980, quando os filmes traziam histórias curtas, que acompanhavam um personagem e lidavam com o fantástico", diz Falcão, que pesquisa cinema de terror e já lançou livros como Fronteiras do medo: quando Hollywood refilma o horror japonês (2015) e A aceleração do medo: o fluxo narrativo dos remakes de filmes de horror do século XXI (2018).
 O conto inaugural acompanha Brenda, jovem recifense preocupada em sair de uma estrada antes do pôr-do-sol. Já Rodrigo está de volta ao Sertão depois de muitos anos e de um trauma de infância que parecia morto e enterrado. Cecy e seus filhos viajam para fazer boas ações, mas acabam surpreendidos em uma pequena cidade que não consta no mapa. Essa "estrada amarela", que entrecorta paisagens áridas, mudará a vida de todos.
  Cada conto é acompanhado por uma ilustração da artista plástica pernambucana Vânia Notaro, com 40 anos de atuação e também apaixonada pelo Sertão."Eu sempre tive oportunidades de viajar para o Sertão, fosse a trabalho ou lazer. É uma região que tem seus problemas, mas também é muito única. O Sertão é muito poético", continua Filipe, que leciona em cursos de comunicação da Unicap e na Uniaeso
 "Eu não acordei pensando em colocar todos os meus personagens nesse ambiente (geográfico). Quando comecei a escrever, o primeiro já estava no Sertão. Fui escrevendo e todos estavam indo para lá. Acredito que isso partiu da minha admiração e carinho".
  O autor também conta que prezou pela pluralidade. "Eu evitei ter pessoas muito iguais, como jovens brancos visitando o Sertão. Por gostar muito de histórias de terror, reconheço que muitas vezes falta representatividade nos personagens, então decidi trazer histórias que explorassem pessoas de diferentes idades, raças e orientações sexuais", finaliza Filipe.

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