quarta-feira, 16 de junho de 2021

Para ouvir cantando

junho 16, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Vide vida marvada
(Rolando Boldrin)

Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro
São mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi
Santa e purificada

Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho
A ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando
Essa vida marvada

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meu desengano
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano

Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que num verso ou num reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê
Há de encontrar-me num cateretê

Tem um ditado dito como certo
Que cavalo esperto
Num espanta boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando
Essa vida marvada

Cumpade meu que envelheceu cantando
Diz que ruminando
Dá pra ser feliz
Por isso eu vagueio ponteando
E assim procurando
A minha flor de liz

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desengano
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano

Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pro uma visitinha
Que num verso ou num reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê
Há de encontrar-me num cateretê

0 comentários:

Postar um comentário