quinta-feira, 15 de julho de 2021

Ademar Rafael - Crônicas

julho 15, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

Analfabetismo


   Muito próximo de comemorar dois séculos da sua independência o Brasil tem, entre outras, aquela que considero a sua maior dívida social: O analfabetismo crônico. Em todas as campanhas políticas o tema educação entra na pauta, depois da posse ficam os projetos para o setor jogados na última gaveta dos ricos gabinetes. A prioridade some.

  Todas as tentativas fracassadas foram anunciadas como a solução definitiva para este problema que gera muitos outros. Quando o regime militar instalado em 1964 criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, por meio da Lei 5.379, de 15.12.1967, prometeu “… a alfabetização funcional e a educação continuada de adolescentes e adultos.” Muita propaganda oficial, muito dinheiro gasto e pouco resultado. Ao ser extinto em novembro de 1985 o MOBRAL deixa a cena como enorme fracasso. Segundo dados oficiais durante sua existência o Programa alfabetizou de forma superficial apenas 37,5% da meta original que era de 40 milhões de brasileiros, esbarrou em 15 milhões.

   Para não correr o risco de ficar retido na malha burocrática citarei alguns outros nomes que o poder central deu aos diversos programas de alfabetização. Com a extinção do MOBRAL o Governo Sarney criou o Projeto Educar, 25.11.1985. Fernando Collor por meio da Lei 8.209,de 12.04.1990, colocou um ponto final no programa criado pelo seu antecessor. Em 2003 foi criado o Programa Brasil Alfabetizado – PBA, seu objetivo: “Promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil.” O fracasso continua.

   Provando que é possível a Fundação Banco do Brasil criou o Programa BB-Educar, com ele mais de 100 mil brasileiros deixaram a escuridão do analfabetismo. Porque tal programa não é replicado pelo governo. Dizem os pessimistas que não há interesse dos “donos do poder” na solução do problema. Alegam que o analfabetismo mantém a dependência. Será?

Publicado originalmente no Blog do Finfa

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