quinta-feira, 1 de julho de 2021

Antonio Silvino - A morte do cangaceiro

julho 01, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Alexsandro Acioly
(Pesquisador e historiador - CPDOC/PAJEÚ)

   O assunto cangaço mexe com o imaginário popular em várias partes do mundo. Não é à toa que o tema é abordado há mais de um século em periódicos, livros, cordéis, por cantadores de viola, músicas, filmes…
   Afogados da Ingazeira ainda era designada povoado quando Manoel Batista de Morais nasceu. Só quatro anos mais tarde, com a Lei Provincial nº1.403 de 12 de maio de 1879 – Art. 1º é que foi “elevada a vila a povoação de Afogados da Ingazeira e para ela transferida a sede da comarca”, segundo consta no livro Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios do Interior de Pernambuco da coleção Documentos Históricos de Pernambuco (FIAM-CEHM). A instalação da vila se deu apenas em 07 de Janeiro de 1881.
   Manoel Batista de Morais (Antônio Silvino) era filho do Sr. Pedro Rufino de Almeida e da Sra. Balbina Pereira de Morais. Ele nasceu no Sítio Colônia em 02 de Setembro de 1875 (data não confirmada). Veio a falecer em Campina Grande, de causas naturais, em 28 de Julho de 1944, sete anos após ser anistiado e sair da Casa de Detenção de Recife.
  Uma coincidência marca o falecimento de Antônio Silvino. Seis anos antes, em 28 de julho de 1938, era executado na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e sua esposa Maria de Déa (Maria Bonita), junto a outros cangaceiros e também a um policial da força volante.

   O Obituário
  Segundo consta no livro de óbitos de cartório em Campina Grande, Silvino morava a Rua Arrojado Lisboa, situada no Bairro Monte Santo, com uma prima por nome de Teodulina Cavalcante. O Bairro Monte Santo também dá nome ao cemitério onde foi sepultado Antônio Silvino.
Rua Arrojado Lisboa em amarelo e o Cemitério do Monte Santo na parte superior da foto

Casa onde viveu Antônio Silvino em Campina Grande - Fonte: http://cgretalhos.blogspot.com/2018/01/o-cangaceiro-     antonio-silvino-viveu-e.html#.YNuEV0xv9PY

Imagem e transcrição do texto do livro de óbito:
“Aos vinte e nove dias do mês de julho de mil novecentos e quarenta e quatro, nesta cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba, em cartório compareceu, Manoel Severo da Costa, motorista, exibiu uma guia de óbito firmada pelo médico Frº Bezerra de Carvalho, exibiu uma guia digo, atestando ter falecido ontem ás desenove horas , á rua Arrojado Lisbôa desta cidade, em consequência de Glomerulonefrite Crônica – uremia, MANOEL BATISTA DE MORAIS, sexo masculino, côr branca, com setenta dois anos de idade, fazendeiro, pernambucano e residente nesta cidade, solteiro, também conhecido por Antônio Silvino, nada deixa para inventário, deixa oito filhos naturais de nomes seguintes: José, Manoel, José Batista, José Morais, Severina, Severino, Isaura, Damiana; era filho de Pedro Rufino de Almeida e Balbina Pereira de Morais; naturais de Pernambuco e ambos falecidos; e o cadáver será sepultado no cemitério desta cidade. Para constar mandei lavrar este termo que lido e adosado conforme assina o declarante. Eu Severino Cavalcanti Albuquerque, oficial do registro rubrico”.

   O texto foi transcrito mantendo padrão e forma de escrita original.

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