sexta-feira, 23 de julho de 2021

Rir ainda é o melhor remédio

julho 23, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

   Por Silvia Marques / Obvius
   Desde criança ouvimos este ditado popular. E cada vez mais acredito nele. Rir vai muito além de dar uma estrondosa e catártica risada ao ver uma comédia ou ouvir uma piada.
  Rir pode ter um sentido bem profundo e especial: transformar a dor em prazer, a perda em aprendizado, a decepção em experiência e a partir deste entendimento afetivo, as nossas lacunas começarão a ser preenchidas gradativamente. No lugar dos falsos amigos, gente que acrescenta. No lugar das tolas ilusões, projetos consistentes. No lugar da negação, a aceitação de uma nova realidade que se impõe.
   Por meio do humor sutil e inteligente, da piada que fazemos a  respeito de nós mesmos, do nosso sofrimento, do nosso medo, da nossa preguiça de recomeçar do nada, do nosso nojo por tudo que suportamos sem motivo, por meio da reciclagem das nossas lágrimas em sorrisos e jargões, a tragédia perde seu caráter solene de ópera e ganha nuances de comédia light.
   A dor fica realmente mais leve e a gente começa a aprender a lidar com ela, botá-la no colo e até fazer um cafuné. Ela se integra a nós . Não como um fardo insuportável, mas como mais uma cicatriz que estará lá nos lembrando sempre que a vida é exigente, não perdoa dívidas e é bom ficar atento. É um lembrete como as aparas que colocamos na porta da geladeira para não esquecermos de pagar uma conta ou desmarcar um compromisso.
  Rir vai muito além de movimentar os lábios e mostrar os dentes. Rir vem de dentro, da percepção do ridículo, do absurdo. Rir vem daquela sensação de que nem tudo está perdido.
  Rir é a arte dos que se reinventam. É a arte daqueles que renascem das cinzas como uma Fênix. Rir é a arte dos sobreviventes.
Fonte: http://obviousmag.org/cinema_pensante/2015/08/nao-quero-viver-ate-os-90-anos-comendo-rucula.html

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