domingo, 4 de julho de 2021

Um apurado de sextilhas, seus autores geniais e suas origens

julho 04, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários
Raulino Silva - Antonio Martins/RN

A boca do ser humano
É terrena e não etérea
Tanto fala brincadeira
Quanto fala coisa séria
Salva, mas também coloca
O sujeito na miséria

Ismael Pereira - Aurora/CE

Depois que meu pai morreu
Minha mãe ficou sozinha 
Na sua vida de pobre
Trabalhando pra vizinha
Estragando a vida dela
Pra dá conforto pra minha



Raimundo Caetano - Cuité/PB

Não gosto de ver nas ruas
Que os homens não são coesos
Que os marajás são felizes
Que os pobres são indefesos
Que os criminosos são soltos
Que os inocentes são presos

Severino Pereira - Princesa Isabel/PB

Saudade é como ferida
Que depois que dói, inflama
O seu correio não tem
Recado nem telegrama
Nem mesmo a pessoa atende
Quando o mensageiro chama

Jonas Andrade - Conceição/PB

Corria atrás de galinha
Chega o mocotó inchava
Sentia tanta vontade
De comer ela com fava
Quando perdia a carreira
A boca chega amargava

João Paraibano - Princesa Isabel/PB

Faço da minha esperança
Arma pra sobreviver
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer

Severino Feitoza - Santa Terezinha/PE

Quando eu era criança
Brincando na minha terra
Não sabia que as armas
Eram feitas para a guerra
Pra mim o mundo acabava
Do outro lado da serra

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