sábado, 24 de julho de 2021

Um apurado de versos

julho 24, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários

 No meu tempo de criança
Boneca eu não possuia
Eu pegava era um sabugo
Num molambo eu envolvia
Numa casinha no mato
Passava o resto do dia

Rafaelzinha

Eu comparo a nossa vida
Com o mar irritado e forte
Alguma bússola indicando
Leste, oeste, sul e norte
Dum lado a praia da vida
Do outro o porto da morte

Jó Patriota

Eu já não suporto mais
Na vida tantas revoltas
Prazer, por que não me buscas?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?

Lourival Batista


Pra que eu com dois olhos na barriga,
Se os da cara já são suficientes?
Pra que eu invejar os meus parentes,
Se eu já sei que o retorno é uma intriga?
A formiga que evita ser formiga
Cria asas, se torna tanajura,
Cresce a bunda demais, cria gordura,
Fica muito pesada e cai à toa.
Pra que tanta riqueza, se a pessoa
Nada leva daqui pra sepultura?


Zé Adalberto

É melhor dar valor enquanto é cedo
Pois quem ama merece ser cuidado
Para alegrar-se no amor não há segredo
Basta apenas amar pra ser amado
É melhor dar valor enquanto há dois
Pois o tempo não pensa no depois
E é cruel com quem perde o que ganhou
Cuide agora melhor do seu jardim
Pois será bem pior chorar no fim
Pela morte da flor que não regou

Thyelle Dias

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