Por Francisco Fernandes Ladeira/Obviusmag
Diz o dito popular que agosto é o mês do desgosto. De acordo com os historiadores, esta superstição começou com os romanos, durante a Idade Antiga. Segundo uma crendice da época, no mês de agosto um grande dragão cruzava o céu de Roma expelindo fogo pelas ventas.
Realmente, para o deleite dos supersticiosos, muitos fatos negativos, como o início dos conflitos entre católicos e protestantes na França (Noite de São Bartolomeu), a erupção dos vulcões Vesúvio e Krakatoa (que mataram milhares de pessoas) e o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki ocorreram no mês de agosto. Na História do Brasil, agosto está associado ao suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas.
Por outro lado, importantes acontecimentos, como a aprovação da Declaração dos Direitos Humanos (durante a Revolução Francesa), a fundação da Cruz Vermelha e a Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade (marco na luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses) também ocorreram em agosto. Nada mau para um mês considerado de má sorte por muitos.
Em suma, ao contrário do promulgado pelo senso comum, agosto não é, definitivamente, o mês do desgosto. Como o mês está tradicionalmente associado ao azar, as pessoas tendem a lembrar com maior ênfase dos fatos negativos. Ou seja, podem ocorrer trinta dias bons e um ruim em agosto, mas o pior dia será sempre o mais lembrado. Em contrapartida, na Alemanha, agosto (principalmente as sextas-feiras) é o mês preferido para os noivos marcarem seus casamentos.
Sendo assim, o dito popular “agosto é o mês do desgosto”, como toda forma de superstição, não possui respaldo na realidade. Portanto, maniqueísmos à parte, agosto é um mês como qualquer outro, nem melhor nem pior.
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