O Sertão da Paraíba é um grande laboratório de Geografia. Os afloramentos de rocha da região testemunham processos diferenciados de erosão, deposição e sedimentação, configurando sistemas ambientais únicos.
Em Belém do Brejo do Cruz, por exemplo, temos a Pedra da Maravilha, com sua formação curiosa: um grande matação se equilibra sobre outros dois fragmentos de rocha há milhares de anos, com bastante estabilidade.
Provavelmente, os processos de formação deste afloramentos ocorreram durante climas distintos: a porção esférica corresponde a períodos secos e quentes, propiciando o processo de esfoliação esferoidal na rocha devido às dilatações dos seus minerais durante o calor do dia, e a contração dos mesmos durante a noite fria, causando o processo de acebolamento ou arredondamento.
Já a parte imediatamente abaixo da esfera condiz a períodos chuvosos, nos quais ocorrem processos de dissolução da rocha devido ao contato com a água. Passando tal período chuvoso, os tempos atuais voltam a ser secos, mas agora com menos intensidade, provocando, nas rochas, o formato assimétrico.
Os afloramentos rochosos do nosso Sertão são, portanto, uma máquina do tempo que nos transporta pelo tempo geológico, auxiliando a compreender os processos que ocorreram em nosso planeta.
Foto: @ronildotxarles
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