Versos de Alexandre Morais em mote de Maciel Correia.
Artes de Marcos Pê.
O jardim lá de casa eu só comparo Com o triste cenário de um velório. Nele está um perfeito repertório Do que foi nosso amor... amor tão raro! Já foi belo, hoje vive em desamparo, Pois os vimos morrer, mas não cuidamos. Só agora é que quando conversamos, Um ao outro dizemos com rancores: A saudade passou jogando flores No velório do amor que assassinamos.
Não aceito
mais lágrimas caindo Nem dos teus, nem dos meus olhos tristonhos. Se nós mesmos matamos nossos sonhos, O fizemos, cientes e sorrindo . Se o passado foi simples e foi lindo, Foi um tempo que não valorizamos. E se ali só espinhos nós plantamos É normal que dos talos brotem dores. A saudade passou jogando flores No velório do amor que assassinamos.
Minha vida em duas se divide Uma antes de ti, outra depois Se foi bom por um tempo sermos dois Relembrar esse tempo nos agride O futuro talvez que nos convide A pensar no que antes não pensamos Mas não quero lembrar que nos amamos Para não espantar novos amores A saudade passou jogando flores No velório do amor que assassinamos.
Se é mito, se é lenda ou se é verdade Que o amor deixa as vidas coloridas Colorimos demais as nossas vidas Com as tintas da sã felicidade Com pincéis da fiel cumplicidade Mais que mil aquarelas desenhamos Mas dos restos dos quadros que pintamos A cor preta encobriu as outras cores E a saudade passou jogando flores No velório do amor que assassinamos
0 comments:
Postar um comentário