Poema: Alexandre Morais
A quem interessar possa
Psiu vá dar pra sua tia
Ou para seus seguidores
Esses da cara de lia
Pois comigo a merda talha
Ninguém vai botar cangalha
No lombo da poesia
Quem o que é bom dispensa
E de quem só tem ouvidos
Pra opinião torta, pensa
De quem só joga pro povo
Adorando baba ovo
Eu tô longe, dê licença
Onde vinga a coerência
Onde dá-se o verdadeiro
Grito da independência
Onde a vista não se turva
Que poeta não se curva
Para a falta de decência
Eu vou gritar pelas ruas
Eu vou tentar preencher
As mentes que vagam nuas
De ti não terei saudades
Porque as minhas verdades
São diferentes das tuas
Dê sopapo, dê porrada
Quem quiser que baixe as calça
Pra sofrer, levar lapada
Que tem gente que se rende
Que tem gente que se vende
Mas não me entrego por nada
Aceitar sua ditadura
É fácil achar quem aceite
Ser um filho da censura
Posso perder a disputa
Mas não me rendo na luta
Que eu sou filho é da cultura
Nem tampouco vaidade
É apenas o registro
Da minha identidade
No aperto tem quem se cague
Mas não há nada que pague
Pela minha liberdade
Pode negar-me os jornais
Negue os rádios e TVs
Revistas e tudo mais
Prossiga no seu fascínio
Mas não verás o domínio
Calando meus ideais
Só disposto a encher fossa
Trabalharei na cultura
Como um caboclo na roça
Só combatendo os perversos
E oferecendo estes versos
A quem interessar possa
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