quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Uma Mesa de Glosas e as glosas de Alexandre Morais

novembro 18, 2021 Por Alexandre Morais Sem comentários



   Em 2019 íamos a Belo Horizonte, apresentar esta mesa presencialmente. Primeiro um contratempo e em depois a pandemia fizeram com que esperássemos até agora.
  Noves fora qualquer queixa, a fizemos hoje (18/11/21) e não só pra quem estaria conosco na capital mineira, mas para o mundo todo. Valeu muito a pena.
   Assista abaixo o vídeo na íntegra.
   E mais abaixo ainda, as glosas de Alexandre Morais, produtor desta página.


Mote 01

A vida, sempre inconstante
Vai mostrando o seu compasso
E eu vou seguindo meu passo
Devagar, mas sempre adiante
Quando me descubro errante
Bebo da sabedoria
Da cacimba da poesia
E sigo minha viagem
Nesse rito de passagem
Sigo minha travessia

Mote 02

Não é só a pandemia
Causada pela Covid
Sobre este País incide
O gume da tirania
O governo que devia
Cortar o mal na raiz
Vendo uma cicatriz
Corta é mais no mesmo canto
A tristeza com seu manto
Cobre a face do país

Mote 03

Rima, mas sem poesia
O fascismo com racismo
Que racismo com fascismo
Não é rima, é apatia
Quem nessa rima se cria
Tanto superlota celas
Quanto ilumina com velas
Um corpo discriminado
O racismo tem matado
Dandaras e Marighellas

Mote 04

É melhor andar atento
Seja calçado ou descalço
Que é pra não pisar em falso
E romper um ligamento
E pra um melhor sustento
É bom andar com a massa
Que quem um a outro abraça
Em lodo nenhum desliza
Quem não olha aonde pisa
Não sabe por onde passa

Mote 05

Amar nunca é demais
Mas demais eu a amei
Ou pelo menos tentei
Amar mais e mais e mais
Brotou em meus carrascais
Como uma flor virginal
Mas eu não formei casal
Com quem eu chamei de flor
Eu achei que fosse amor
Mas tudo virtual

Mote 06

Quem me quer mandei embora
Cantei muito no passado
E hoje sofro reprisado
Com Marília um novo fora
Essa sofrência me tora
E eu vou ter que resolver
Quem eu quero convencer
Ou querer quem me quiser
Quem eu quero não me quer
Quem me quer não vou querer

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