Ao ter seu primeiro contato com a sanfona, aos 9 anos de idade, Sivuca não demorou muito para encontrar ali sua verve artística, pois já era um nome presente em feiras e festas populares, o que o levou a se mudar para Recife aos seus 15 anos, onde trabalhou na Rádio Clube de Pernambuco e recebeu o apelido de Sivuca.
Assim, as portas para o sanfoneiro seguiram se abrindo, e logo em 1951 veio a lançar uma de suas clássicas faixas, ‘Adeus, Maria Fulô’, canção que compôs junto de, a esse momento seu mestre, Humberto Teixeira, se tornando um marco para o baião no país.
Ao morar em Nova Iorque por um período que perdurou de 1964 a 1976, Sivuca, que se encontrava em uma crescente visibilidade, encontrou a possibilidade de desconstruir a visão da música clássica frente ao acordeon nos espaços dos conservatórios, pois até então era visto apenas como uma forma de matar a solidão dos fazendeiros, não interagindo com a sonoridade da elite.
Tal feito levou o arranjador e multi-instrumentista a trabalhar para nomes como Miriam Makeba, assumindo sua direção musical, e Harry Belafonte, que apesar do grande impacto para sua carreira, Sivuca não se via confortável para fazer aquilo que sabia, que era tocar a música de sua terra, o sentimento do nordeste.
Foi então que o acordeonista conheceu sua companheira Glória Gadelha, elo que o trouxe de volta para solos brasileiros, material e espiritualmente, o presenteando com a composição de uma das jóias do forró brasileiro, ‘Feira de Mangaio’, canção que explodiu na voz de Clara Nunes!
Sivuca viveu com o coração em festa, levando sua feliz sanfona estrada afora, e hoje, 15 anos de sua passagem, sua imagem permanece entranhada dentro da música brasileira, como quem inseriu o acordeon como instrumento presente na cultura popular, e que foi capaz de sentimentar em forma de som a riqueza de suas raízes!
Para além da música, Sivuca enalteceu a cultura regional nordestina, e confrontou toda forma de negligência que a sanfona sofria dentro do cenário da música clássica e internacional, colocando o ‘instrumento do mato’ para dentro de conservatórios de música do mundo!
Copiado de https://immub.org/noticias/o-eterno-acordeon-de-sivuca
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