Por Silvio Osias / Jornal da Paraíba
O Canto Livre de Nara (sem o sobrenome Leão) é o título de um disco que a cantora um dia chamada de Musa da Bossa Nova lançou em 1965. O Canto Livre de Nara Leão (com o sobrenome) é o nome do documentário dirigido por Renato Terra, agora disponível no Globoplay.
São cinco episódios. Juntos, eles somam um pouco mais de três horas. Terra, o diretor, é o mesmo que realizou (com Ricardo Calil) Uma Noite em 67, sobre o festival de MPB que lançou o tropicalismo, e Narciso em Férias (também com Calil), sobre a prisão de Caetano Veloso pela ditadura militar.
O Canto Livre de Nara Leão tem episódios temáticos (Bossa Nova, Opinião, A Banda,
etc.) que contam, com extraordinária sensibilidade e rico material de
acervo, a história dessa mulher de aparência frágil e atitudes fortes
que um dia passou pela música popular brasileira.
Com sua voz delicada, Nara foi da bossa nova aos standards da música americana revisitados no fim da vida. Fez do jeito que lhe pareceu conveniente, gravou o que quis. Cantou muito Chico Buarque, lançou gente nova, flertou com o tropicalismo e com a jovem guarda, foi engajadíssima. Exerceu a sua liberdade.
Se estivesse viva, Nara Leão faria 80 anos no dia 19 de janeiro. Ela morreu aos 47 anos em junho de 1989. Tinha um tumor no cérebro. O Canto Livre de Nara Leão celebra a música e a vida dessa grande mulher. De alguma maneira, nos devolve a sua beleza num Brasil que anda tão feio ultimamente.
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