João Batista de Siqueira, mais conhecido como Cancão (São José do Egito/PE, 12 de maio de 1912 — 5 de julho de 1982) foi um poeta brasileiro.
Em 1950, deixou de participar de cantorias de viola e dedicou-se apenas à poesia escrita. Sua obra já foi classificada pelos críticos como uma versão popular à poesia de poetas românticos como Castro Alves, Fagundes Varela ou Casimiro de Abreu.
Ao “Deus da Poesia”, João Batista de Siqueira, no instigante mote do poeta Paulo Passos:
Foi dos vates o mais iluminado
Que pisou nossa plaga sertaneja
Que vibrou com a chuva benfazeja
Que deixou nosso bosque mais cerrado
Que mostrou, com seu tom mais inspirado
A corneta afinada do carão
Sabiá, rouxinol e azulão
Solfejando a canção da gentileza
Cada rima em favor da natureza
Refletiu a grandeza de Cancão.
Pelas trilhas dos versos divinais
Percorreu mata rude, serrania
Através do poder da poesia
Transcendeu os poetas geniais
Cachoeiras de rimas imortais
Inundaram baixada e grotilhão
Pirilampos voando n’amplidão
Foram lumes da sua realeza
Cada rima em favor da natureza
Refletiu a grandeza de Cancão.
O azul do serrote mais distante
Cada flor, cada rama, cada galho
Cada brisa fagueira, cada orvalho
Cada estrela reinando, cintilante
Cada foco de luz mais radiante
Espalhando, na terra, o seu clarão
Inspirou nosso gênio do sertão
Que versou para nós tanta beleza
Cada rima em favor da natureza
Refletiu a grandeza de Cancão.
Marcos Passos
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