sexta-feira, 1 de abril de 2022

A queima dos arquivos da escravidão

abril 01, 2022 Por Alexandre Morais Sem comentários

Da página A História esquecida/Facebook

Em 14 de dezembro de 1890, o ministro da Fazenda, Ruy Barbosa assinou um despacho ordenando a destruição de documentos referentes à escravidão.
No documento, o político chamava a escravidão de "instituição funestíssima que por tantos anos paralisou o desenvolvimento da sociedade e infeccionou-lhe a atmosfera moral ". E, dizia que a república era "obrigada a destruir esses vestígios por honra da pátria e em homenagem aos deveres de fraternidade e solidariedade para com a grande massa de cidadãos que a abolição do elemento servil entraram na comunhão brasileira."
Em 20 de dezembro de 1890, uma moção de apoio ao despacho de Ruy Barbosa foi votada e aprovada no Congresso Nacional. Mas, não sem oposição. Representantes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul se colocaram contra o despacho. A edição de 23 de dezembro do Estado trouxe mais detalhes sobre a sessão.
Em uma nota o jornal contava com repúdio do deputado Francisco Coelho Duarte Badaró (MG) que registrou seu protesto contra a queima de todo arquivo da escravidão no Brasil. Após colocar a ressalva que não se pronunciava contra a "obra meritória da abolição" mas contra a destruição dos documentos, disse: "não devemos fazer o papel de iconoclastas, devemos ter um arquivo".
Para além do apagamento da história da escravidão, a verdadeira intenção por trás do decreto de Ruy Barbosa, era que ao destruir estes arquivos, tivesse fim de uma vez por todas a discussão a cerca da indenização que o Estado deveria pagar para os antigos donos de escravizados, que vinha sendo um grande problema para a recém república no incio da década 1890.
A escravidão no Brasil começou no século 16 e durou até 13 de maio de 1888 quando a Lei Áurea foi assinada.

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