sábado, 4 de fevereiro de 2023

Maciel Melo - Crônicas de um Cantador

fevereiro 04, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


Meus alfarrábios

Maciel Melo

Eu tava aqui, tentando organizar umas caixas velhas, onde ficam guardadas coisas que, não sei porque cargas d’água, nunca joguei fora.
Retratos, papéis de embrulho rabiscados, invólucros internos de carteiras de cigarros ainda do tempo de Continental sem filtro, Minister, Arizona e Clássicos. Eita! Faz tempo, viu? Ainda hoje escrevo em pedaços de papel. Mas voltando aos alfarrábios, estavam lá: pedaços de poemas, motes e cacos de pensamentos meus, misturados com trechos de coisas que li de outros pensadores, que, assim como eu, guardam lembranças velhas.
Algumas saudosas, outras tristes, outras hilariantes, outras ainda presentes, enfim… restos de rascunhos escritos desde os tempos que King Kong era saguim.
No meio disso tudo, eu já começando a espirrar, porque de tanto tempo guardado, o mofo deu; eis que encontro uma nesga de papel com o fragmento de algum poema, ou talvez, de alguma homilia escrita por um Frei chamado Denis:
“Às vezes, para o nosso próprio bem, é preciso dizer adeus.
Às vezes para que nossa vida tome um novo rumo, precisamos sair de cena, ou tirar alguém de cena.
Saia então, quando for preciso, e diga adeus quando for necessário.”

0 comentários:

Postar um comentário