quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

janeiro 19, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

domingo, 15 de janeiro de 2012

Glosando na estrada

janeiro 15, 2012 Por Alexandre Morais 3 comentários
Dia 06 passado, a caminho de Tuparetama para participarmos da 12ª edição do Balaio Cultural, o poeta tabirense Eniel Alves apresentou este mote e eu fiz estes versos:



Quando o vaqueiro mudou-se
Para a casa do Senhor,
A hora do sol se por
Ficou feia, acinzentou-se.
O nó da corda afrouxou-se,
Ficou manso o marroeiro
E o cachorro companheiro
Junto da cova morreu
E o cavalo entristeceu
Com saudade do vaqueiro.

O rei da dor no seu trono
Não respeita bicho bruto,
Faz cavalo vestir luto
Com saudade do seu dono.
Vaqueiro, pobre colono,
Não deixa nada ao herdeiro,
Que seu cavalo primeiro
Lhe serviu, mas não foi seu
E o cavalo entristeceu
Com saudade do vaqueiro.

Imagem: http://cartuntivismo.blogspot.com/2010/08/carrocas.html

sábado, 14 de janeiro de 2012

janeiro 14, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Moendo a cana e o verso

janeiro 12, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários
     Dia desses o amigo Batatinha convidou para inaugurarmos um tradicional engenho de madeira construído no Sítio Curral Velho ds Pedros, aqui em Afogados da Ingazeira. Como a idéia e o convite eram irrecusáveis, mesmo numa quarta-feira pela manhã, lá fomos eu, o poeta Diomedes Mariano, o blogueiro Mário Martins e o comerciante Geraldo Umbelino. 
     Acontece que o engenho não estava pronto ainda e seu César Azevedo, proprietário construtor do bendito, fez de tudo para tomarmos um copo de garapa. Na falta de burros mais burros, eu e Diomedes giramos a almanjarra, enquanto seu César, Batatinha e Geraldo passavam a cana na moenda e aparavam a garapa embaixo. Mário foi escalado pra rir da gente e bater as fotos.
      Por lá, na ida e na vinda, saíram outros versos, mas deixo esse aí:


Seu César teve a idéia

De fazer a grande obra

E agora cana não sobra

Nem vai lhe faltar platéia.

A abelha faz a colméia,

Tirando da natureza.

E seu César, com destreza,

Também tira da natura

Pra ver cana e rapadura

Adoçando a nossa mesa.

Seu César e sua obra

Diomedes Mariano girando e fazendo verso

E eu fazendo o inverso

janeiro 12, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

janeiro 11, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já se passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.


Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá será desse tempo que infelizmente não voltará mais.

Mário Quintana

Colaboração: Aristeu Bezerra

Afogados recebe Oficina de Capacitação para o Funcultura

janeiro 11, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários


Técnicos da Fundarpe estarão em Afogados da Ingazeira na próxima segunda-feira, dia 16, para apontar caminhos para captação de recursos para promoção e fomento de nossa cultura. Uma oficina de capacitação acontece a partir das 14 horas, no auditório do Centro Tecnológico. As  nscrições são livres, gratuitas e podem ser feitas na abertura do evento.

O Funcultura é a maior fonte de finaciamento para eventos e produtos culturais no Estado. O programa é amplo: literatura, música, dança, teatro..., mas para concorrer é preciso estar atento aos editais e elaborar bons projetos. Eis uma boa oportunidade para os agentes culturais da região.

Serviço:
O que: Oficina de Capacitação para o Funcultura
Quando: Segunda-feira, 16/01/12
Onde: Auditório do Centro Tecnológico de Afogados da Ingazeira
Acesso: livre e gratuito


Foto: http://www.ufrpe.br/aci/pagina.php?idConteudo=15

Viva a sociedade alternativa

janeiro 11, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários
Abri meu recital, ontem, no I Voluntariado Jovem de Afogados da Ingazeira, com esta décima:

O tempo, que é arbitrário,
Me carrega a juventude,
Mas mantem minha atitude
E meu sonho igualitário.
Um programa voluntário
Faz parte da minha festa;
Porque a vida só presta
Para quem a todo custo
Faz o mundo ser mais justo
Co' atitudes como esta.

Parabéns para a turma aí de cima. É a prática daquele lema que eu gosto: Fazer é a melhor maneira de dizer.

Foto: Cláudio Gomes

A Inconveniência de Ter Coragem

janeiro 11, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários
De hoje (11) até o dia 29 será realizado o Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). Em sua 18ª edição o festival está agendado para acontecer nos palcos do Recife, Olinda, Caruaru.

Dentre os selecionados se apresenta no próximo sábado (14), às 16h, na Praça do Carmo (Olinda) o espetáculo A Inconveniência de Ter Coragem, de Ariano Suassuna, pelo Centro de Criação Galpão das Artes / Pontinho de Cultura (Limoeiro/PE),  filiado à Artepe.

Como numa opereta de rua ao som de cocos e emboladas, na qual os atores, além de investirem na estética mamulengueira, tocam instrumentos musicais, a cena apresenta as presepadas do malando Benedito, negro esperto que, tentando conquistar sua amada Marieta, é capaz até de desmoralizar dois valentões da pequena cidade de Taperoá.

É conferir tudo isso e um pouco mais ao lado de Mano de Baé e o seu pandeiro que vem lá de Tracunhaém.

SERVIÇO
Espetáculo:  A INCONVENIÊNCIA DE TER CORAGEM
Texto: Ariano Suassuna
Dia: 14 de janeiro de 2012 (sábado), às 16 horas.
Local: Praça do Carmo (Olinda)
Acesso gratuito. Classificação livre.
Comédia em 40 minutos

Encenação e Produção executiva:
Fábio André
Fone: (81) 9739-6207
E-mail:  fabioandre.limoeiro@hotmail.com 
Blog:  http://centrodecriacaogalpaodasartes.blogspot.com

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

janeiro 03, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

janeiro 03, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

Coisas fora de moda...

janeiro 03, 2012 Por Alexandre Morais 1 comentário
Colaboração: Deodoro Carvalho


     Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar de "Amor”. Daquele amor sincero, olhos nos olhos, frio no coração, aquela dorzinha gostosa de ter muito medo de perder tudo... Daqueles momentos que só quem já amou um dia conhece bem... Daquela vontade de repartir, de conquistar todas as coisas, mas não para retê-las no egoísmo material da posse, mas para doá-las, no sentimento nobre de amar...
     Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Sinceridade"... Sabe aquele negócio antigo de fidelidade, respeito mútuo e aquelas outras coisas que deixaram de ter valor… Aquela sensação que embriaga mais que a bebida, que é ter numa só pessoa, a soma de tudo que, às vezes, procuramos em muitas...
     A admiração pelas virtudes e a aceitação dos defeitos, mas, sobretudo, o respeito pela individualidade, que até julgamos nos pertencer, mas que cada um tem o direito de possuir... Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Amizade”. Na amizade sincera que deve existir entre duas pessoas que se querem bem...
     O apoio, o interesse, a solidariedade de um pelas coisas do outro, e vice-versa. A união além dos sentimentos, a dedicação de compreender, para depois gostar... Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Família”. Sim... “Família”... Essa instituição que, ultimamente, vive à beira da falência, sofrendo contínuas e violentas agressões: pai, mãe, irmãos, filhos, casamento, lar...
     Família…, aquele bem maior de ter uma comunidade unida pelos laços sanguíneos e protegidas pelas bênçãos divinas… Um canto de paz no mundo, o aconchego da morada, a fonte de descanso e a renovação das energias, realização da mais sublime missão humana de sequenciar a obra do Criador... E depois eu iria, até quem sabe, falar sobre algo como... a "Felicidade"…
     Mas é uma pena que a felicidade, como tudo mais, há muito tempo, já esteja tão fora de moda e tenha dado seu lugar aos modismos da civilização…
     Ainda assim, desejo que sua vida seja repleta dessas questões tão fora de moda e que, sem dúvida, fazem a diferença!!!

Serra Talhada sediará o 3º Congresso de Teatro da Artepe

janeiro 03, 2012 Por Alexandre Morais Sem comentários

 
Ao completar nove anos de intensas atividades nas artes cênicas, a Associação de Realizadores de Teatro de Pernambuco (Artepe) realizará o seu terceiro congresso, no período de 6 a 8 de janeiro de 2012, no Museu do Cangaço, localizado em Serra Talhada, conhecida como a "Capital do Xaxado", encravada no sertão pernambucano do Pajeú.

O evento enfocará, prioritariamente, a elaboração do Plano Trianual de Trabalho - PTT e a eleição da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal para o triênio 2012/2014, de acordo com o Estatuto (Art. 18 e 19) e o Regimento Interno (Art. 6º e 7º) da Artepe.

O 3º Congresso de Teatro da Artepe versará sobre Cultura e Economia Criativa - Caminhos para Sustentabilidade, cuja palestra será proferida pela Profª Cláudia Leitão, titular da Secretaria da Economia Criativa, do Ministério da Cultura, na abertura solene (6), às 20 horas.

 
"Artepe, seguir em frente na construção de boas relações"

Diretoria Executiva
Gestão 2009/2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Poeta Chico Pedrosa confirma presença no 4º Pajeú em Poesia

dezembro 21, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários
     E eis que recebo dois felizes telefonemas de poetas extraordinários confirmando presença em nosso 4º Pajeú em Poesia: poetas Chico Pedrosa e Zezé da Loteria. Chico é mais que conhecido e por ter participado das três edições anteriores do projeto disse que não perdia esse de jeito nenhum. E o poeta Zezé da Loteria é um dos gênios de Itapetim, autor do poema Eu e o gato, trabalho este que já me rendeu bastante aplausos por declamá-lo.
     A festa tá ficando maior ainda. Veja o time que já garantiu presença: Dedé Monteiro, João Paraibano, Sebastião Dias, Neide Nascimento, Dudu Morais e Grupo Pé de Parede, Felipe Júnior, Edierck José, Alessandro Palmeira, Andréia Miron, Artemis, Danilo Gonçalves, Edezel Pereira, Elenilda  Amaral, Welington Rocha, Esdras Galvão, Genildo Santana, Gonga Monteiro, Lúcio Luiz, Paulo Monteiro, Verônica Sobral, Zé Adalberto, Zé de Mariano, Eniel Alves, Ânderson e Zezé da Loteria.
      Por Dió, pela poesia, por nossa identidade cultural, conto com você também.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Totonha

dezembro 16, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários
Marcelino Freire

Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.

Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?

O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento, ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.

Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?

Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva vem? Se não vem?

Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa paciência!

Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta?

No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre a mesma pessoa. Que voa.

Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho entende, entende?

Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever.

Ah, não vou.

Colaboração: Aristeu Bezerra

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

dezembro 13, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

dezembro 13, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

dezembro 12, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

dezembro 12, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

sábado, 10 de dezembro de 2011

dezembro 10, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários

Uns versos de Welington Rocha

dezembro 10, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários
Saudade sem medida

A minha saudade é tão sem medida
que mesmo presente eu sinto doer
um sentimento a me corroer
sabendo que vem a triste partida
nas idas e vindas que tem minha vida
eu tenho teu cheiro guardado na mente
que tem na distancia um ingrediente
ferindo meu ser quando estou só
na minha garganta chega sinto um nó
contando os minutos pra te ver somente

Meu belo sertão de coisas tão puras
lugar de meus sonhos e realidade
onde muito valor tem a liberdade
moldando na gente nossas estruturas
fazendo de nós pessoas maduras
talhando na alma valores só nossos
passando por cima até dos destroços
da seca da fome e do sofrimento
vencendo o descaso e o esquecimento
das mão de teu povo é que vem teu reforços

Estando em teu ceio me sinto feliz
porque é aqui que tenho alegria
cada sentimento que tenho procria
e mais uma vez o caminho refiz
a minha alegria em te ver condiz
com cada minuto ausente daqui
pois tenho a certeza que estando aqui
controlo a saudade que mora comigo
é minha lembrança, também meu castigo
qual cama de pregos que usa um faqui.

Declaro por ti todo amor que tenho
meu lugar sagrado e fonte de paz
de tu me esquecer não serei capaz
és o meu futuro, na mente eu desenho
e essa jornada que hora me empenho
é pra retornar e te agradecer
por te me ensinado a fortalecer
o elo que liga passado e presente
e um dia quem sabe assim DE REPENTE
eu serei mais um te vendo crescer.

Coisas da boa idade

dezembro 10, 2011 Por Alexandre Morais Sem comentários
1. Os seqüestradores não se interessam mais por você.


2. De um grupo de reféns, provavelmente será um dos primeiros a ser libertado.

3. As coisas que você comprar agora não chegarão a ficar velhas.

4. Você pode viver sem sexo, mas não sem os óculos.

5. Você pára de tentar manter a barriga encolhida, não importa quem entre na sala.

6. A sua visão não vai piorar muito mais.

7. O seu investimento em planos de saúde finalmente começa a valer a pena.

8. Seus segredos passam a estar bem guardados com seus amigos, porque eles os esquecem.

9. 'Uma noite e tanto', significa que você não teve que se levantar para fazer xixi.

10. Você é avisado para ir devagar pelo médico e não pelo policial.

Colaboração: Danizete Siqueira

Coisas da boa idade 2

dezembro 10, 2011 Por Alexandre Morais 1 comentário
Um casal de velhinhos está deitado na cama. A esposa não está satisfeita com a distância que há entre eles e lembra:


- Quando éramos jovens, você costumava segurar a minha mão na cama.



Ele hesita e, depois de um breve momento, estica o braço e segura a mão dela.


Ela não se dá por satisfeita:

- Quando éramos jovens, você costumava ficar bem pertinho de mim.


Uma hesitação mais prolongada agora e, finalmente, resmungando um pouco, ele vira o corpo com dificuldade e se aconchega perto dela da melhor maneira possível.


Ela ainda insatisfeita:


- Quando éramos jovens, você costumava morder minha orelha...




Ele dá um longo suspiro, joga a coberta de lado e sai da cama.


Ela se sente ofendida e grita:


- Aonde você vai?


- Buscar a dentadura, véia chata!!!

Colaboração: Aristeu Bezerra

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Conversa de Escritor

novembro 28, 2011 Por Alexandre Morais 2 comentários
     Passei o sábado (27) em Serra Talhada. Participamos do Conversa de Escritor - Do Pajeú para o mundo, uma idéia brotada na Jornada Literária Portal do Sertão, lá em Arcoverde, e encampanada na Capital do Xaxado pela Academia Serra-Talhadense de Letras, Fundação Casa da Cultura de Serra Talhada e Fundação Cultural Cabras de Lampião.
     Welington de Melo e Adriano Mascena falaram pra nós e depois ouviram de nós. À noite, lançamentos, música e recital na Concha Acústica.
      Coisa boa. Presenças de Itapetim, São José do Egito, Tuparetama, Tabira, Afogados da Ingazeira e Triunfo, além da anfitriã. Tirando o calor além da conta do lugar, trouxemos muito de positivo e já deixamos um segundo encontro marcado para o final de janeiro, em Tabira.
      Pra sentirem um pouco do que foi o encontro, deixo aí abaixo um verso de Lima Júnior, poeta radicado em Tuparetama, que está brindando o mercado com o livro Uma Cara de Poesia & Uma Coroa de Sonetos ou Cara & Coroa, pra simplificar, como ele diz.

Sonhando com amores na beira do mar

Nos mares da vida navego sem norte
Buscando o encanto dos sonhos que tive,
A certa esperança que em mim sobrevive
Põe-me à deriva, qual nauta da sorte.
Herói suicida da vida e da morte
Procurando um porto para ancorar,
E o mar caprichoso tentando afogar
As mágoas em mim, e meus sentimentos
Matéria intacta, alma em ferimentos
Em prantos de amores na beira do mar.

Não há quem de ruim não tenha bondade,
Não há quem de bom não tenha defeito,
Amor, que de tanto não caiba num peito
Ódio, que de pouco não gere maldade.
Não há como o cão, leal a amizade,
Nem como a mamãe para nos amar.
Mas há mais mistérios que eu possa afirmar,
Entre céu e terra, presente e futuro,
Instante que liga claro com escuro
Entre a flor da água e o fundo do mar.

Não há quem consiga medir a distância
Entre vida e morte, o céu e o inferno,
Nem mesmo a face do Deus que é Eterno
Já foi contemplada em qualquer circunstância.
Não há quem consiga guardar a fragrância
Que a planta do amor consegue exalar.
Mas há uma tribuna, que irá nos julgar
Dando ao bom o céu, e ao ruim o castigo,
É Deus separando o joio do trigo
Pra o banho da gloria nas águas do mar.

Cordel do Fim do Mundo

novembro 28, 2011 Por Alexandre Morais 2 comentários

Eis mais um fruto de nossa Oficina de Literatra Natalina, realizada no início do mês, em Triunfo, por iniciativado Sesc. Poesia crítica-analítica para o nosso deleite


FIM DE MUNDO: VERDADE OU BOATO?

Mais um ano chega ao fim
E lá vem a mesma história
Dizendo tintim por tintim,
Desfiando a memória:
O mundo vai se acabar,
E é bom se preparar!
A comadre vai pra rua,
Compra vela e mais vela.
Por sua vez, também ela
Convence a comadre sua.

Desta vez é pra valer:
Os astros vão desabar,
Todo mundo vai morrer!
E se não acreditar?
Tá escrito no papel,
É um aviso do céu!
A Igreja é que anuncia
E até Nossa Senhora
Determina aquela hora
Pois vai ser muita agonia.

E agora, piorou!
Vai ser no ano que vem!
Muita coisa já passou,
Ainda tem um porém:
Grande homem vai morrer.
Isso dá pra convencer?
Quanta gente grande morre!
A profecia é famosa,
E a notícia pavorosa
De boca em boca percorre.

Mas em vez de assustar
Com um fim de mundo assim,
Devemos denunciar
O que está sendo tão ruim:
Devasta-se a natureza,
Exploram nossa riqueza,
Sem ninguém se importar.
Desse jeito, pode crer,
O fim pode acontecer
Quando a ambição reinar.

                              Ir. Mª Clarice Oliveira