quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Manoel Arão e a Praça

agosto 24, 2023 Por Alexsandro Acioly Sem comentários

Foto/Petrônio Pires - Estátua de Manoel Arão na Praça Padre Carlos Cottart.
 

Por Alexsandro Acioly

(Pesquisador, historiador e membro do CEPEDOC-Pajéu)

 

A cidade de Afogados da Ingazeira (PE) vem passando, nesses últimos anos, por um processo de  mudanças de fazer inveja a alguns municípios que continuam estagnados no tempo. Mas, o que pouca gente sabe, ou conhece, paira sobre as mudanças que ocorriam antes da metade do século XX. Falo, em especial, as mudanças dos nomes de alguns logradouros e praças existentes na cidade. Exemplos como a praça Dr. Oscar de Campos Góes  que, após a inauguração da sua praça de alimentação passou a se chamar Prefeito Miguel de Campos Góes e da Travessa Manoel Arão que, passou a ser chamada de Rua Jorge Valadares de Souza. Isso nos  faz pensar em quais os motivos e causas que levaram, e levam, gestores municipais a tais feitos.

Diante desses acontecimentos é que resolvi fazer esta breve pesquisa em torno da mudança do nome da praça principal em 1930 ora denominada de “PRAÇA MANOEL ARÃO” para “PRAÇA IRMÃOS PESSOA DE QUEIROZ”. Segundo o que é relatado em carta enviada ao periódico Pequeno Jornal, pelo então prefeito Pedro Pires, seria uma homenagem aos irmãos Pessoa de Queiroz pelos valiosos benefícios prestados. Aí  me pergunto: prestados a quem?

Neste caso, em especial, fico sem entender o que seria” benefícios prestados”. Será que o conterrâneo Manoel Arão não prestou nenhum benefício a nossa cidade? Relendo a história do município pouco se fala na pessoa de Arão, mas quando partimos para pesquisas um pouco mais profundas podemos ver em periódicos e nos arquivos da Biblioteca Nacional o quão grande foi este ilustre afogadense. Aliás, parece-me que os contemporâneos a Arão eram de outro planeta, tal a inteligência de alguns deles, mesmo sem as fontes de pesquisa que nos rodeiam em tempos atuais.

Transcreverei, dos textos enviados, o texto de Mário Mello no Diário de Pernambuco e a justificativa do prefeito Pedro Pires Ferreira relativo a mudança do nome ao Pequeno Jornal, tal qual foi escrito,  para que não haja dúvidas em relação aos mesmos.

 

Mentalidade que se define

 

Mau grado o trabalho que se vem desenvolvendo desde muito no instituto, em relação a nomes de ruas, para evitar-se a prática arbitrária de mudanças – umas apagam a tradição, outras que são atos de revoltante injustiça, outras em fim que não passam de bajulação – mau grado desse trabalho, ainda se cometer por aqui a fora atentados inomináveis.

Havia, na cidade de Afogados da Ingazeira, uma praça com o nome de Manoel Arão. Filho daquele município, Manoel Arão cursou alí as primeiras letras e, bisonho veio para a capital, onde praticou o jornalismo, a princípio n’A Província e depois no Diário de Pernambuco e na Lanterna Mágica. Fez nome. Publicou livros de versos, publicou romance, publicou peças de teatro, publicou estudos filosóficos, publicou trabalhos de história, desenvolveu a crítica literária. Professor da Faculdade de Comércio, atingiu ao último posto da hierarquia administrativa. Eleito por concurso para a Academia Pernambucana de Letras, ocupava a presidência. Membro do Conselho Municipal de Recife, era 1º secretário.

Não se sabe que Afogados de Ingazeira tenha produzido outro filho mais ilustre.

Justamente envaidecida com a fama do seu filho, a cidade de Afogados deu à praça principal o nome de Manoel Arão. Uma homenagem que muito o comoveu, como se expressou dias antes de morrer.

Desaparecido Manoel Arão, a sociedade pernambucana prestou á sua memória o preito a que tinha direito, quer pelo seu mérito intelectual, quer pelas suas qualidades de homem de bem. A academia pernambucana e a faculdade de Comércio realizaram sessões públicas para exaltação do seu valor, das suas virtudes.

Enquanto isto, reúne-se em Afogados de Ingazeira o Conselho Municipal e vota substituir por outro, na praça pública, o nome de Manoel Arão, daquele que fôra o mais glorioso filho da cidade!

Isto define a mentalidade de um povo e dispensa comentários.

Nem merece protesto. É bastante rejistar-se o facto, para a ignominia dos responsáveis.

MÁRIO MELO

DIARIO DE PERNAMBUCO – DOMINGO, 18 DE MAIO DE 1930

    Bem se ver, no texto de Mário Melo, a grandeza e a importância de Manoel Arão em áreas distintas de vários órgãos do estado. Mário Melo é enfático ao ratificar o quanto Arão se sentia orgulhoso em ter o seu nome gravado em praça pública, a mesma praça que em dezembro de 1889 ele discursou em adesão a república e a chegada dos correios a esta cidade.

    Será que os Pessoa de Queiroz realmente tinham essa importância para afogados da Ingazeira, ou seria apenas interesses políticos? O certo é que no Recife a indignação foi total por parte de membros das instituições municipais e estaduais. Mas, em carta ao  Jornal Pequeno, na capital pernambucana, o Prefeito Pedro Pires Ferreira justificou, ou tentou justificar, a mudança do nome da,  até então, praça Manoel Arão.

Segue o texto transcrito:

 

Em torno da mudança do nome de uma praça

 

Recebemos a seguinte carta:

“Afogados da Ingazeira, 9.6.930.

Exmo. Sr. Dr. Diretor do Jornal Pequeno”

Attenciosos saudares.

Tendo o jornal Pequeno e o diário de Pernambuco publicado comentários à deliberação do conselho Municipal de Afogados da Ingazeira em denominar a antiga Praça Manoel Arão de Irmãos pessoa de Queiroz, cumpre-me trazer ao conhecimento de V. Excia. O motivo deste proceder. Acontecendo a morte de nosso inolvidavel conterrâneo Manoel Arão, o conselho, entre outras homenagens prestadas à sua memória, deliberou transferir a denominação da antiga Praça Manoel Arão para a rua onde nascera o brilhante intellectual.  E, como os Srs. Pessoa de Queiroz fizessem jus a uma homenagem deste município, pelo valiosíssimos benefícios que nos tem prestado, foi, a antiga Praça Manoel Arão, denominada Praça Irmãos Pessoa de Queiroz.

Para que o público fique inteirado de que a memória de Manoel Arão foi dignificada pelos seus conterrâneos, peço publicar a presente.

Aproveito o ensejo para expressar os meus sinceros votos pela prosperidade do Jornal Pequeno e pela felicidade pessoal de V. Excia.

Sem outro motivo firmo-me sumamente grato.

De V. Excia. Amo e Ador. Atto.

Pedro Pires, Prefeito.

JORNAL PEQUENO – 16.06.930

Como é que se faz uma homenagem substituindo o nome de alguém, neste caso, Manoel Arão, pelo nome de outro à praça pública?

A justificativa de substituir o nome e transferir para um logradouro no meu ponto de vista não é convencível, creio que o ato de batizar a rua como nome de Arão tenha ocorrido apenas por pressão tanto dos periódicos que publicaram a respeito do ocorrido, quanto pelos órgãos que também se manifestaram na capital. E cito especialmente a pessoa de Mário Melo por encabeçar tais protestos.

É fato que esses movimentos não param por aqui, mas seria interessante que ao fazer tais mudanças seja pensado, pesquisado e estudado o real intuito de ocorrerem essas transformações.


O artista plástico Edierck José ao lado de sua obra.

Finalizo parabenizando o governo atual pelo resgate histórico em memória deste afogadense que tanto se orgulhou da sua terra e do seu povo, instalando na Praça Padre Carlos Cottart uma estátua em sua homenagem.

Dedé Monteiro - A voz do espelho

agosto 24, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

     

A VOZ DO ESPELHO – Dedé Monteiro

Triste e espantado, sem sorriso algum,
Diz, frente ao espelho (velho amigo seu):
– Não, não me diga, de jeito nenhum,
Que tudo passa e que esse aí sou eu…

Quem foi que disse que esse vulto é meu?
Que eu virei “isso”… e que nós somos um?
Por que meu riso, que era tão comum,
Do seu semblante desapareceu?

Será um sonho, um pesadelo, enfim…
Ou foi a idade que passou por mim?…
Responde o espelho: – Disse muito bem!

Por que o tempo, esse carrasco mudo,
Que a todos muda e que transforma tudo,
Não passaria por você também?

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Pernambuco anuncia os 12 editais da Lei Paulo Gustavo

agosto 23, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


    O Governo de Pernambuco anunciou, nesta terça-feira (22), os 12 editais elaborados para a execução no Estado da Lei Paulo Gustavo (LPG) por meio da Secretaria Estadual de Cultura. O valor total disponível para a seleção de propostas de todos os editais é de R$ 100,1 milhões. As inscrições estão abertas a partir de sexta-feira (25) pelo Mapa Cultural de Pernambuco (www.mapacultural.pe.gov.br), com término nos dias 5, 6 e 8 de setembro.

   Serão quatro editais para o audiovisual, totalizando mais de R$ 73 milhões, e oito editais para as demais áreas artístico-culturais, distribuindo mais R$ 26 milhões. A Lei Paulo Gustavo em Pernambuco deve contemplar mais de  2 mil projetos. O Governo de Pernambuco tem até 31 de dezembro para executar todo o cronograma financeiro dos projetos selecionados nos editais da Lei Paulo Gustavo em Pernambuco.

   A lista completa de editais contempla o fomento das seguintes áreas e respectivos recursos: Ações Criativas para o Audiovisual (R$ 49,2 milhões distribuídos em 16 categorias); Salas de Cinema (R$ 7,1 milhões distribuídos em três categorias); Desenvolvimento à Cadeia Produtiva do Audiovisual (R$ 6,2 milhões distribuídos em duas categorias); Licenciamento para Produtos Audiovisuais (R$ 2 milhões distribuídos em quatro categorias); Museus e Memória Social (R$ 1 milhão distribuído em duas categorias); Ações Criativas – (R$ 6,5 milhões distribuídos em seis categorias); Festivais, Mostras e Celebrações (R$ 1,6 milhão distribuído em três categorias); Salvaguarda das Culturas Populares, dos Povos e Comunidades e Tradicionais (R$ 3,5 milhões distribuídos em duas categorias); Premiação para Técnicos e Técnicos da Cultura e das Artes (R$ 1 milhão distribuído em categoria única), Fomento às Expressões Periféricas (R$ 1,5 milhão distribuídos em duas categorias), Formação Cultural e Direitos Humanos (R$ 3,5 milhões distribuídos em 14 segmentos) e Desenvolve + Cultura (7,6 milhões distribuídos em dois eixos).

Felipe Souto Maior/Secult-PE/Fundarpe

Foto: Felipe Souto Maior/Secult-PE/Fundarpe

Anúncio dos editais da Lei Paulo Gustavo em Pernambuco foi feito por Cacau de Paula, secretária de Cultura de Pernambuco, no Palácio do Campo das Princesas


   Para divulgar os editais, a equipe técnica da Secult-PE vai percorrer vários municípios de todas as regiões do estado, numa edição especial da ação “Secult-PE de Andada” para a LPG. Os encontros acontecem nas unidades do Sesc em Goiana, Caruaru, Serra Talhada, Bodocó, Recife (Casa Amarela), Garanhuns, Surubim, São Lourenço, Petrolina, Araripina, Sirinhaém, Jaboatão dos Guararapes, Arcoverde e Belo Jardim. Também ocorrerão encontros na Biblioteca Municipal Graciliano Ramos, em Buíque, e no Espaço Cultural João Boiadeiro, em Buíque.

   Para se inscrever, o/a proponente deve estar cadastrado/a na plataforma do Mapa Cultural de Pernambuco (www.mapacultural.pe.gov.br). Todo o processo será online. Pelo seu caráter emergencial, os editais da LPG serão mais simplificados.

   Em projetos de até R$ 70.000.00 (setenta mil reais) os agentes culturais podem descrever suas despesas de forma simplificada em campo aberto no Mapa Cultural de Pernambuco.

   Na maior parte dos editais, a prestação de contas ocorre por meio do Relatório de Execução do Objeto, isto é, comprovando a realização da atividade/ação cultural.

   Serão contemplados pelo menos 360 projetos que tenham como foco a cultura popular e patrimônio. Haverá um edital específico para projetos de salvaguarda das culturas populares, dos povos e comunidades tradicionais, com um investimento total de no mínimo R$ 6 milhões em projetos que visem à preservação, difusão e circulação da cultura popular.

SOBRE A LEI PAULO GUSTAVO

   A Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), também conhecida como LPG, viabiliza o maior investimento direto no setor cultural da história do Brasil. São R$ 3,862 bilhões para a execução de ações e projetos em todo o território nacional. Em Pernambuco, o Governo do Estado vai executar, por meio da Secretaria de Cultura, R$ 100,1 milhões. Os municípios pernambucanos terão mais R$ 85 milhões à disposição para seus editais.

   A LPG é também um símbolo de resistência da classe artística. Foi aprovada durante a pandemia de covid-19, que limitou severamente as atividades do setor. É ainda uma homenagem ao ator Paulo Gustavo, artista símbolo da categoria vitimado pela doença.

   As condições para a execução da LPG foram criadas por meio do engajamento da sociedade. Em 2022, após a aprovação do Congresso Nacional, o Executivo tentou impedir os repasses por meio do veto integral da lei por meio de uma medida provisória. Apoiado pelo segmento artístico-cultural e pela sociedade civil, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a medida provisória e deu o aval para a execução.

   Em 2023, a recriação do Ministério da Cultura abriu o caminho para a plena execução da LPG. Após um intenso processo de escuta, a pasta editou o decreto regulamentar da lei, permitindo que Estados, municípios e o Distrito Federal pleiteassem a verba.

   Os fazedores de cultura terão acesso aos valores por meio de editais, chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços ou outras formas de seleção pública simplificada executados pelos Estados, municípios e o Distrito Federal. O Ministério da Cultura não fará o repasse direto aos fazedores.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Manoel Arão na praça de Afogados da Ingazeira

agosto 21, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


     Desde sábado (19) a Praça Padre Carlos Cottart ganhou uma presença permanente. Sentou-se ao banco um dos mais expressivos filhos da cidade: Manoel Arão de Oliveira Campos.

   Em forma de estátua, uma proposta interativa produzida pelo multiartista Edierck José (na foto acima, sentado), Manoel Arão passa a conviver com a cidade 93 anos depois de sua morte.

  “É mais um gesto de reconhecimento e também de apresentação desse afogadense para as novas gerações. Arão é uma das maiores expressões de nossa história, sendo apontado como o maior literato pernambucano do início do século passado”, reverenciou o prefeito Sandrinho Palmeira. “Já há outras homenagens, mas faltava uma tão expressiva quanto foi ele”.


  Manoel Arão foi escritor, poeta, advogado e jornalista, atuando ainda em diversas áreas. Foi membro da Academia Pernambucana de Letras, publicou 16 livros e é o autor do Hino da Cidade do Recife. Também foi destaque na política, no Espiritismo e na Maçonaria.

  Consolidando o reconhecimento, o prefeito Sandrinho anunciou a realização, a partir de 2024, de um evento festivo e literário anual em homenagem a Arão. À época será janeiro, mês de aniversário do escritor.

  Participaram da cerimônia de instalação da estátua, representantes da Academia Afogadense de Letras e da Maçonaria, representada por oito Lojas de Pernambuco e uma da Paraíba. Na ocasião, o prefeito Sandrinho recebeu a Medalha Frei Caneca do Mérito Maçônico, concedida pela Grande Loja Maçônica de Pernambuco. “Esta é uma honraria concedida a pessoas especiais em momentos especiais. Pela justa homenagem a um dos grandes nomes de nossa Ordem, homenageamos o prefeito Sandrinho, com nossa sublime Medalha”, registrou o Grão Mestre Maçônico Flávio Amorim.

  Estiveram presentes também à cerimônia de entrega da estátua, o Deputado Estadual José Patriota, o vice-prefeito Daniel Valadares, os vereadores César Tenório, Gal Mariano, Toinho da Ponte e Erickson Torres. Presenças registradas do advogado Saulo de Tasso – biógrafo de Manoel Arão, que está preparando o lançamento de uma biografia do escritor -, além do Presidente da Academia Afogadense de Letras, Dênis Venceslau.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Secretaria de Cultura lança edital para seleção de pareceristas

agosto 14, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


    O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, lança, nesta quarta-feira (9), o edital para seleção de pessoas físicas e/ou Microempreendedores Individuais – MEI com a finalidade de compor as Comissões de Seleção de projetos apresentados nos editais e chamamentos públicos da Secult-PE.

   O edital corresponde à chamada pública para formação de banco de pareceristas, que possam vir a exercer as atividades de análise, classificação e emissão de parecer técnico sobre projetos e ações culturais no âmbito dos Editais e Chamadas Públicas de Cultura lançados pela Secretaria Estadual de Cultura do Estado de Pernambuco.

   Os selecionados poderão ser convocados para analisar os projetos inscritos nos editais publicados durante o período de vigência do edital, com validade de 24 (vinte e quatro) meses, prorrogável por mais 24 (vinte e quatro) meses, a critério da Secretaria de Cultura.

   Os candidatos deverão estar cadastrados no Mapa Cultural de Pernambuco, como Agente Cultural. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas exclusivamente por meio da mesma plataforma: www.mapacultural.pe.gov.br, na Oportunidade 1026, a qualquer tempo, a partir do próximo dia 12 de agosto.

   Os proponentes que se inscreverem até o dia 22 de agosto de 2023 e forem credenciados poderão ser convocados para analisar os projetos inscritos nos editais do segundo semestre de 2023. A cada 6 (seis) meses será realizada análise das inscrições dos novos interessados, para atualização do Banco de Credenciamento ou até o esgotamento dos credenciados, o que ocorrer primeiro.

   Veja o edital e seus anexos no Portal Cultura.PE.

   REQUISITOS – Poderão se inscrever profissionais pessoas físicas, maiores de 18 anos, que residam no território nacional e Microempreendedores Individuais (MEI), que tenham sua sede no Brasil.
Somente o candidato inscrito poderá realizar a prestação de serviço de análise dos projetos, não sendo permitida a designação a terceiros que, ocorrendo, estará sujeita a penalidades cabíveis.

   O candidato deverá possuir, além da qualificação e atuação profissional, experiência e conhecimento em análise e julgamento e execução de projetos culturais nas áreas/ linguagens culturais que pretende atuar; capacidade para redigir textos com impessoalidade, clareza e concisão; e conhecimento básico em informática, na utilização de programas de edição de textos e planilhas.

   O candidato deverá indicar as Áreas/Linguagens Culturais que pretende inscrever-se para emissão de análise, considerando os seguintes segmentos:
Artesanato
Artes Circenses
Arte-Educação
Artes Visuais
Arte-Tecnologia
Audiovisual
Ciclos culturais tradicionais (Carnaval, Semana Santa, São João e Natal)
Comunicação
Cultura Digital
Cultura LGBTQIAPN+
Culturas Periféricas
Cultura Popular e Tradicional
Dança
Design
Economia Criativa, Economia da Cultura e Empreendedorismo Cultural
Economia Solidária
Formação e capacitação cultural
Fotografia
Gastronomia
Gestão de Equipamentos Culturais (bibliotecas, museus, cinemas, centros culturais, teatros, arquivos, casas de espetáculos etc..)
Jogos eletrônicos
Juventude
Livro, Leitura, Escrita, Literatura e contação de histórias
Moda
Museus
Música
Ópera
Patrimônio Imaterial
Patrimônio Material (artístico, histórico, arquitetônico, arqueológico, paleontológico, cientifico e geocultural)
Pesquisa cultural
Teatro

   O resultado final com a lista dos selecionados por Área/Linguagem Cultural, será publicado, em sua integralidade, no Portal Cultura-PE (www.cultura.pe.gov.br). Além disso, o respectivo extrato, do resultado final, será publicado no Diário Oficial do Estado.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Festival de Inverno de Garanhuns - FIG 2023

julho 19, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

 


   Começa nesta sexta-feira (21) Festival de Inverno de Garanhuns, o FIG. Em 2023 o evento alcança a sua 31ª edição. A programação, variadíssima, se estende até o dia 31 de julho.

   Na agenda, nomes como LenineNação Zumbi, Otto, Arnaldo Antunes e muitas atrações locais. Confira a programação completa CLICANDO AQUI

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Alexandre Morais e Henrique Brandão no Rádio Boteco

junho 26, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

   A edição nº 63 do podcast tem as participações de Alexandre Morais e Henrique Brandão. Clica aqui, escuta e espalha:

     Aproveita e conhece o projeto, que é bacana de muito.

Rádio Boteco: o seu podcast

Música, poesia, bate-papos… e a alegria e inspiração contagiante de um bom boteco agora virou podcast!
RÁDIO BOTECO: Pega uma cerveja gelada e toma como tira-gosto este Caldo Cultural!

Uma produção de Cajá Freire, Fabiana Coelho e Firmo Neto. A música da vinheta é do cantor e compositor Brazinha Blues

Quer pagar a conta? Então compartilha e divulga nosso podcast! E a gente te espera no próximo encontro.
Um brinde à arte! Um brinde à vida!

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Johnanthan Malaquias lança Sertão Traduzido

junho 14, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

    Envolvido em vários projetos, entre eles o de mais uma vez acompanhar Geraldo Azevedo em sua turnê de São João, o músico Johnanthan Malaquias (foto) conseguiu reservar espaço para um novo trabalho próprio. É o álbum Sertão Traduzido, que ganha o mundo nesta sexta-feira, dia 16.

Em sendo o instrumento a sanfona, claro que esse sertão é traduzido em ritmo de forró. “É um trabalho que me traz de volta ao sertão, à minha origem. Traz toda a minha essência de sertanejo sanfoneiro, a nossa cultura, nossos costumes, a natureza e a vida simples do interior”, explica Johnanthan, que é radicado em Recife e natural de Carnaíba, no Sertão do Pajeú pernambucano.

Outra novidade é que agora o sanfoneiro também canta, o que não fez no primeiro disco, gravado em 2017, o Suíte Influências. “É um elemento novo na minha carreira e um grande desafio que proporciono à minha vida artística. É também uma resposta ao incentivo de muita gente para que eu também cantasse”.

Em Sertão Traduzido Johnanthan apresenta músicas autorais e ganha parcerias de outros sertanejos como Maciel Melo, Henrique Brandão, Tiago Souza e Juninho Forró Mió. Time e receita certas para este mês de junho.

Então é só acessar plataformas como Spotify, Deezer, YouTube e Amazon nesta sexta, ouvir, dançar e compartilhar.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Cultura e ancestralidade

junho 05, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

Na Escola Municipal Levino Cândido, em Afogados da Ingazeira (PE), os estudantes participam do resgate e valorização da cultura e aprendem a dançar o coco de roda e a tocar pífano. “O desafio é fazer com que os alunos entendam a importância de sua cultura”, diz o professor Cacá Malaquias. Foto: Arquivo pessoal

Do Itaú Social

Por Anderson Santana, Rede Galápagos, Recife (PE)

   Em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, a 370 quilômetros da capital pernambucana, Recife, a Escola Municipal Levino Cândido acolhe o projeto de resgate e valorização das tradições culturais da vizinha comunidade quilombola do Leitão da Carapuça. A instituição de ensino, que fica distante 18 quilômetros da área urbana, atende principalmente filhos e filhas de agricultores e quilombolas, totalizando 154 estudantes, da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental. Por meio da realização de aulas de música e coco de roda, busca contribuir para a transmissão de saberes populares regionais e a formação das novas gerações para atuarem nas manifestações culturais, especialmente a Banda de Pífanos e o Grupo de Coco de Roda Negros e Negras do Leitão.

   A coordenadora Joana D’Arc de Oliveira, responsável pelo projeto, explica que a ideia surgiu a partir de um estudo na localidade, junto com os alunos e alunas. “A pesquisa evidenciou um cenário de resistência das novas gerações em relação à cultura quilombola. Identificamos não só a dificuldade de passar para as novas gerações, como também que havia a falta de interesse dos jovens em manter viva a cultura”, destaca. 

   Segundo Silvana Beserra, gestora da escola Levino Cândido, a cultura do pife estava se perdendo, pois nenhum dos alunos da instituição sabia tocar. A prática de tocar o pife (também conhecido como pífano), um instrumento musical de sopro que parece uma pequena flauta, junto com outros instrumentos, a exemplo da zabumba, fazia parte da cultura tradicional dos povos remanescentes de quilombos no Leitão da Carapuça; havia uma banda formada por moradores dessa região, que produziam os pífanos e faziam apresentações na comunidade ou em eventos próximos. Em conversa com moradores da comunidade quilombola do Leitão, soube que os componentes mais antigos da Banda de Pífanos faleceram e não haviam ensinado às novas gerações. Diante da situação, prontamente a comunidade escolar se mobilizou para mudar essa realidade. “Daí vimos a necessidade de implantar na escola oficinas que pudessem valorizar essa cultura, tão forte em outros tempos”, lembra Joana. 

   Após a fase inicial de pesquisa, foram realizadas visitas à comunidade quilombola do Leitão no primeiro semestre de 2022, como forma de incentivar professores e estudantes a conhecer a história da comunidade por meio de relatos dos povos remanescentes de quilombos. Em seguida, vieram o planejamento e uma seleção a partir do interesse dos estudantes; concluída essa etapa, a unidade de ensino buscou apoio da Secretaria de Educação de Afogados da Ingazeira. “Tivemos uma conversa com a secretária de Educação para que nos apoiasse e não demorou para que tivéssemos resposta. A escola de música do município nos fez uma visita e abraçou a causa”, detalha Joana. 

   As aulas práticas começaram em maio do ano passado e, através de parceria com a escola municipal de música, a realidade está mudando. “A chegada desse projeto a nossa escola, através da Escola de Música Bernardo Delvanir Ferreira, nos deixou muito contentes, uma vez que oportuniza o resgate dessa cultura e consequentemente a valorização da identidade de uma comunidade, de um povo”, pontua Silvana.

   O projeto de música atende dezenas de alunos e alunas do 3° ao 5° ano (turno da manhã) e do 6° ao 9° ano (turno da tarde), com aulas quinzenais ministradas pelos professores Edinho (manhã) e Cacá Malaquias (tarde). Para o professor Cacá, a contribuição do projeto é de alta relevância porque a região tem muitos descendentes de quilombolas.

   

A Escola Municipal Levino Cândido, em Afogados da Ingazeira (PE): valorização das tradições culturais da vizinha comunidade quilombola do Leitão da Carapuça, com estudantes da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental. Foto: EM Levino Cândido

   “Por isso estamos incluindo elementos importantes como o pife, a dança e vários instrumentos de percussão como zabumba, ganzá, pandeiro, tarol e triângulo, instrumentos usados tanto na banda de pife como no coco de roda. Vamos agregar também a música vocal, muito presente na dança do coco”, relata. “O desafio é fazer com que os alunos entendam a importância de sua cultura e a influência de outros estilos a que eles têm acesso através do celular, das redes sociais e aplicativos.”

   Estudantes e o Grupo de Coco do Leitão também já se apresentam em eventos locais. “Sempre que há eventos aqui ou de que a escola participa convidamos o grupo; no último ano eles estiveram presentes em nosso arraial, na culminância do nosso projeto de leitura e no desfile cívico do Sete de Setembro. Contamos com a participação de muitos membros nesses eventos, como forma de valorização do grupo”, detalha a gestora Silvana.

   A iniciativa da Escola Municipal Levino Cândido mostra a importância do engajamento coletivo para valorizar e preservar as tradições culturais. Ao incentivar o aprendizado da música e da dança do Leitão da Carapuça, contribui para a formação de cidadãos e cidadãs conscientes de sua identidade cultural, capazes de valorizar, respeitar e propagar a diversidade cultural brasileira. 

Copiado de: https://www.itausocial.org.br/noticias/cultura-e-ancestralidade/

segunda-feira, 29 de maio de 2023

maio 29, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários


 

Ademar Rafael - Crônicas de Bem Viver

maio 29, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

Ademar Rafael
SEJAMOS LUZ

   Para este diálogo recorro ao início do versículo 14 e ao
versículo 16 do capítulo 5 de Matheus que ensinam: “Vós sois a luz do mundo…” e “Assim brilhe vossa luz diante dos homens, para que vendo as nossas boas obras, glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

   Os ensinamentos acima sugerem que somos luz e que ao assumirmos esse papel damos glória do nosso Pai celeste. A questões que queremos debater são: O que nos motiva para não seguir nessa estrada? O que motiva nossa omissão? O que ganhamos sendo luz?

   Para duas primeiras indagações entendo que o individualismo, o egoísmo e o modelo de competição exagerado que nos são impostos na vida pessoal e profissional são os grandes inibidores das ações necessárias para seguirmos sendo luz. Julgo que a negação dessas e/outras variáveis tirará de circulação qualquer hipótese de omissão.

   Neste ponto cito um caso que ocorreu na época que eu era executivo no Banco do Brasil. Uma colega recém nomeada para um cargo de chefia ligou perguntando qual o conselho que eu lhe daria. Respondi: “Faça no cotidiano o papel do dínamo. Ele gera energia para outros componentes, isto legitimará sua atuação como líder de equipe.” Esta prática é, sob meu ponto de vista, a melhor trilha para sermos luz e serve para o ambiente de trabalho, a família e as relações com a comunidade.

   Quanto a resposta de terceira pergunta acima julgo que o ganho será proporcional a luz que gerarmos, será a ampliação dos benefícios que doamos e superará os esforços desprendidos. Produzir luz é um gesto indolor e que exige pouco. Teste, avalie e veja que esta percepção é real. Ser luz é sem empático, ser luz é dar a mão ao necessitado, ser luz é não teimar que seus problemas são maiores do que os problemas dos outros. Façamos com que nossa luz sirva para aliviar a escuridão existente em nossa sociedade. O mundo precisa da luz que teimamos em esconder.

domingo, 23 de abril de 2023

Alexandre Morais - Galope da volta

abril 23, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários

 
Arte de Marcos Pê

Galope da volta
Alexandre Morais

Cresci sem saber o que era bonança
Já desde pequeno lutando na roça
Botei boi em carro, jumento em carroça
E fiz do meu lombo carroça e balança
Cresci com meu pai a dizer que criança
O quanto mais nova é que é bom trabalhar
Que filho de pobre não tem que estudar
Que quem não trabalha se encontra com a fome
Quem planta é quem colhe, quem colhe é quem come
E a vida não para se a gente parar
 
Depois, quando jovem, pensei que meu nome
Podia ser outro, que não Zé do Mato
Que a vida qual roça também pede trato
E pode ser boa se achar quem lhe dome
Igual passarinho que voa e que some
Que vaga no mundo, mas torna a voltar
Pensei que também eu podia voar
Beber noutras fontes, sentir novos ares
Sentir outros gostos, testar paladares
Voltar e dizer vale a pena sonhar
 
Papai bem tristonho, com muitos pesares
Não disse um não, mas eu vi que ele disse
Mamãe bem chorosa, me disse e redisse
Que Deus te acompanhe por onde passares
Deixei minha roça com dez hectares
De milho crescido a querer pendoar
Feijão já mostrando que ia florar
Mas nada daquilo pra mim tinha ganho
Parti pra cidade sem nem um arranho
Sentir de vontade de em casa ficar
  
De cara senti quanto é ruim ser estranho
Não ter a quem dar se quer um bom dia
Àquele que eu dava, se quer respondia
Me dando por dia de lágrimas um banho
Eu vi da tristeza qual é o tamanho
Por quase seis anos lhe puder pesar
Remorso e saudade chegaram de par
Entraram na casa, deitaram no leito
Entraram no corpo, deitaram no peito
E em vez de dormir eu só fiz acordar
 
Voltei pra meu canto, pois vi que o jeito
Que tinha era esse de achar o meu sonho
A terra onde eu piso é a mesma onde eu ponho
Sementes de sonhos pra um mundo perfeito
No meu semiárido eu sou o sujeito
Ativo do tempo e também do lugar
Sou gente que faz e que sabe ensinar
Seguindo o ditado do todos por um
Se um for por todos, o ganho é comum
E a causa comum é melhor de ganhar
 
Sabendo quem somos, se quebra o jejum
Que a seca estendia nos tempos de outrora
Sabendo o que temos, cuidando do agora
Não vamos sofrer em futuro nenhum
Pra cada inimigo de antes algum
Amigo surgiu e nos veio mostrar
Que é fácil e possível a gente plantar
Criar, produzir, conviver e ser mais
Felizes juntinhos dos filhos e pais
Raízes e frutos do nosso lugar

abril 23, 2023 Por Alexandre Morais Sem comentários